O envelope da clínica está ali em cima da mesa da cozinha, fechado, com um selo de correio azul. Quer dizer que foi ele que o trouxe da caixa do correio, talvez à hora do almoço. E não o abriu. Peguei nele, virei-o e revirei-o, à espera sei lá do quê. Depois pousei-o de novo. Não vou abri-lo. Vou esperar por ele. Juntos vamos enfrentar o resultado da última análise. Ou está melhor ou não está. Tão simples como isto. Chega de incertezas. De guardar uma réstia de esperança num canto do coração que já não vê sol há demasiado tempo, porque as nuvens do que tememos encarar de frente não deixam. Chega de adiar o nosso futuro. E não viver plenamente o nosso presente. Mesmo que doa. Muito.
"Os problemas sem solução deixam de ser problemas.
Estão resolvidos por natureza."
In: Certo dia, o diabo entrou numa agência de publicidade e saiu com truques novos.
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