É óbvio que os últimos dias me deixaram a pensar no conceito dos novos nómadas, aventureiros ou loucos sem raízes para quem viajar não é uma diversão que se faz uma vez por ano para aguentar o resto dos meses num escritório, mas sim um modo de vida e uma necessidade.
As histórias que ouvi fascinaram-me (se calhar porque sei que não sería capaz de o fazer, não tenho a coragem suficiente ou a flexibilidade  mental para lidar com todos os imprevistos, com as saudades, com o  desconhecido): quem começou a viajar sozinho com treze anos, quem considera a Índia  como segunda casa, quem já fez mais viagens este ano do que eu fiz em toda a existência, quem a certa altura fez contas e decidiu que não valia a  pena manter uma casa porque não passava lá nem três meses por ano.
Estou sentada numa caixa de metal a olhar para o placard dos voos que  saem de Zurique, enquanto espero que o mostrador para Lisboa pare de piscar  "Late Arrival" e me deixe ir para casa. São imensos. Os voos. Os destinos.  Escolho aqueles que gostava de visitar. Mas visitar não é conhecer. Isso é o que eles fazem, o que admiro no espírito inconformado e curioso de um  viajante (não confundir com turista).
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