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quarta-feira, 12 de março de 2014

Porque nunca se esquece...

Só a palavra em si é desconfortável e faz qualquer um baixar os olhos. Infertilidade. A primeira vez que a ouvimos, ou nos apercebemos do que isso vai implicar no nosso futuro, parece uma sentença de morte. Sei do que falo. Foram seis anos. De espera, de tentativas, de esperanças, de injecções, de desilusões. E não o esqueço. Principalmente porque quero muito ter outro filho, e possivelmente terei de voltar a fazer tudo outra vez. Mas agora será diferente. Porque sei que é possível. Porque tenho um filho lindo e saudável e gorducho com quase dois anos, concebido ao quarto tratamento de procriação medicamente assistida. 
Mas muitos casais não têm esta sorte. Ao todo são 500.000 casais. Só em Portugal. Os olhares envergonhados e os sorrisos de cumplicidade que se trocam nas salas de espera das consultas só são percebidos por quem sabe. Por quem não esquece.
Por isso hoje deixo aqui um link para uma petição que procura pedir mais apoios do Estado a quem enfrenta a infertilidade. Porque, além de tudo, nós (porque me incluo aqui, sem vergonha ou auto-piedade) lutamos contra o tempo, quando o tempo de espera para uma consulta no público é de três a quatro meses (só para mostrar o resultado dos exames e análises...). E recorrer ao privado significa ter de dispor de valores exorbitantes, que a maioria das pessoas não tem.
Quem quiser assinar a petição, pode ir AQUI. Eu já assinei.
Obrigada.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Um ano de toda a Vida

Há um ano atrás, a esta hora, começava uma nova vida. Não só a de Peter Pan que viria a nascer dez horas e meia depois, mas também a nossa, enquanto pais, enquanto adultos (finalmente) responsáveis por outro ser humano. Uma responsabilidade para a qual julgo que ninguém está completamente preparado à partida. Podemos ler todos os livros e artigos de pedopsicólogos do mundo, mas nada nos ensina como vamos criar e educar o nosso filho, aquele bebé que será criança com uma identidade própria e única e diferente de qualquer outra.
Há um ano atrás, a esta hora, um novo ciclo cheio de promessas e esperança dava lugar ao antigo, e encerrava para sempre um dos capítulos (ou o capítulo) mais difíceis da nossa história, que pôs à prova toda a nossa fé, coragem, persistência, resistência à dor (não só a física, mas acima de tudo psicológica) e até o nosso amor um pelo outro.
Há um ano atrás, a esta hora, sabia que a vida que tinha vivido até ali ía mudar para sempre, nunca mais sería a mesma. Mas essa certeza não me trazia nenhum medo, nenhuma angústia. Sabia que não ía ser idílico, que tería dúvidas e alturas de quase-desespero, mas acreditava (e ainda acredito) que o mais importante que podia dar ao meu filho era o meu amor incondicional, a minha atenção, carinho e a segurança do meu colo.

Ter um filho, ter este filho, foi mais do que um sonho concretizado ou a confirmação das expectativas que fui idealizando ao longo dos últimos anos. Porque nenhum sonho ou expectativa se compara à comoção de ouvir o meu filho chamar por mim, ao deslumbramento de vê-lo a descobrir o mundo que o rodeia ou a dar os primeiros passos desajeitados, à ternura de sentir o seu abraço ou a bochecha-gorda-de-sono encostada ao meu ombro. A gratidão que sinto é imensa, só comparável ao amor que foi crescendo por estes 11 kilos de gente, bebé gorducho e lindo-tão-lindo-que-até-chateia (as palavras não são minhas, são de quem se mete com ele na rua, e quem sou eu para desmentir?), mesmo quando grita desalmadamente para lhe darem os brinquedos que atirou para o chão, ou quando demora uma hora e meia para adormecer à tarde (esta é nova...). Porque depois sorri, um sorriso maroto e mimocas como ele, bebé que nos puxa o braço para pedir colo e se derrete com abraços e beijos no pescoço, bebé que gosta realmente de mimo. E eu dou, muito, sem medo de o estragar e de estar a criar um selvagenzinho, terá regras concerteza, mas continuará a ter da nossa parte todas as demonstrações do amor que lhe temos (até ao dia em que ele peça para pararmos porque estamos a envergonhá-lo à frente dos amigos...).
Ter um filho, ter este filho, foi a benção mais sentida que tive, um bebé saudável e rijo, alegre e comunicativo, o meu coração, desde há um ano a bater fora do meu peito, desde há um ano a encher os meus dias de sorrisos, de choros, de birras, de fraldas e de ternura, desde há um ano a fazer-me querer ser uma pessoa melhor, uma mãe sempre presente e paciente, um exemplo a seguir no futuro.

(Não posso querer mais nada. Eu tenho tudo o que pedi).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Seis meses de tanto amor





Tinha este ideal imaginado de posts maravilhosos carregados de frases arrebatadoras sobre este amor. Já tentei colocar em caracteres este sentimento que vai crescendo e moldando o meu ser todos os dias. Não consigo. Não há palavras que consigam descrever o que sinto quando olho para o meu filho. Quando o vejo sorrir para mim. Quando lhe cheiro a pele quente e lhe beijo as mãos macias. Quando me deslumbro com cada som, cada gesto, cada nova gracinha. Guardo para mim esta comoção constante por tê-lo, por ser meu. O meu filho adorado. O meu sonho concretizado. A minha benção.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

(Re)nascer

Tenho o coração nas mãos.
A partir de hoje, e até ao último dos meus dias de vida.
Deixou de bater dentro do meu peito.
Tenho o meu coração nas mãos.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Um dia vou ensinar-te...

... que se pode chorar da mais pura comoção...


"Antes que chegue o peter pan

há duas ou tres coisas que te queria dizer.
Antes de mais, parabens, Por tudo. Pelo teu sonho, em primeiro lugar, pelo teu esforço, pela tua coragem, pela tua luta. E pela tua vitória.
O teu esforço deu frutos e esta é uma nirvana mais que merecido. Tu mereces mais do que ninguém. Porque nunca desististe e, ainda por cima, deste-te toda a este sonho.
Ao longo dos anos que nos fomos conhecendo, houve coisas que nao te pude dizer, sob pena de ferir o teu sonho. Eu nunca duvidei que conseguisses engravidar mas, confesso, sofria a par contigo cada decepção tua. Rezei muito para que Deus te concedesse esta Graça mas, no fundo do meu coração, vivia hororrizada com os teus fracassos... Como foi possivel teres suportado tanto? Como foi possivel teres sofrido assim?
Admiro-te muitissimo. Es a lutadora mais corajosa que já conheci. Traçaste um sonho e foste-lhe fiel desde sempre. Com a mesma garra, a mesma fé, o mesmo amor.
Quantas mulheres teriam feito o mesmo? Eu não, certamente. Já me teria conformado, já estaria depressiva e auto-abandonada a um canto, ja estaria separada (o meu feitiozinho de merda jamais me deixaria estar com alguem a sentir essas frustrações todas) e estaria afogada em vinho e cigarros. mas tu não... Deste-te, entregaste-te toda, com uma ternura magnifica, com um amor incondicional. Que maravilha que foi, que é, assistir de tão perto a algo assim tão grandioso como tu.
Mais que outra coisa qualquer, tu mereces este peter pan. Este menino deus que vai nascer de ti é teu porque o mereceste, porque és uma eleita de deus e porque (desculpa a ousadia) o teu Pai te abençoou Lá de Cima.
Perdeste uma vida para ganhar outra, cheia de pedacinhos da anterior... Irónico, não é?
Mereces este Peter pan, sim, e sei que vais deixá-lo crescer com todo o amor que já provaste ter. Vais amá-lo sem o estrafegares, vais cuidar dele com ternura, cuidado, com o coração a bater descompassado por tudo e por nada, quando o vires cair e quando o ouvires a dizer mamã.
Eu, minha querida guerreira, minha benção, meu exemplo de vida, vou estar aqui, sempre, como estou hoje, de lagrimas nos olhos, emocionada com a tua entrega e com o tamanho desmesurado dos teus sonhos e do teu amor.
Adoro-te, com todo o orgulho e com todo o meu coração.
Sê feliz, minha guerreira abençoada.
O teu dia chegou.
Parabens"

domingo, 4 de março de 2012

We're half way there...

20 semanas de miniatura. Metade do caminho percorrido. O mais importante (neste caso) é chegar bem ao destino. Mas a viagem tem sido abençoada. Agradeço todos os dias por estes dias de contemplação. Do milagre de criação de uma vida. 20 semanas de pegadas na areia. Que sei não são as minhas.
Tenho sido levada ao colo. Tenho a certeza.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ter fé

Tudo acontece por uma razão, eu acredito nisto, e começo a compreender que todo o caminho que tive de trilhar até aqui, todos os passos na areia, tiveram um significado, um propósito, sem eles não conseguiria agora sentir e viver este momento tão intensamente, uma gratidão tão pura e um encantamento tão sublime que nenhuma palavra consegue exprimir.
Estou grávida e já posso dizê-lo sem receios. Obrigado.

Mormon Tabernacle Choir
"Faith in Every Footstep"





quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Andar nas nuvens

Estava a ver os arquivos do blog para fazer um balanço de 2011, e percebi perfeitamente o que perdi em termos de escrita e inspiração. Já não escrevo assim há meses. Sei exactamente quantos. Sei exactamente porquê. Tenho a melhor das desculpas, quando aquilo que não podemos contar (a médica pediu contenção, e o primeiro trimestre é sempre o mais perigoso, e achamos que ainda é cedo... ou melhor, eu acho, que ele começou a desbroncar-se a qualquer vivalma que lhe apareceu à frente) é tão avassalador que mais nada importa, mais nada é tão belo, tão sentido, tão intenso que mereça umas míseras palavras de recordação.
Não sei se voltarei a escrever com aquela alma lá atrás. Também não quero transformar isto num blog gugu-dadá enjoativo, e repetir todos os dias a felicidade que é sentir este estado de graça que já se nota. Olho para a minha barriga e vejo um sonho concretizado. E não há palavras para isso.

Celtic Women
"Walking In The Air"

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Antes de adormecer

Sim, porque agora basta pousar a cabeça na almofada (qualquer uma)  e adormeço em dois minutos. Não consigo ver um filme até ao fim ou ler uma página completa de um livro (nem um artigo de uma revista sequer...). Foi o meu primeiro sintoma, notado por ele antes de eu ponderar que talvez sim, "andas a dormir muito, mais do que o normal". Depois, já depois de um número mágico num papel me deixar cheia de cuidados (mas sem medos irracionais nem ansiedade) veio a fome, e eu, que passava seis ou sete horas sem comer (e sem me lembrar disso) passei a sentir uma necessidade física de me alimentar de duas em duas horas. O corpo pede mesmo. Acabaram-se os jantares de bolachas e iogurtes. Começou o problema do "agora não podemos ir comer sushi...".
Só senti um enjoo uma vez, mas foi o suficiente para me fazer respeitar todas as mulheres que passam por isto durante três meses (ou pior, durante toda a gravidez). Evito qualquer tipo de esforço físico e não pego em nada que pese mais de um quilo (nem nas minhas afilhadas, com muita pena minha). Continuo a trabalhar ao mesmo ritmo (esta semana foram três dias a sair depois das nove da noite, para acabar o maldito orçamento), mas só uso o elevador e levo um verdadeiro farnel para ir comendo durante o dia. A roupa continua a servir-me, mas já noto algum desconforto quando visto calças mais justas. Fora isso, estou muito serena e até me estranho, não pensava que fosse capaz de viver este primeiro trimestre (o risco de alguma coisa correr mal existe sempre) com tanta tranquilidade.
Ontem voltei a ouvir o coração da minha miniatura de gente,  a 225 à hora. Hoje completo dois meses de gravidez. Como diz a minha médica de família "agora é só esperar que ganhe placenta".

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

À flor da pele

Chorei. Pela razão errada.
Ouvi o meu irmão a chorar ao telefone. De alegria. De alívio. As razões que deviam ser as minhas se não tivesse tanto medo.
E tenho a certeza que a minha mãe também chorou assim que a deixámos em casa.

(Ir a Coimbra confirmar a minha gravidez. 5 semanas. Ver no ecrã um saco gestacional perfeito. Com uma cauda. De mão dada com ele. Levar a mãe e só lhe explicar o que íamos fazer quando chegámos à porta da clínica. Dizer-lhe baixinho que sim, que estava grávida. Grávida... Contar-lhe o resto enquanto almoçávamos massa num italiano de centro comercial. Tudo o que lhe tinha escondido nos últimos seis anos. Para a proteger. Mas ela merecia saber a verdade. Resumida e sem dramas. Mas toda a verdade.)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Não te mexas muito..."

Florence and the Machine
"Shake it Out"


(Dormir no sofá desde as 7 da tarde até agora... non stop...)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aquietar o coração

Mercedes Sosa
"Gloria"

E, por breves instantes, o mundo parou...

"(...) mas há um dia em que as peças todas do puzzle emaranhado que se foi espalhando por todo o lado - sem esperança de se encontrar a peça que o gato levou para brincar, que o bebé meteu na boca aflito dos dentes, o conjunto todo de peças que aparentemente não encaixavam umas nas outras -, há um dia em que tudo se encadeia, pim, pim, pim, zás e, nesse momento - digo-lhe isto com a mesma certeza de que é impossível manter os olhos abertos quando se espirra -, a mandíbula descai um bocadinho e o olhar eleva-se para o céu, e por breves momentos, penso que nem um segundo chega a passar, rebobinamos tudo para trás, todas as pequenas coisas vêm ao cimo como bolinhas de esferovite numa taça de água, e damos por nós, maquinais, magistrais a arrumar tudo no sítio certo para que possamos seguir em frente, e percebemos tudo, o porquê de tudo (...)". 


(No parque de estacionamento da fábrica, a ler o resultado da análise de cinquenta euros que deixou de ser comparticipada pelo Estado, à luz dos faróis do Alfa e debaixo de uma chuva miudinha, no dia em que Portugal ganhou à Bósnia por 6-2, e em que o Estádio da Luz em peso cantou "A Portuguesa" a uma só voz, fazendo esquecer por instantes a crise e todas as (outras) tristezas... 
62,76. O dobro da última vez. O número mágico que me fez acreditar que sim. Desta vez sim.)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pedir um desejo

Só um.
Sempre o mesmo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tomar "calmantes"

Sigur Rós
"Beauty of dreams"


(E rezar...)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Encerrar o assunto

Tenho de escrever isto para ver se consigo arrumá-lo a um canto, pelo menos durante os próximos meses, foi isso que a médica me disse (não para escrever, claro, mas para pôr de lado, pensar noutras coisas, blá blá blá). Foi só quando ouvi da boca dela a frase sacramental "Você ainda é nova, se já tivesse 40 anos eu não sugeria uma pausa, mas você tem tempo." é que me caiu a ficha e consegui ordenar o pensamento e pôr por palavras este medo da passagem do tempo. EU NÃO QUERO SER UMA MÃE COM 40 ANOS. Eu comecei a pensar em ter filhos aos 25. Queria ser uma mãe jovem, descontraída, com alegria para dar ao filho, com tempo e paciência para brincar com ele, deixá-lo sentar-se nas costas do sofá, encavalitado nas minhas costas, a "pentear-me" o cabelo durante horas, como a minha mãe fazia connosco. Uma mãe de ténis, que vai com os filhos para a discoteca e fica no bar a beber copos, sem os envergonhar na pista. Vou fazer isso com 60 anos, é? Toda a gente me diz que eu ainda sou nova, mas já ando a ouvir isso há mais de 5 anos. E estou na mesma. E o tempo vai passando. Até quando é que me vão considerar "nova"?
E não me venham com merdas, não é a mesma coisa ser mãe aos 20 ou aos 40. Não é a mesma coisa pensar em engravidar aos 30, ir ao médico, fazer tudo como deve de ser, ficar grávida naturalmente passados dois ou três meses,  ter uma gravidez normalíssima, sem stresses, e ter essa benção imensa sem esforço, sem pensar muito nisso. Eu vivo com esta realidade todos os dias. Vejo-a a crescer numa barriga redonda, lindíssima, da grávida mais bonita que alguma vez conheci, a minha colega de escritório. Fico maravilhada a olhar para a barriga dela. Foi tão fácil. Como devia ser sempre. Eu não vou ser assim. Mesmo que por obra divina eu engravidasse naturalmente (ou por obra médica, pelos vistos nem duma maneira nem da outra) , tenho medo que não ser capaz de levar as coisas com tanta leveza. A descontração perdeu-se. Um filho que consiga ter será sempre um tesouro insubstituível, fruto de um esforço sobrehumano, e a tendência será para protegê-lo em demasia, e morrer de pânico só de pensar que alguma mal lhe possa acontecer. Tenho medo de me preocupar exageradamente, andar sempre stressada, não saber aproveitar o meu bebé sem estar sempre a pensar se estou a fazer alguma coisa mal, sem estar sempre a culpar-me por (todas, tantas) falhas que vou cometer. E eu não queria ser assim. Ser tanto assim.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Apanhar os cacos

É cada vez mais difícil. São cada vez mais pequenos. Alguns perderam-se para sempre. Os que sobram não chegam para completar a forma perfeita que teve um dia. Nunca mais será a mesma.
Estou cansada.


Sigur ros 
"með suð í eyrum"



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Deus anda a gozar comigo

Eu não mereço isto.

Javier Navarrete
"Long Lonf Time Ago"
(Pans Labyrinth OST)


Desgosto (o maior, o mais doloroso)

"You don't get everything you want in life.
That's all there is to say about that."

Durante uma semana o mundo teve outras cores e o sonho foi audível e encheu a minha vida de algodão. Durante uma semana soube-me grávida e acreditei que Deus não se tinha esquecido de mim.
Hoje perdi o meu bebé. Hoje amaldiçoei o Natal, o ano de 2010 que foi o pior da minha existência, que me trouxe mais sofrimento físico e psicológico que os outros 31 anos juntos, amaldiçoei o meu corpo que me desiludiu (ainda mais).Quero adormecer e não voltar a acordar, enquanto a pergunta carregada de dor continuar furiosamente a sobrepor-se a qualquer tentativa apaziguadora: porquê?