quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Respirar fundo (II)

Telefonema antes das nove da manhã não é bom sinal.
- Quando saíste reparaste se o Fiat estava lá?
- Não reparei, porquê?
- Porque roubaram-nos o carro!
Todo o esforço de mentalização e de gestão de emoções que tenho aprendido a fazer no último ano não me deixaram entrar em pânico, fiquei até bastante calma (mais calma do que quando perdi as chaves do outro carro), não vale a pena chorar sobre o leite derramado, agora é esperar que a polícia encontre o carro e rezar para que não esteja todo partido.
Fiquei mais preocupada com ele, com a forma como dramatizou a situação, reflexo de um cansaço extremo que já não consegue esconder. Julguei que tivesse mais flexibilidade para se adaptar a todas estas mudanças, mas não tem sido fácil para ele, e ainda não encontrei a forma certa de o ajudar, apesar de já o ter aliviado de todas as questões práticas do dia-a-dia.
Queria que ele abrisse o coração e me dissesse o que o preocupa, os seus medos, queria que sentisse o alívio de tirar um peso do peito, um peso que eu sei que está lá.
Queria que respirasse fundo e entendesse que tudo passa.

6 comentários:

  1. Os meninos são muito complicados. Carregam no peito aquela cruz imensa de terem que ser sempre os herois e de que os homens não choram nem fraquejam... Balelas parvas que lhes tolhe o pensar e os afectos. Nunca precisam (supostamente) de apoio, nunca se vão (supostamente) abaixo.

    Grave é não perceberem que essa atitude preocupa muito quem está ao lado deles.

    Quanto ao carro, há-de correr tudo bem... Coragem!!

    Abraço quentinho (com cheiro a jasmim...)

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  2. Oh joanissima, isto já é conversa antiga e teclas mais que batidas :(
    Um beijo grande (com cheiro a café :))

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  3. Roubaram o teu carro?! Mas que galo, que chatice! Estava no seguro?

    Quanto à outra questão: nós falamos demais, eles guardam tudo para si, até rebentarem!

    Nem oito, nem oitenta!

    Bjs

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  4. free, era o segundo carro, que ele precisa para ir para as aulas. Mas já está resolvido :)

    Quanto à outra questão, o problema é quando rebentam, quando o corpo se chateia e adoece, numa revolta gritante por não tomarem conta deles próprios, da sua saúde física e (tão ou mais importante) emocional. E conseguir fazê-lo entender isto?!

    um beijo

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  5. Sol e praia fazem muita falta e faz algumas das vezes de "psi".

    Teimoso o moço... :-|
    A pressão vai aumentar à medida que o nível de exigência aumente também... Penso eu de que, pelo menos falo por mim.

    Bêjos

    P.S. Estou ANSIOSAMENTE a aguardar uma resposta à circular EGEU 2009

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  6. viajante, ele quer fazer tudo ao mesmo tempo, não é boa política :\

    P.S. - tenho 46 mails para ler, um trabalho de 5.000 palavras para acabar, e 3 paredes para pintar. Eu tardo mas não falho, não te preocupes :)

    Beijos

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