quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

(Mais um) susto

Conheço aquele olhar, aquela desorientação, uma ideia fixa repetida até à exaustão. Conheço os sintomas, já os vi nos três piores dias da minha vida, e arrepio-me só com a hipótese de um deja-vu. "Não, tu não, vá lá, não me faças isso, pai."
Não fez, foi dormir um pouco e depois aceitou ir às urgências, para nosso espanto (ou não, só mostra como estava fraco e nem teve forças para resistir ou refilar como é costume). O diagnóstico deixou-nos mais descansados, não é o sistema nervoso a desmoronar como eu receei, mas sim os diabetes (mais uma vez) elevados e líquido no fígado (algo que era previsível acontecer mais cedo ou mais tarde).
Voltou para casa e eu respirei de alívio, e sorri-lhe quando me fez uma festa na cara antes de se ir deitar, mas uma sombra de preocupação não me deixou dormir grande parte da noite, atenta a qualquer som que ele pudesse fazer, num estado de alerta inquieto, como se estivesse à espera que algo acontecesse.

2 comentários:

  1. Ai... Nós e os nosso pais...
    (Quase que podiamos fazer um blogue sobre o tema)
    Beijo

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  2. mcg, "o meu pai dava um blog" parece-me muito bem ;)
    Abraço

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