Confesso que a Mesquita Azul foi uma desilusão, apesar da sua imponência e da profusa iluminação que realça ainda mais os mosaicos azuis que revestem o seu interior.
Senti-me claustrofóbica. Senti que aquele lugar de oração e recolhimento estava a ser completamente desrespeitado pelas ordas de turistas (eu incluída) que o ocupavam por completo e enchiam o espaço de um barulho ensurdecedor.
Aya Sophia, pelo contrário, reacendeu a minha vontade de captar cada pormenor e absorver a cor de cada painel de mosaicos. Construída como igreja cristã, depois mesquita, hoje aberta ao
público como símbolo de união de crenças e com uma carga histórica que se percebe instantaneamente, e que nem o facto de um terço do edifício estar em obras faz apagar.
Entre ambas, o jardim que é o cartão postal da cidade.
A Cisterna da Basílica foi o desafio de conseguir fotografar na penumbra do enorme reservatório subterrâneo de água, em manual e sem tripé. São 336 colunas com 8 metros de altura casa uma, fracamente iluminadas com focos de luz vermelha, que puseram à prova as minhas recentemente adquiridas capacidades de trabalhar com a abertura de lente e o tempo de exposição. O ambiente é húmido e quente. Do tecto caem gotas de água. E na água os peixes misturam-se com as moedas que os turistas atiram para o fundo.
Voltamos a atravessar a ponte e notamos claramente o contraste entre as fachadas dos prédios bem conservadas, pintadas de cores suaves ou garridas e com janelas realçadas de formas rebuscadas dos pequenos hotéis de charme de Sultanahmeth (um foco de distracção para mim, que em vez de olhar em frente à procura de rostos e temas de reportagem, ando desde o primeiro dia de nariz no ar), e os prédios mais degradados ou votados ao abandono, feios, que tornam a outra margem do Corno de Ouro mais cinzenta e mais triste.
Subimos à Torre Galáta para uma vista a 360º da cidade, de um lado os sítios onde estivémos de manhã, do outro a Ásia, num aglomerado maciço de edifícios cortados pelos dois cursos de água e fervilhante de actividade.
Conseguimos em cima da hora bilhetes para assistir a um verdadeiro espectáculo dos Dervixes. Pode ser uma desilusão para quem vai à espera do folclore habitual (que também já vi, muito mais rápido e com música animada). Mas se pensarmos que estes verdadeiros sufis são capazes de manter a rotação durante mais de meia hora, e de seguida parar repentinamente sem dar sequer um passo para o lado (e sem caírem para o chão), compreende-se todo o cerimonial envolvido e a concentração necessária.
Próxima paragem: Praça Taksim e daí pela Istiklal Caddesi à procura de um restaurante para jantar. O ambiente nas ruas é alucinante, surreal, Bairro Alto multiplicado e estendido até ao
limite do impensável. Nenhuma palavra ou imagem que eu coloque aqui vai descrever com exactidão a massa humana que enche aquela avenida em todos os sentidos, o barulho que brota das conversas, que sai das portas dos bares, das luzes das montras iluminadas, ou do eléctrico que é o único veículo que rompe aquela enchente, com o seu grupo a tocar ao vivo uma música animada.
Apanhar táxi é um pesadelo, eles não sabem as moradas para onde vão, eles entram em sentidos proibidos, eles fazem inversão de sentido de marcha em qualquer rua... eles são completamente passados. Mas a verdade é que chegamos todos inteiros, e com uma história para contar aos netos.
Senti-me claustrofóbica. Senti que aquele lugar de oração e recolhimento estava a ser completamente desrespeitado pelas ordas de turistas (eu incluída) que o ocupavam por completo e enchiam o espaço de um barulho ensurdecedor.
Aya Sophia, pelo contrário, reacendeu a minha vontade de captar cada pormenor e absorver a cor de cada painel de mosaicos. Construída como igreja cristã, depois mesquita, hoje aberta ao
público como símbolo de união de crenças e com uma carga histórica que se percebe instantaneamente, e que nem o facto de um terço do edifício estar em obras faz apagar.
Entre ambas, o jardim que é o cartão postal da cidade.
A Cisterna da Basílica foi o desafio de conseguir fotografar na penumbra do enorme reservatório subterrâneo de água, em manual e sem tripé. São 336 colunas com 8 metros de altura casa uma, fracamente iluminadas com focos de luz vermelha, que puseram à prova as minhas recentemente adquiridas capacidades de trabalhar com a abertura de lente e o tempo de exposição. O ambiente é húmido e quente. Do tecto caem gotas de água. E na água os peixes misturam-se com as moedas que os turistas atiram para o fundo.
Voltamos a atravessar a ponte e notamos claramente o contraste entre as fachadas dos prédios bem conservadas, pintadas de cores suaves ou garridas e com janelas realçadas de formas rebuscadas dos pequenos hotéis de charme de Sultanahmeth (um foco de distracção para mim, que em vez de olhar em frente à procura de rostos e temas de reportagem, ando desde o primeiro dia de nariz no ar), e os prédios mais degradados ou votados ao abandono, feios, que tornam a outra margem do Corno de Ouro mais cinzenta e mais triste.
Subimos à Torre Galáta para uma vista a 360º da cidade, de um lado os sítios onde estivémos de manhã, do outro a Ásia, num aglomerado maciço de edifícios cortados pelos dois cursos de água e fervilhante de actividade.
Conseguimos em cima da hora bilhetes para assistir a um verdadeiro espectáculo dos Dervixes. Pode ser uma desilusão para quem vai à espera do folclore habitual (que também já vi, muito mais rápido e com música animada). Mas se pensarmos que estes verdadeiros sufis são capazes de manter a rotação durante mais de meia hora, e de seguida parar repentinamente sem dar sequer um passo para o lado (e sem caírem para o chão), compreende-se todo o cerimonial envolvido e a concentração necessária.
Próxima paragem: Praça Taksim e daí pela Istiklal Caddesi à procura de um restaurante para jantar. O ambiente nas ruas é alucinante, surreal, Bairro Alto multiplicado e estendido até ao
limite do impensável. Nenhuma palavra ou imagem que eu coloque aqui vai descrever com exactidão a massa humana que enche aquela avenida em todos os sentidos, o barulho que brota das conversas, que sai das portas dos bares, das luzes das montras iluminadas, ou do eléctrico que é o único veículo que rompe aquela enchente, com o seu grupo a tocar ao vivo uma música animada.
Apanhar táxi é um pesadelo, eles não sabem as moradas para onde vão, eles entram em sentidos proibidos, eles fazem inversão de sentido de marcha em qualquer rua... eles são completamente passados. Mas a verdade é que chegamos todos inteiros, e com uma história para contar aos netos.
As da cisterna estão magníficas!!!!
ResponderEliminaruauuuuu!
Obrigado, fiquei mesmo orgulhosa :)
ResponderEliminarlindas!
ResponderEliminarEstou a ver que já sabes o que é o ISO ;))
MCG, aos poucos eu chego lá ;)
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