terça-feira, 4 de março de 2014

Breve vislumbre de outras vidas

Durante duas horas tive uma ligeira noção do que é ter muitos filhos. Ou uma pequena creche. Vi-me sozinha em casa com Peter Pan e os três filhos da A. e do B. A mais velha com quatro anos e meio, a mais nova da idade de Peter Pan. Esconder todas as canetas de feltro antes de eles chegarem. Mudar fraldas a três e ir a correr para a casa de banho quando a M. dizia "quero fazer chichi, estou mesmo aflita!!!". Dar bolachas aos quatro alinhados na cozinha, tipo linha de montagem. Fazer castelos e comboios de legos, e tudo o que a imaginação deles consegue sonhar. Gerir as brigas e o "eu quero!!!!!" e o "é meu!!!". Ler livros e ensinar a partilhar:
- Tens cinco livros na mão e ele quer um, empresta-lhe e assim brincamos todos...
- Não quero!!! Ele não brinca!!!!
- Ok, se queres brincar sozinho, eu também não brinco contigo
(ao ver-me afastar para perto das meninas, foi dar dois livros a Peter Pan, veio dar-me dois livros e disse "vamos brincar todos"...)
Só me arrependi de não ter escondido também a flauta. O J. marchava pela sala a soprar furiosamente. Aguentei uma meia hora daquilo antes de a minha cabeça querer rebentar. Pedi desculpa mas acabei com a brincadeira. Também tenho de aprender a gerir os amuos. E os "não gosto mais de ti".
Sempre disse que dois filhos era o ideal, tudo o que não possa agarrar com as duas mãos já é de mais. Hoje tive a certeza.


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