Enquanto ponho de lado uma dúzia de livros para a mãe levar para o seu projecto de venda caridosa (já esteve mais longe de se desfazer de todo o recheio da casa, cristaleira e casquinhas que até chateiam, e algumas colecções de livros sem interesse, guardados há décadas, que ela finalmente se apercebeu que não servem para mais nada a não ser ganhar pó), encontro um dos primeiros presentes que lhe ofereci quando começámos a namorar, adolescentes sonhadores de ideias românticas (falo por mim, claro...). Na última página, numa letra redonda e garrafal que já perdeu o traço curvilíneo mas mantém o tamanho, uma dedicatória para ser encontrada no final.
Nunca cheguei a perguntar-lhe se a tinha lido.
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