segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ouvir e sentir (CLXVIII)

Maria Rita
"Encontros e despedidas"


domingo, 29 de maio de 2011

Reacender o desejo *

As fotos de rolo têm uma magia difícil de explicar, uma aura intemporal. As cores são mais vivas. As formas são mais difusas. As primeiras fotos da Meikai trouxeram-nos de volta esta aura esquecida há alguns anos. E uma vontade maior de continuar a usá-la (depois de reparada para eliminar aquela entrada de luz que deixou um rasto queimado em cada foto que se conseguiu aproveitar - culpa minha, forcei a rebobinagem e parti o rolo... andorinha...). Agora é rezar para que a única casa de fotografia nesta terra à beira-carris plantada, que (ainda) faz revelação de rolos, não abra falência.



* Ou Um título que defrauda expectativas

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Novo vício (III)


(Não, não são preservativos com sabores...).

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Com uma promessa de regresso




Quero voltar. Com ele. Com um grupo de amigos. Percorrer as ruas a pé e os canais de barco. Levar a Canon para tirar fotos de jeito. Visitar o museu Van Gogh e a Casa de Anne Frank. Ver um show de sexo ao vivo. Fazer compras no Mercado da Flores e espreitar pelas janelas abertas. E passar uma tarde a apanhar sol numa das espreguiçadeiras da Strandzuid (que só vi de relance através de uma parede envidraçada da RAI, e que tive de googlar para descobrir o que era ao certo - uma "praia" urbana, junto a um lago).

(E não tenho nenhuma dúvida em dizer isto: Amesterdão põe Londres a um canto...)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Incontornável

Ir a Amesterdão e não ver o Red Light District é como ir a Roma e não ver o Papa. É tipo Bairro Alto com mulheres nas montras. Vê-se de tudo, desde mulheres lindíssimas (todas retocadas, é certo, mas lindíssimas) a autênticos trambolhos e travestis, daqueles que se notam  a léguas de distância (mas se estão lá, é porque alguém lhes pega...).
Aqui a vida nocturna é isso mesmo, vida, palpitante, animada, barulhenta, colorida. O movimento nas ruas é incessante, o desfile de gente bonita também (realmente não conheço outra cidade com tanto estilo).






(Não há fotos do Red Light, avisaram-me para nem sequer tentar, se não queria ver a máquina confiscada).

Conversas por sms (III)

(Sobre o facto de estar "presa" numa Feira com quase 9.000 stands mas tão parada que dá sono, com wi-fi gratuito mas sem computador):

- (...) estou a apanhar uma seca imensa :(
- havia de ser cmg, passava por uma coffeshop todos os dias antes de ir praí :)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

All the cliches...

Centenas e centenas de bicicletas (perdi a conta às vezes que ía sendo atropelada, e não deve ser nada agradável, que a maioria delas é velha e ferrugenta...), as coffe-shops de onde exala um aroma a ganza que até assusta, as casas flutuantes com os seus alpendres bem decorados, com direito a nº de porta e vasos à entrada, os prédios de janelas amplas (sem cortinas, a seduzir os olhares alheios).


 
Os holandeses são descontraídos e giros, giros mesmo, no sentido vale-a-pena-olhar-segunda-vez. As raparigas e mulheres que passam velozes nas suas bicicletas são muito bonitas, com um ar descontraído mas cuidado e cheias de estilo. Ficou-me uma frase que li numa reportagem da Rotas & Destinos (a minha consulta obrigatória antes de cada viagem): "São um povo de piratas (...) todos se estão nas tintas para o que vais fazer a seguir... desde que não te atravesses à frente da bicicleta ou digas mal do Ajax.". Enchem as esplanadas e a relva dos parques públicos ao mínimo raio de sol no horizonte, e é um deleite ficar a observá-los, distrair as vistas sentada numa esplanada com um copo de cerveja na mão (cara, aqui o preço das bebidas é disparatado, 4 euros por uma imperial ou por um café e uma água...)



 
A cidade é fácil de perceber, até para um ser desprovido de sentido de orientação como eu, tudo parece estar a um passo de distância, e os canais e edifícios estreitos e baixos (raramente têm mais de 3 andares) dão-lhe um charme distinto.

 
As janelas altas e propositadamente despidas de cortinas ou estores são um convite escandaloso e irrecusável ao lado voyerista de cada um. Ainda por cima fazem questão de demonstrar o bom gosto que têm também na decoração, com vislumbres de um cadeirão de pele, um lustre no tecto, ou uma estante a abarrotar de livros, que me deixavam sempre a imaginar como seríam as pessoas que habitavam aquele lugar. Provavelmente um jovem casal  multi-racial, com um filho pequeno cuja beleza foi enriquecida pela mistura de genes dos pais (vi vários nas ruas, aliás, as ruas eram uma mistura alegre mas pacífica de pessoas de todas as raças e idades). O mesmo bom gosto que se espelhava em cada montra, fosse uma mercearia de produtos gourmet, uma lojinha de antiguidades ou um armazém de souvenires com vacas penduradas no tecto.





Passamos em frente à Mellow Yellow (uma das primeiras, senão a primeira coffe-shop) e o cheiro que sai daquela porta era o suficiente para me deixar nas nuvens se tivesse ficado por ali mais 10 minutos, isto depois de andarmos hora e meia à procura de hotel, por causa da feira está tudo cheio (mania de ir sem reservas antecipadas...). Finalmente lá conseguimos dois hotéis na mesma rua de um bairro residencial junto à fábrica da Heineken (tão sossegado que tinha crianças a brincar despreocupadamente no meio da estrada), cada um com 1 quarto vago. Escolho o que tem um aspecto mais actual e legalise, mas não deixa de ser um hotel antigo, com as suas escadas íngremes (os degraus não tinham largura suficiente para colocar o pé todo...) e corredores apertados, e não me safo de um quarto minúsculo no último andar, sem casa de banho privada (o wc era a meio do corredor, o chuveiro era no andar de baixo!!) onde a cama ocupava metade do espaço encostada a 3 das 4 paredes do cubículo (e isto não sou eu a exagerar...). Tinha a regalia de poder estar deitada com o nariz colado ao vidro da janela, a espreitar indiscretamente o movimento lá em baixo, e a vida dos habitantes das janelas do prédio em frente. Mas acho que nunca dormi tão bem num quarto de hotel (o Lusitano não conta para esta votação, está num campeonato diferente, tipo Liga de Honra).



Nos próximos quatro dias...

... vou andar por estes lados...



(venham de lá os bolinhos...)

domingo, 22 de maio de 2011

Doçura

Depois de nos despedirmos com sushi e a descontração dos que sabem que quatro dias passam a correr, sentei-me no sofá a conversar com o puto grande, com a L. adormecida no meu colo, mais comprida e mais pesada (só ainda não tem mais cabelo) e fiquei a admirar-lhe as bochechas redondas, as preguinhas de pele dos pulsos, a boca pequena a empurrar a chucha, as mãos fechadas a esfregarem os olhos. Vejo-lhe as feições mais acentuadas e penso, como a minha mãe, que estou a perder as gracinhas, a definição da personalidade, que não partilho as alegrias e não estou lá nos momentos difíceis.
Cada vez que a tenho nos braços não é para matar saudades. É para aumentar ainda mais as saudades que vou ter a seguir. A distância é uma merda.

Passar com distinção

Houve avaliação das melhores fotos, mas nem foi isso que contou, nem o facto de estarmos uma hora na rua a fotografar os carros a passar, para treinar (no meu caso, conseguir, nem que fosse uma vez) a técnica de panning, e eu só pensava como raio é que consegui tirar aquela foto em Istambul,e agora não me sai nada? Quando os carros deixaram de passar houve voluntários a correr à nossa frente. O resultado foi igual. Péssimo. Tenho de treinar. Continuamente. É assim que funciona. O fim do 1º nível ensinou-me isso, acima de tudo. Tenho tanto que aprender...

sábado, 21 de maio de 2011

Não baixar o ritmo

Isto nem parece fim-de-semana, aulas durante o dia, jantar do grupo de formação, fazer a mala para ir directo para Lisboa amanhã à noite, tudo a correr, sem sossego. Vale a pena, vale muito a pena. Mas também cansa.






 



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ouvir e sentir (CLXVII)

Rumer
"Slow"


Esquecer um (mau) dia

Era só isto...

"Deixemos a dialéctica em paz. O que o Amor quer é um silêncio contemplativo, uma garrafa de vinho e sexo. Muito, se possível. Tudo o resto são nuvens passageiras, às vezes brancas, outras vezes cinzentas. Ao contrário do que se possa pensar, não compreender uma mulher não é um estado de ansiedade. Muito pelo contrário, é o melhor que nos pode acontecer. A incompreensão duma mulher é a última das etapas na vida de um homem. É o arhat da alma ou, se preferirem, é o "que se foda! o melhor é não me chatear". A vida, tal como a vivemos, não é compatível com o Amor tal como o Amamos. Por isso que se lixe a vida! Vem o Amor todo lampeiro e depois, atrás dele, a conta do gás, a conta da edp, a conta da água, o puto que com cólicas que tem de ir para o Hospital, o gajo que nos bateu no carro, o vendedor da Tv Cabo que é um chato do caraças, o emprego matinal depois de noites mal dormidas. Enfim, vem a vida toda a impedir-nos de Amar e mais uns sacanas a falar na televisão em nome do Défice: "O Défice isto, o Défice aquilo", e nós a querermos Amar... Há uma altura em que se aprende a olhar para quem se Ama com olhos de quem Ama, não com olhos de quem vive e não quer compreender coisa nenhuma a não ser isso: um silêncio contemplativo, uma garrafa de vinho e sexo."

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mais uma ideia brilhante*

Ver o Mother and Child. Ainda por cima num dia de TPM com tudo incluído. Não é de fazer chorar as pedras da calçada (ou eu é que não sou uma pedra da calçada lá muito boa) mas deixa um nó na garganta. Frases demasiado familiares. Dúvidas demasiado conhecidas. Should have seen it coming.
(F$%#&" venha mais um móvel da Moviflor...)

* Ou Ultimamente não dou uma para a caixa...

Em dias como o de hoje, isto é quase uma tentação...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Momento (CXLV)*

Pega na mochila e dá-me um beijo rápido antes de sair para as aulas. Ouço a porta a fechar ao mesmo tempo que os primeiros acordes saem das colunas. Tínhamos falado nisto ontem. Porque acordou a cantarolar a música (espanto...). Eu disse-lhe que tinha o albúm. Ele deixou-o a tocar para mim.

Daniela Mercury
"À primeira vista"



* Ou Chamemos-lhe guilty pleasure...

A propósito...

Previsões astrológicas da semana:

Carta Dominante: 4 de Ouros, que representa Projectos (mais ainda??)
Amor: Diga abertamente ao seu companheiro tudo o que acha que nele é menos correcto (ora vamos lá começar a lista...)
Saúde: Relaxe um pouco mais, anda muito tensa (jura?!)
Dinheiro: Estabilidade financeira (valha-nos isso...)

(Já agora, o dele...)

Carta Dominante: O Mundo, que significa Fertilidade (não, com isto não brinco...)
Amor: Esta semana o amor e a felicidade serão uma constante na sua vida (ora bem, tendo em conta que é suposto eu desancá-lo forte e feio, este amor e felicidade devem vir de outro sítio...)
Saúde: Ultrapassará qualquer problema graças à sua força de vontade (e à bombinha para a falta de ar...)
Dinheiro: sem problemas, neste campo da sua vida (já basta os outros...).

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Momentos (CXLIV)

Almoçarmos juntos. Tão raro que ganha contornos de acontecimento. Ele sente-me, mesmo que não saiba bem o porquê. Sente-me e aproxima-se. Sabe bem falar de trivialidades. Do dia-a-dia. Conversar.
Comer os primeiros morangos do ano. Cobertos de gelado de doce de leite e Praliné & Cream. O cheiro doce a espalhar-se pela cozinha.

 
Aninharmo-nos no sofá, deitar a cabeça no colo dele, na curva do pescoço, fechar os olhos e sentir-lhe a pele, enquanto vemos o Babel quando devíamos estar a dormir. 
Roubar horas ao sono para voltarmos a ser nós, o "nós" tantas vezes relegado para último plano, abandonado e maltratado, sem querer, sem fazer estragos (até quando?).
Hoje cuidámos do "nós".

sábado, 14 de maio de 2011