quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Transbordar de ternura

As tuas mãos macias a fazer festas na minha cara, enquanto me olhas fixamente, como que a confirmar que voltei mesmo para ti.
O teu pedido para irmos à piscina, as cócegas na água, as tuas perguntas que começam a ser cada vez mais difíceis "mãe, porque é que tu tens as maminhas gordas e eu não?"
Perguntar-te o que queres para o jantar, sabendo que vais pedir o mesmo de sempre, peixe e couves cozidas (não conheço mais nenhuma criança que goste tanto de peixe e de couves, benza-te deus...).
Sentir-te a ultrapassar a tua natural timidez, e ganhares coragem para perguntar ao menino que encontrámos no parque "queres ser meu amigo?"
Ver-te a fazer desenhos, a parares a meio só para me vir dar um abraço apertado, e voltares a correr para o teu caderno e os teus marcadores e a tua imaginação.
Ouvir-te a pedir miminhos, porque sabes que é a melhor forma de me derreter e fazer-me largar tudo, para te envolver nos meus braços e encher-te as bochechas e o queixo de beijos.
Estafar-me durante uma hora de luta de almofadas, sem conseguir perceber como é que não te cansas de tantos saltos.
Sentir-te a adormecer lentamente no meu colo, com a cabeça encostada no meu peito e o teu calor a aconchegar-me a alma, enquanto vemos o Kung-Fu Panda pela milésima vez.
Topar a tua manha quando perguntas com ar desinteressado "mãe, não queres pôr um rebuçado no casaco para me dares logo à tarde?".
Cantarmos os dois no carro, aos berros desafinados e felizes,
"Então,
Bate, bate coração!
Louco, louco de ilusão!
A idade assim não tem valor.
Crescer,
Vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor."


Carlos Paião
"Cinderela"

Olhar-te nos olhos e fazer a pergunta que já conheces de cor "quem é o amor pequenino da mãe?", levar com um "já não sou pequenino!!" e responder com a certeza inabalável das verdades absolutas "mas vais ser para sempre o meu amor maior".

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Ganhar o dia (IV)

Ver nevar assim, flocos fofos a cair do céu e a cobrir a cidade com um manto branco macio e brilhante...









Ossos do ofício (XXII)












segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Fascinar(-me) (III)

Andar nas nuvens e ver o mundo lá em baixo...






domingo, 22 de janeiro de 2017

Embevecer(-me)


E pensar em todos os ataques cardíacos que vou ter se decidires calçar os patins e pegares no stick...


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Manhã perfeita


Acordo quando te vens aninhar na minha cama. Cheiro-te o pescoço quente e macio. Deixo-te ficar no calor dos edredons fofos que adoras, enquanto tomo banho e me despacho. Vestes a roupa que escolheste ontem à noite, sem dramas. Tomamos o pequeno almoço juntos enquanto conversamos, e eu noto como és cada vez mais uma boa companhia.  Ainda tens tempo para brincar enquanto seco o cabelo. Saímos de casa devagar, de mão dada, e pelo caminho explico-te porque é que a gasolina é a comida do carro ("mas a gasolina é liquida, mãe!!!!). Chegamos à escola a tempo de veres os "crescidos" a brincar no recreio. Jogamos à apanhada no corredor antes de entrares na tua sala a correr de sorriso rasgado. Vou trabalhar com o coração sereno e uma sensação de paz infinita. E a certeza que hoje só pode ser um bom dia.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

O que eu tenho de ouvir (XVIII)

Depois de vê-lo escolher a roupa dele para amanhã, vou ao meu quarto para fazer o mesmo, enquanto Peter Pan dá saltos na minha cama. Pára de repente e diz que quer ser ele a escolher a minha roupa. Abre as portas do armário e aponta para umas calças (ok, ganga básica, sem problemas...), depois aponta para um casaco (dos mais quentes que tenho, boa...), tiro tudo dos cabides enquanto lhe digo em tom de orgulho "que fixe, hoje foste tu a escolher tudo!"
Resposta dele com tom entre o enfadado e o ofendido " mas tenho que ser eu a fazer o teu trabalho todo, é?"

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Fazer pensar (II)



One Republic
"Let's Hurt Tonight"
(Collateral Beauty OST)


"What is your why? (...)
Love, time, death. Now these three things connect every single human being on earth. We long for love, we wish we had more time, and we fear death."

Amor. Tempo. Morte. As abstrações que ligam tudo o que existe. O "porquê". De todas as ações e decisões que tomamos. A beleza colateral.
É o meu "Tudo acontece por uma razão".

(Passei o filme com um nó na garganta e não aguentei as cenas relacionadas com a morte de um filho, num filme comovente e muito mais forte do que imaginava).