terça-feira, 29 de junho de 2010

Sou feliz quando vejo aqueles que amo felizes

O meu puto mais velho faz anos hoje. 31. Num ano cheio de mudanças. Encontrou o amor-para-a-vida e atirou-se de cabeça. Desejou um filho e uma casa própria longe dos "filmes" de Lisboa. Ousou sonhar e fez por alcançar. Muda-se amanhã. O baby nasce no final do ano.
Desta vez não o acordei. Um telefonema rápido e um sms sentido "só quero que sejas feliz" (como resposta tive um "Obrigado meu ANJO"). Tenho todas estas coisas guardadas que nunca digo, não verbalizo.
Porque é que é tão mais fácil escrever do que dizer cara a cara? Despejar aqui caracteres que ficam gravados e podem ser lidos e relidos, do que dizer de uma vez o que não se quer esquecido? Talvez o medo de ver a reacção, o desconforto. Ficamos sempre desconfortáveis quando nos elogiam ou dizem que gostam de nós. Estamos programados para não acreditar ou pelo menos desconfiar "de mim? mas porquê? o que é que eu tenho de especial?". Tudo.
O meu puto grande tem a força, a alegria de viver, a paciência de santo, os valores sólidos (e o tamanho) que fazem dele um grande homem, e farão dele (já fazem, com o D.) um grande pai.
Tenho um orgulho imenso em tê-lo como irmão e saber que ele faz parte da minha vida, tenho a certeza inabalável que posso contar com ele para partilhar o melhor e para me proteger do pior, e ultimamente tenho também um medo irracional e infundado que este laço que nos une seja quebrado. Não há razão nenhuma para isso, mas dou por mim a pensar que há poucas pessoas sem as quais não imagino a minha vida. E ele é uma delas. São poucas mas boas. As que me vêm à ideia se precisar de ligar para ouvir uma voz amiga. As que vão saber antes dos outros. As que se preocupam genuinamente comigo. Quero envolvê-las nos meus braços e embalá-las. Porque essas são "as minhas pessoas" (by Grey's Anatomy).
Sei que ele está feliz e só isso já me faz ganhar o dia.
E continuo a sentir tudo o que não digo.

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