segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Há sete anos...

- Então, já estás a trabalhar aqui, eu também, e agora?
- Agora compramos uma casa.
E naquela esplanada no 1º andar, ao pé da pizzaria, com o bar em madeira e os guarda-sóis de palhas, decidimos o nosso futuro, como se fosse a coisa mais natural do mundo a fazer, a única lógica a seguir, sem grandes romantismos (daí a expressão "sócios de gestão imobiliária").
O meu espírito prático impunha somente duas regras: rés-do-chão ou 1º andar, no máximo (já me imaginava a subir escadas com sacos de compras) e mínimo de dois quartos. Depois de duas visitas frustrantes (numa delas o balcão da cozinha dáva-me pelos joelhos!), à terceira a escolha foi unânime: tinha só 5 anos, tinha lareira, tinha um dos quartos com casa de banho privativa, tinha luz. Apesar de ainda ter todo o recheio dos donos (pavoroso e desarrumado), vimos ali todo o potencial que queríamos, um lugar a que pudéssemos chamar "a nossa casa".
Mesmo antes de assinarmos a escritura deram-nos a chave, a sensação de entrar novamente naquele espaço agora vazio e cheio de ecos encheu-nos de uma alegria quase infantil. Limpámos, tirámos medidas, comprámos alguns móveis e outros desenhei e mandámos fazer, porque sabia o que queria, tinha tudo idealizado e uma vontade férrea de tornar aquele espaço acolhedor, à nossa imagem, para nós.
No dia em que nos mudámos não tínhamos mesa e cadeiras, só dois bancos de madeira comprados no LIDL, e jantámos no balcão da cozinha, extasiados por estarmos ali, finalmente.
Com o tempo vieram os quadros, um móvel maior para a entrada (para caberem mais sapatos), os vasos orientais e mais livros, para completar um sonho de harmonia e paz que tento manter todos os dias.
Porque "a felicidade é gostar de voltar para casa".

2 comentários:

  1. E eu a pensar que tinham ainda comprado uma garragem para a sapataria da jove...

    Parabéns, meus lindos. É desses momentos e dessas conquistas que colorimos a nossa vida.

    Bjs!

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  2. viajante, não se pode ter tudo ;)

    Obrigado, cada ano é um marco importante, mas não o vejo como uma conquista, antes como o cuidar do que já lá está (acho que sabes o que quero dizer :))
    Um beijo

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