sábado, 3 de julho de 2010

... e este laço que nos une.

O meu pai amanhã faría 57 anos. Achei que era importante irmos à Serra, à campa dos meus avós onde estão as cinzas dele. Levámos um ramo de rosas brancas. Uma de cada um de nós, mulher, filhos, genro, noras e netos, o único que ele conheceu (e tratou) como tal, e o outro (ou outra, digo eu) que vai nascer. O puto mais novo está a trabalhar, por isso fomos só os três, a mãe, o N. e eu, o núcleo duro, sangue do meu sangue e pilar da minha existência (e a cadela mimada, pronto).
Durante o almoço disse-lhes sem reservas e de todo o coração "gosto muito da vossa companhia e adoro estar convosco. É sempre uma alegria. Há famílias que quando se juntam criam um ambiente de mal estar, e evitam juntar-se porque acaba sempre em discussão. Nós não somos assim. E eu fico feliz por isso".
Voltámos para casa pelo caminho mais longo, atravessando a Serra devagar para encher os olhos de verde e os pulmões de ar puro, parámos no Fundão para comprar cerejas, fomos buscar a C. e o L., seguimos para caracóis e acabámos a noite a moer a cabeça à dona do restaurante com as melhores costoletas da zona, ao ponto do N. lhe perguntar se a senhora gostava dele (e andar a dançar no meio da sala - vazia, graças a Deus - à frente da mãe para a impedir de pagar a conta).

4 comentários:

  1. Devia ser fácil dizer aos que nos são mais queridos o quanto gostamos deles e de estar com eles. Mas infelizmente nem sempre é assim...

    Um abraço muito grande.

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  2. MCG, eu não vou na conversa que "não é preciso dizer que gostamos, os outros já sabem".
    Eu gosto que me digam que (se) gostam de mim, por isso faço o mesmo com aqueles que amo, digo e repito, e reparo na surpresa que isso provoca, porque não é habitual (mas devia ser, raios).
    Aquele abraço

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  3. Não é só a surpresa, Rosa. É também o desconforto, porque há pessoas que não entendem a necessidade e a importância de verbalizar os sentimentos (já para não falar de outras manifestações de carinho). E com essas a coisa é deveras complicada.

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  4. Eu acredito que até essas precisam de uma palavra de carinho (mais contida, talvez) :)
    (olha, e dormir, não? ;P)

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