quarta-feira, 30 de abril de 2008

Pesadelos

Nos meus pesadelos vejo sempre pessoas em sofrimento, na maioria das vezes pessoas que me são queridas. Ou pelo menos esses são os únicos que me ficam na memória, porque me assustam realmente.
A noite passada voltei a ter pesadelos. Desta vez o sofrimento era meu, tinha um pulso rasgado, com um buraco enorme, sem sangue, mas onde eu via as veias e uma artéria grossa, e olhava horrorizada, sem saber o que fazer. Acordei assustada, às 5 e meia da manhã, é sempre ás 5 e meia da manhã, não sei porquê. Freud tería uma explicação para isto, de certeza.
Depois vejo o tempo a passar, quero dormir mais, mas tenho medo de voltar a sonhar. Concentro-me na respiração dele, tão calma, tão constante, e abraço-o para que me proteja dos meus sonhos.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Momento (X)

Chego a casa estoirada, a horas indecentes, e tenho um album de greatest hits de Norah Jones à minha espera.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Momento (IX)

Tudo acontece por uma razão, eu acredito nisto, e esta noite, sem o imaginar, liguei o portátil para ouvir uma música que me devolveu o sorriso. Cliquei no vídeo no preciso momento em que ele se sentou no sofá ao meu lado e me abraçou. E assim ficámos os dois, luzes apagadas, até o último som do piano desaparecer. E assim ficámos por mais uns minutos, em silêncio.

Desafio

Nem sei porque continuo a fazer isto: trabalhar 12 horas seguidas, com meia hora para almoçar, numa ânsia tão grande de despachar papéis e de acabar o projecto que me esqueço de comer, beber água, parar 5 minutos para um café. A culpa é minha, fui eu que dei o prazo, bem me perguntaram "Quando é que tem tudo pronto para marcarmos a reunião com a administração?", e eu, burra ou ambiciosa, dei o deadline: 4ª feira. Mas vendo bem, não se tratou de burrice ou ambição. Para mim foi o aceitar um desafio, poder mostrar-lhes que sou capaz, dizer-lhes sem palavras "Vocês atiraram-me aos leões, mas esqueceram-se das minhas garras".
E para mim própria, estiquei ainda mais a corda: não vai ficar pronto 4ª feira, vai ficar pronto na 3ª, para ainda ter tempo de organizar tudo em dossiers (8 dossiers A4 de lombada larga, que já estão preparados).
É claro que o faço sempre com o intuito que o esforço seja reconhecido e recompensado, mas já tenho experiência que não é assim, porque é que continuo a fazê-lo? Porque é que não sou capaz de dizer "Não é possível" ou "Não fiz, não tive tempo"? No final, o trabalho aparece sempre feito, recebemos um obrigado (e já é uma sorte) e aguardamos pela próxima.
Continuo o fazê-lo para poder chegar a casa com a sensação de dever cumprido, de meta alcançada. Continuo a fazê-lo para mostrar a mim própria que sou capaz.

sábado, 26 de abril de 2008

Inspiração

Duas horas na cozinha resultaram numa sopa de agriões com ovo, numa tarte de atum com pimentos assados e quatro folhados de salsicha, chouriço e rebentos de soja (que comemos num lanche ajantarado com uma Erdinger fresquíssima).
Não gosto de cozinhar por obrigação, mas ao fim de semana tenho (alguns) laivos de inspiração, que não me deixam ficar mal vista.
Agora já sou capaz de fazer um jantar decente para 4 ou 6 pessoas (mais do que isso, comem frango assado ou pizzas, ou grelhados na brasa, que nunca nos deixam ficar mal, principalmente porque ele é exímio da arte de grelhar, seja carne, peixe ou camarões tigre).
Mas nem sempre foi assim. A primeira vez que fiz sopa, quando iniciámos a nossa “sociedade imobiliária” (como ele dizia, para me apresentar a alguém: “é a minha sócia”) foi memorável, de tão má que estava, legumes a boiar em algo que se parecia com água suja (definitivamente, não o conquistei pelo estômago).

Ouvir e sentir (IX)

Porque gosto da voz dela. Porque a esta hora deu-me para a lamechice. Porque sim.

Ivete Sangalo
"Se eu não te amasse tanto assim"
(Ao vivo no Maracanã)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Para que nunca seja esquecido

Casa-Memorial Humberto Delgado

Finalmente...

... da minha janela vejo um céu azul puro.

Eu não quero acreditar, mas...

Começo a ouvir o telemóvel a tocar dentro da mala. Os números garrafais do relógio digital dizem-me que são 5.46 da manhã. Uma onda de pânico obriga-me a levantar de repente, ir directa à mala pousada no banco da entrada, vasculhar as tralhas à procura do telemóvel que ainda não parou de tocar, ao mesmo tempo que tento controlar o tremor do corpo e a sensação de que vou cair a qualquer momento. Olho para o visor e a inquietação acalma, não é o meu pai, nem a minha mãe, nem os meus irmãos. Mas é uma amiga, e estar a ligar a esta hora não é bom sinal.
Quando a ouço chorar do outro lado compreendo que é mau, muito mau o que ela está a passar. Não perdeu um filho, mas perdeu a esperança, tiraram-lhe o chão debaixo dos pés. Abriu-se uma ferida que vai demorar muito tempo a sarar, que vai deixar uma marca, mesmo que imperceptível aos olhos dos outros.
Agora vou esperar que ela chegue, e já tenho as compressas e as pomadas prontas.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Private

Um ponto vermelho quer dizer alguma coisa?

Sonhos

A minha mãe diz que devemos contar os pesadelos a alguém, para que não aconteçam.
Há uns anos atrás, sonhei que o meu irmão estava no hospital. Tinha partido qualquer coisa (não me consigo lembrar o quê) e gritava com dores. Não contei a ninguém, "foi só um sonho mau, já passou, não há necessidade de ficar mais uma pessoa a pensar nisto". Passados dois dias o meu pai é internado de urgência, com uma úlcera que lhe perfurou o intestino. Só consegui chegar a Santa Maria às 10 da noite, e no caminho já tinha telefonado a pedir que me deixassem vê-lo, só 5 minutos, só queria vê-lo, depois ía-me embora. Tive a sorte de ser atendida por um anjo em forma de auxiliar, que me veio buscar junto do segurança (que não me deixava subir, claro) e me levou pelos corredores desolados até ao SO. Ver o meu pai ligado às máquinas, cheio de tubos, quase me tirou a respiração. Sentei-me junto dele e sorri quando abriu os olhos, mas não teve forças para sorrir de volta. Fiquei uns minutos, falei-lhe baixinho "vais ficar bem, dorme que amanhã já te sentes melhor". Quando cheguei cá fora quebrei completamente, encostada à parede amarelada, sentia-me tão impotente, tão vazia, porque é que ele tinha deixado chegar àquele ponto, porque não tinha ído ao médico quando começou a sentir dores? Porque é que eu tinha tido aquele sonho?
A noite passada sonhei que uma amiga tinha perdido o bebé. Uma amiga sem rosto, mas com um sofrimento indescritível, uma vida interrompida sem explicação, sem razão aparente, há sempre uma razão, mas qual?
Neste momento tenho duas amigas grávidas, os bebés nascem em Junho e Julho. Tenho o desejo sincero que tudo lhes corra bem; invejo-as, sim, mas no sentido de elas já terem o que eu quero para mim, de elas já conhecerem a sensação que um dia será minha. Por isso desta vez prefiro contar o sonho.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Ouvir e sentir (VIII)

Within Temptation
"Never ending story"

domingo, 20 de abril de 2008

O que vale a pena

Ter amigos que vêm jantar, mas trazem o lombo temperado na véspera e as amêndoas para pôr no arroz. Não porque comam mal na nossa casa (se bem que já tivémos jantares de tostas e patés), mas porque ela é mesmo assim: generosa e fada do lar com um coração que não lhe cabe no corpo.
Ter amigos que entram, descalçam-se e perguntam "Onde é que estão os meus chinelos?"
Ter amigos com quem partilhamos o que vai acontecendo, enquanto devoram connosco um pacote de bolachas com doce de melão e amêndoas, ao ponto de ele nos vir perguntar "Mas vocês não param de falar um minuto?!"
Ter amigos que vêm jantar, mesmo quando acabaram de sair de um turno de 12 horas, e a única coisa que querem é uma cama onde deitar o cansaço agravado por quase 7 meses de gravidez.
Ter amigos que vêm jantar, mesmo sabendo que ainda os espera uma viagem de 3 horas antes de chegarem ao destino.
Ter a I. a saltitar pela casa, e a ralhar connosco na altivez dos seus 3 anos, numa língua entre o japonês e o neozelandês, para logo a seguir pedir colo.
Ter a I. , com os seus caracóis de anjo loiro, entretida com os brinquedos que trouxe num saco, porque na nossa casa não há brinquedos ( e tanta pena que eu tenho de não ter brinquedos espalhados pela casa), e a descalçar-se como a tia, e a dizer que a mana vai chamar-se Miguela, e a rir até às lágrimas e a pedir "Ota veiz" quando ele a pendura de cabeça para baixo, segura por um pé.
Ter amigos que vêm quando lhes apetece (ou podem) porque sabem que são sempre bem vindos, e que se juntam à volta da mesa sem nada de especial para celebrar, só o simples facto de existirem.
São estes os amigos que valem a pena.

Já chegou a Primavera

Pelo menos, à horta-jardim do meu sogro.
Entre períodos alternados de chuva intensa e raios de sol, as flores desabrocharam numa explosão de cores e cheiros, convivendo alegremente com a cerejeira, os coentros, as alfaces e o limoeiro que também dá laranjas da Bahia.


Nova paixão

Doce de melão com amêndoas. What else?

sábado, 19 de abril de 2008

Conversas ao almoço

Vejo um esgar de dor na cara dele, enquanto leva o guardanapo à boca para limpar uma gota de sangue.
- Mordi o lábio.
- Agora é que morres com o teu veneno!!

Momento (VIII)

Ele veio trazer-me um martini, enquanto eu fazia o almoço.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Manual de Amor

"A um passo do possível
a um passo de ti
medo de decidir
medo de mim
de tudo aquilo que não sei
de tudo aquilo que não tenho
ainda te sinto
nas flores no meio do asfalto
no céu azul cobalto
ainda te sinto
nos sonhos depois do pranto
num dia de tristeza
uma lembrança de ti."

Elisa
"Eppure Sentire (un senso di te)"
Manuale D'Amore 2 OST

O início do fim

Está tudo a desmoronar-se à volta dele. Começam a abandonar o barco, vencidos pelo cansaço, sem aguentar mais a pressão. Eu pergunto-me até quando ele aguentará. Digo-lhe para lutar, para levar até às últimas consequências, para não deixar que se fiquem a rir. Fico confusa com o baixar os braços que vejo e que não reconheço como sendo dele, nunca o vi assim, sem reacção. Uma lealdade levada ao extremo, para com quem nunca o mereceu, e para com o que já não o merece. Diz-me que tem medo do que fará, se reagir. Não sabe dosear as emoções, e prefere aguentar, porque quando explodir perde toda a razão. E eu acredito.
Não insisto hoje, porque a notícia deixou-o de rastos. Mais um laço quebrado, um dos laços que mantinha a estrutura coesa e forte. A força está a perder-se. É o início do fim.
Nem a janela aberta lhe devolveu o sorriso. Tento que fale comigo, mas recusa. Abro os braços para o acolher, mas afasta-se. Ele é como quem escreveu "Sou de lamber as minhas feridas em absoluta solidão". E eu respeito.

Abriu-se uma janela

Saiu hoje a lista dos candidatos aceites no IPT. O nome dele está lá. Faltam as provas e a entrevista. Mas não tenho dúvidas que vai correr bem. Vai finalmente concretizar o sonho de acabar os estudos. Consolidar mais de 10 anos de experiência. A necessidade de um canudo que se faz sentir em busca de novas perspectivas, novas oportunidades contra a estagnação que se anuncia breve.
3 anos que não serão fáceis, que vão obrigar a alguns sacrifícios, muitas horas roubadas ao sono e ao tempo passados juntos. Horário pós-laboral que me faz antever muitas noites sozinha, muitos filmes vistos sem companhia, muitos livros lidos de um fôlego.
Mas o meu apoio é e será incondicional, e no final lá estarei para lhe dar os parabéns.

À procura de um anjo (IV)

Scorpions
"Send me an angel"

E agora? (II)

Como é que eu enxugo a alma?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Está a chover...

... na minha alma...

Um abraço do tamanho do mundo

Hoje a princesa que toca violino faz anos. 5.
Lembro-me do primeiro olhar que trocámos, eu cheia de vontade de encher-lhe as bochechas de beijos, ela com uns olhos escuros enormes a fitar-me meio a medo, envergonhada.
Lembro-me do sorriso puro, dos puzzles, dos lápis de cor, do cabelo sedoso, dos risos na piscina e da curiosidade de explorar um mundo tão grande, sem medos.
Tenho pena de não lhe poder dar hoje um abraço do tamanho do mundo.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

E depois sou eu...

Alguém me dizia ontem "Tu andas muito musical e romântica", mas ele é que tem esta música no blog.
Pois...

Michael Nyman
"The heart ask pleasure first"
Piano OST

terça-feira, 15 de abril de 2008

Apreensão

A calma e paz interior que tenho vivido nos últimos dias são agora ensombradas pelo olhar dele. Cada vez mais cansado, triste, farto, quase no limite das forças. Fico preocupada de o ver assim, com vontade de bater com a porta, mas não o faz, não abandona o barco, vai ficar até que se afunde. E sabê-lo dà-me um aperto no coração, porque ele não merece, não depois de 10 anos de sangue e suor, 10 anos de dedicação e esforço, sem um agradecimento sincero, sem um reconhecimento. Ele não o merece, e é isso que mais o revolta, sentir-se enganado e usado.
E eu com vontade de o abraçar até ele adormecer, de lhe curar as dores com um beijo, de lhe afagar a cabeça e dizer que vai ficar tudo bem. Mas não sei se vai ficar tudo bem, por enquanto é uma incerteza, não tenho as respostas que ele precisa, posso dar-lhe a minha opinião, mas a palavra final será sempre dele, e eu vou respeitá-la, mesmo que não concorde com ela. Terá o meu apoio, sempre o teve, e cá estarei para lhe amparar a queda se necessário, ou para brindar com ele a um novo começo.
Porque "Adeus não tem de ser sempre o fim. Ás vezes é só um novo começo."

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Somos pelos cães

Fui à procura do anúncio da Pedigree, e para além do que vimos em Portugal encontrei mais dois deliciosos.
Fico com um sorriso parvo na cara e com uns olhos de cachorrinho abandonado quando vejo estes anúncios. Tenho imensa pena de não ter um cão, apesar de saber que é a opção mais correcta para quem passa o dia todo fora de casa. Não me iría sentir bem sabendo que o meu amigo de quatro patas estava sozinho fechado entre quatro paredes.
Por enquanto basta-me o huii huii dos meus porquinhos-da-índia, quando nos ouvem chegar.





Álbum de momentos

Tenho dois álbuns, dois dossiers A4 dos grandes a abarrotar de fotografias, bilhetes de concertos, postais e recortes de imagens tirados de revistas. Toda a minha vida está ali, desde as provas das fotos de casamento dos meus pais (ainda a preto e branco) até páginas de publicidade que achei maravilhosas (uma da Pedigree, principalmente). E sorrio sempre que os revejo (mesmo as fotos dos meus 15 anos, quando tinha a mania que era gótica).
Dou-me conta que estou a fazer o mesmo com este blog. Estou a torná-lo uma álbum de momentos.
Porque os meus momentos são feitos de cores e alguns sabores, mas principalmente de imagens e muitas melodias. Sons a que me agarro quando não tenho mais nada, imagens que me aconchegam e dão alento.
Porque acredito que a felicidade é feita de momentos.

domingo, 13 de abril de 2008

My Blueberry Nights

"Adeus não tem de ser sempre o fim.
Ás vezes é só um novo começo."

Norah Jones

"Story"


Assofar

Aka não fazer n-a-d-a.
Acordei sozinha (coisa rara) e com um sorriso nos lábios (ainda mais rara), à hora a que ele já estaría no Estoril a ver as 125cc.
Almocei uma taça de leite com Chocapic (os brancos são tão bons!!), e deixei-me ficar a tarde toda no sofá, com o portátil no colo, a procurar filmes.

Já estou à espera

Gosto de histórias de enternecer e de personagens tontos. Gosto de filmes com uma moral, um ensinamento. Por isso adoro filmes de animação, e acabo de vê-los sempre com um sorriso enorme (e quantas vezes com uma lagrimita no canto do olho, também).
Por tudo isto aguardo o regresso de Scratch, Manfred, Sid e companhia.

Ice Age 3


Ouvir e sentir (VII)

É o que dá estar sozinha em casa enquanto ele vai só ali capotar um jipe. Tenho todo o tempo do mundo para procurar músicas.
Esta é do novo álbum, e gostei do ritmo. A senhora anda a actualizar-se.

Celine Dion
"Eyes on me"

sábado, 12 de abril de 2008

Ouvir e sentir (VI)

Damien Rice
"Blower's Daughter"
Closer OST

Coincidência

Receber mms dele com momentos que vai captando no telemóvel é normal.
Agora, receber um mms com a foto do jipe onde ele foi fazer mato, capotado, já não é nada normal!
- O que é que aconteceu?
- Capotámos, tá aqui tudo f$%&#$%&, bombeiros e ambulância...
- Mas vocês magoaram-se?
- Não, eu levei com umas caixas em cima, mas tá tudo bem.
- Tás a mentir.
- Não estou nada, é verdade! O N. diz que são coincidências a mais, sempre que tu não queres vir acontece-nos alguma coisa.

Optimista

"Agora vamos para a Barroca (um sítio com lama) eventualmente ficar atascados :)"
Eventualmente, diz ele...

"Tem certeza...

... que hoje também não é um dia muito importante para você?"

"Ties"
Project: Direct

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Uma vez mais

... dou por mim a pensar "E se..." E se estivesse grávida? Fiz um raio-x, ando entupida de medicamentos, há quase duas semanas que não durmo uma noite completa. De certeza que tudo isto faría mal a um ser em desenvolvimento. Um conjunto de células a multiplicar-se, num mecanismo de precisão assombrosamente perfeito, para dar origem a um cérebro, um coração, braços e pernas, dedos e olhos, e porque não, alma. Um ser humano a surgir de uma ínfima célula.
E qualquer interferência nesse processo podia deitar tudo a perder. Muitas vezes o próprio corpo rejeita um óvulo deficiente, uma forma de salvaguardar uma gravidez sem problemas. Mas pelo menos sabería que havia algo, que era possível.
Acabei hoje o antibiótico, mas guardei a caixa. Com uma sombra de esperança que ainda seja precisa para mostrar à médica "Olhe que eu andei a tomar isto, será que fez mal?"

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Bar aberto

Temos de começar a beber uns copos valentes em casa.
O bar está cheio de garrafas, a maioria delas cheia (excepção para o whisky e o mescal, companheiros do Call of Duty e afins).
Definitivamente, nesta casa não há Lei Seca.

Chega!!

Quero emigrar para um país com SOL!!!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ouvir e sentir (V)

Hans Zimmer
"Nyah"
Mission Impossible II OST



A força da Natureza

Agora é que é caso para dizer: quando a Natureza se chateia, anda tudo p'los ares!
Durante o habitual telefonema para a mãe, para fazer o relatório do dia e garantir-lhe que não é desta que morro, falámos do mini-tornado que passou aqui perto. E dizia-me ela que a situação está a ser tão noticiada, mas não é nova. Lembra-se de, em pequena, ter visto fardos de palha a rodopiar no ar, numa tarde de calor abrasador e barulho ensurdecedor.
Mas não deixa de surpreender o poder e força incontroláveis que a Natureza pode assumir, numa questão de segundos. Nessas alturas o ser humano é reduzido à sua devida dimensão, e toda a prepotência com que habitualmente julga controlar os elementos é varrida, mostrando-lhe o óbvio: por mais avanços tecnológicos e científicos que existam, o ar e a água continuam a ser o que sempre foram - forças latentes que devem ser respeitadas e temidas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

É triste...

... saber que não aproveitei o sol maravilhoso do fim de semana. E hoje chove torrencialmente.
A minha única saída foi ontem, directa ao hospital. A tosse não passava, tornou-se cavernosa. Assustei-me. Ele levou-me. Meia hora de aerosóis e um raio-x. Antibiótico e xarope em comprimidos para a bronquite, e xyzal para a renite. Senti o calor do meio dia, mas não o suficiente para me alegrar e ter vontade de ir a uma esplanada, a um jardim, a qualquer sítio. Voltei para casa e dormi a tarde toda.
Hoje estou melhor, só tenho pena de não ter ido ao médico mais cedo. Porque é que tentamos sempre aguentar até às últimas? Testo os meus limites físicos, tomo um ou outro medicamento que já conheço e deixo arrastar a situação. A maioria das vezes até corre bem, mas quando alguma coisa cá dentro me diz "Olha que isto não é normal, não passa assim", eu devia prestar logo atenção. Poupava dois dias de inferno. Talvez tivesse aproveitado o sol.
Agora tenho de esperar que ele volte.

sábado, 5 de abril de 2008

Momento (VII)

Ele fez sumo de laranja e foi comprar um croissant com chocolate para o meu lanche.
Com um sorriso.

À procura de um anjo (III)

Sarah McLachlan
"Angel"

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O meu reino...

... por um cigarro.
Sei que não posso, era uma sentença de morte para a minha garganta ferida de tanto tossir. Mas apetecia-me tanto. Sinto falta, não do cigarro em si, mas do gesto: abrir a janela, acender o cigarro, soltar o fumo enquanto vejo o gato a passear na varanda do prédio em frente.
Também podia ver isto doutro ponto de vista, agora era uma excelente altura para deixar de fumar, já aguentei dois dias, nem sequer fiquei irritada (pudera, estava em estado quase vegetativo) agora era só manter-me "sóbria".
Vou ver se o gato está na varanda.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

De rastos

Há poucas coisas que me consigam deitar abaixo com tanta facilidade e tão rapidamente como a febre. Tosse? Fraquinha. Espirros? Meus velhos conhecidos. Agora 38.9º de febre deixam-me de rastos. Ontem ainda consegui ir trabalhar, apesar de ter passado a noite entre períodos de calor abrasador e de frio trémulo. Esta manhã o meu corpo não me deixou levantar. A febre não diminuiu e comecei a ter ataques de tosse violentos, daqueles que parece que nos vão virar do avesso.
À hora do almoço passei da cama para o sofá, e o facto de ter estado o dia todo a dormir ajudou a recuperação.
Vou tentar recuperar mais um bocadinho.

terça-feira, 1 de abril de 2008

De uma grande amiga (IV)

Às 8 da manhã ouvi o sinal de sms do telemóvel. "Deixei um comentário no teu blog, mas não publiques. Eu tenho andado muito lamechas."
Depois de ler e de piscar os olhos algumas vezes, para que uma lágrima teimosa não caísse, decidi publicar o comentário aqui, cortando uma parte mais privada do texto.
Porque a adoro e ela estará sempre no meu coração.
Porque a minha casa e os meus braços estão sempre abertos para a receber.
Porque são amizades destas que não nos deixam desistir...

"Sabes que escrever nunca foi o meu forte, se calhar o meu problema é começar mas vou seguir o teu conselho e vou tentar...
Eu nunca pensei gostar tanto de alguém como gosto de vocês dois, para mim vocês são mais do que bons amigos, são como meus irmãos, já fazem parte do meu coração e da minha vida, sofro por vocês (só Deus sabe quantas lágrimas já me caíram pelo rosto) por me sentir impotente, por não vos poder ajudar, eu sei que não posso, não consigo, se Deus me concedesse um desejo tenho a certeza que realizava o vosso maior sonho.
Não sei se vocês sabem mas vocês são os meus conselheiros, gosto muito de vocês, melhor sou apaixonada por vocês, já me deram e continuam a dar muitos bons momentos, tenho a certeza que sou uma mulher (…) muito melhor e muito mais madura com os vossos ensinamentos e sei que ainda tenho muito a aprender, não tenho palavras para vos agradecer tamanho ensinamento.
Adoro chegar a vossa casa, poder-me descalçar e vestir o roupão do L, sinto-me em casa, a casa que nunca tive e que vou demorar a ter. Sinto uma alegria enorme poder beber um bom vinho, conversar ou desconversar, poder desabafar, dizer tudo o que me vai na alma, porque sei que se estiver no caminho errado vocês sabem indicar-me qual o caminho certo e isso é muito importante para mim. Por vezes tenho medo de vos estar a incomodar, mas depois o L. dá-me um grande sorriso de "anda cá que na te faço mal" e com o teu carinho materno sinto-me logo protegida.
(…) e tenho muita sorte em ter uns amigos como vocês que me apoiaram em tantos momentos maus da minha vida e que conseguiram não sei como por-me outra vez na mó de cima, de volta para a vida.
É nestas alturas que se vê quem são os verdadeiros amigos...
Obrigada por serem quem são...
Obrigada por serem meus amigos...
Simplesmente obrigada!!!!"