sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Que nunca seja normal.

"Não há um novo normal porra! (…) Pelo amor da santa, não deixem que os vossos filhos pensem que isto é o novo normal, a assumpção da instalação de uma nova ordem e forma de vida. Lembrem-lhes sempre de quem éramos antes, os mesmos anormais, covardes, piegas e foliões, que partilhávamos estalos e abraços em proporções desiguais, que nos beijávamos nas ruas e fazíamos demorar um “passou bem” para ter a certeza que continuava a passar mesmo bem. 
Nós somos aqueles que partilham fins de cigarros, garrafas de águas em concerto, metade da pizza e um abraço inteiro. Nós vivemos num planeta chamado terra que tem um problema de desmazelo, sobrepopulação e aquecimento, mas onde as pessoas se distinguem pelas feições, muito além dos olhos aos molhos, os rostos, as palavras e os sorrisos. Nós gostamos de fazer amigos, ajudar pessoas que não chegam às prateleiras dos supermercados e tomar café com o vizinho. Quando temos saudades, ligamos, arrancamos e abraçamos. Adoramos mesas cheias de gente que é nossa e sempre acolhemos estranhos pela mão dos amigos. Nós não temos famílias que nos dizem adeus à janela, mas que entram para nos beijar. E nas escolas, as crianças brincam, provocam-se e partilham, e é aqui que começamos a aprender quem somos. Apaixonamos-nos, uns mais do que outros, trocamos palavras, fluidos e beijos, na arte da afeição e fazemos muito amor!
Nós não queremos um novo normal, nós queremos a mesma anormalidade dos tempos em que vivíamos. Sempre crentes que melhores dias virão, agora desesperados para que estes se concluam. Não se esqueçam de ir tirando a máscara interior e relembrem-se uns aos outros que a porra da pandemia é mais passageira que nós, passageiros de uma vida. 
E nunca cedam à tentação de lhe chamar um novo normal. (…) "

(by Isabel Saldanha)

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira, pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular, como os espojinhos que atravessam o campo levantando poeira, folhas secas, insignificâncias, que para mais não lhes chegam as forças, bem melhor seria vivermos em terra de tufões”.

(José Saramago)

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Em repeat...


Griff
"Love is a Compass"

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Concentrar(-me)


Zé Manel
"Pressa"