sábado, 26 de junho de 2010

4º passo

Pensei que quando chegasse a esta fase tinha de ir ali à farmácia todos os dias, pedir pelas alminhas que me dessem a injecção. Ainda tive a secreta esperança que fossem comprimidos, também há. Mas não me safei.
Leio as instruções todas outra vez, preparo a âmpola dentro da caneta, desinfecto a pele no sítio escolhido. Depois fico ali, um, dois, três minutos, a olhar para a agulha, para a barriga, de volta para a agulha.
Quando o meu irmão esteve de cama um mês depois de uma operação ao menisco do joelho (em que pediu para não levar anestesia geral, para poder ver tudo pelo monitor) a minha mãe dava-lhe injecções na barriga para ele não ganhar varizes. Perguntei-lhe como conseguia porque "eu nunca sería capaz de dar uma injecção, nem a mim nem a ninguém". Ela respondeu-me com aquela voz carinhosa de mãe que tudo faz pelos seus "se fosse mesmo preciso, também tu farías. Somos capazes de coisas que nem sonhamos".
F%&$%$, esta m%$#$ não é assim tão grande, tem quê? nem 2 cm, é fininha, é só espetar e esperar uns segundos. 1, 2, 3! ... Já está?! É só isto? Estava eu a tremer por causa disto? Nem senti!
(realmente, somos capazes de coisas que nem sonhamos...)

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