quinta-feira, 8 de maio de 2008

Não vale a pena

Três dias do mais miserável que há, trabalhar das 8 da manhã às 8 da noite (hoje entrei no escritório às 7.40), chorar desalmadamente ao pequeno-almoço, porque não é isto que eu quero, chegar a casa tão esgotada a nível psicológico que não me apetece ver um filme, ler um livro, nem sequer falar com ele. Ver a cara de preocupação com que me olha, a dizer-me que tenho de abrandar, aprender a fazer as coisas sem pressa, não deixar que me pressionem.
Não é isto que eu quero da minha vida, sei que há pessoas que dão muito valor à realização profissional, viciados em trabalho com orgulho de ser assim. Eu não sou assim, dou muito mais valor à família, à casa onde sou feliz, aos pequenos momentos de silêncio e tranquilidade que não existem em nenhum escritório. Há coisas que o dinheiro não paga.
Por isso esta manhã tomei uma decisão: vou dizer ao boss para arranjar outra pessoa para fazer o trabalho adicional que me deram. Apesar de ter cumprido o que me tinham proposto, e de ter todas as análises prontas para a reunião de direcção, e de ter recebido uma palavra muito velada de elogio pelo trabalho realizado, não quero passar por isto tudo outra vez, o sacrifício da minha vida pessoal não tem nenhum tipo de compensação.
Simplesmente há coisas que não valem a pena.

3 comentários:

  1. Como te compreendo.
    Passo horas infinitas no meu local de trabalho. Muitas mais do que aquelas que seria suposto e no fim de contas quem é valorizado? Aqueles que só lá estão o tempo estritamente necessário e que nunca estão disponíveis para coisa nenhuma; que são verdadeiras nulidades, mas têm a suprema capacidade de bajular o chefe e nunca o questionar ou contrariar!

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  2. É revoltante, e não vale mesmo a pena, como me disse uma colega ontem: "eles não merecem".

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