Só a palavra em si é desconfortável e faz qualquer um baixar os olhos. Infertilidade. A primeira vez que a ouvimos, ou nos apercebemos do que isso vai implicar no nosso futuro, parece uma sentença de morte. Sei do que falo. Foram seis anos. De espera, de tentativas, de esperanças, de injecções, de desilusões. E não o esqueço. Principalmente porque quero muito ter outro filho, e possivelmente terei de voltar a fazer tudo outra vez. Mas agora será diferente. Porque sei que é possível. Porque tenho um filho lindo e saudável e gorducho com quase dois anos, concebido ao quarto tratamento de procriação medicamente assistida.
Mas muitos casais não têm esta sorte. Ao todo são 500.000 casais. Só em Portugal. Os olhares envergonhados e os sorrisos de cumplicidade que se trocam nas salas de espera das consultas só são percebidos por quem sabe. Por quem não esquece.
Por isso hoje deixo aqui um link para uma petição que procura pedir mais apoios do Estado a quem enfrenta a infertilidade. Porque, além de tudo, nós (porque me incluo aqui, sem vergonha ou auto-piedade) lutamos contra o tempo, quando o tempo de espera para uma consulta no público é de três a quatro meses (só para mostrar o resultado dos exames e análises...). E recorrer ao privado significa ter de dispor de valores exorbitantes, que a maioria das pessoas não tem.
Quem quiser assinar a petição, pode ir AQUI. Eu já assinei.
Obrigada.
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