terça-feira, 10 de maio de 2011

Breves considerações (III)

Foi preciso chegar aos 33 anos (e passar mais tempo com ela num mês do que passei nos últimos oito anos) para fumar à frente da minha mãe. O meu irmão mais novo fartou-se de rir, diz que assim já não é o único vândalo da família. Evitei até ao limite, mas chegou a uma altura que já não fazia sentido, ainda por cima eu vinha  para a rua fumar e ela vinha plantar-se ao meu lado a conversar naturalmente.
Agora só diz que, como sou fumadora, tenho de me alimentar bem por causa dos pulmões...

Fiquei com sentimentos contraditórios em relação à Leica. Quando o curso começou e o formador espalhou em cima da mesa o material fotográfico, lancei em tom de desafio "Mas afinal a que se deve a mística da Leica?". Disse-me para pegar nela, para lhe tocar, para ver a precisão de focagem, as escalas de medição todas inscritas na máquina. Quase me convenceu. Depois perguntei-lhe (avisando logo que era uma pergunta muito indiscreta) quanto tinha custado. Pois. Caiu-me tudo ao chão (menos a Leica, claro, essa estava bem segura nas minhas mãos). Dois mil... contos... há quinze anos atrás... Ok eu compreendo que é a diferença entre um Rolls Royce e uma 4L, mas... não sei, se calhar tinha de encontrar algum louco que me emprestasse a sua, me deixasse tirar um rolo de fotos para eu ver com os meus olhos a qualidade da imagem (a porra toda era se eu ficasse mesmo deslumbrada..).

Soube ontem que a minha sobrinha, com 4 meses, é louca por sopa. A C. diz que ela gosta mais de sopa do que de iogurtes ou fruta. A hora da refeição passou a ser um sprint de colherada atrás de colherada, sem tempo para respirar, que o pequeno embrulho começa a refilar se a mãe pára. Tenho tanta pena de não a ver crescer...

Há muito tempo que um bolo não me ficava tão bonito...


(Adenda: está bonito mas está mal cozido... parece borracha... raismapartam se eu não vou enfiá-lo de novo no forno... intragável já ele está, não deve ficar pior...)

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