Sinto que estou a entrar numa fase mais calma, em que posso voltar-me para mim mesma, enrolar-me num casulo e fechar os olhos, e esperar. Apreciar os pequenos momentos de sossego, estar aconchegada num pijama quentinho a ler um livro, ou abraçada a ele a ver um filme.
Quando começámos a viver juntos, se ele preferia ficar em casa ao sábado ou domingo, eu ficava com uma neura insuportável. Não compreendia como é que ele podia querer andar a arrastar-se da cama para o sofá, e do sofá para o computador, enrolado no robe, se lá fora estava um dia lindo. E para mim dia lindo bastava não estar a chover!! Queria sempre ir dar uma volta a um jardim, a um parque, sentar-me numa esplanada, qualquer coisa para sair de casa. E ele, quantas vezes contrariado, lá se arrastava do seu belo sofá para a rua, só para não ver as minhas trombas.
Agora já o compreendo melhor, porque também me apetece ficar em casa, na nossa casa, no cantinho clean, confortável e acolhedor que juntos construímos, e para onde gostamos de voltar ao fim do dia. Os americanos já arranjaram um nome para isto (claro!): nesting, ou seja, ficar no ninho. Gosto da palavra e do que ela significa, um ninho protector, onde nada nos faz mal. É isso que é a nossa casa. Um ninho.
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