Hoje à noite vamos ao Tra jantar javali. E levamos a mãe. Ela está bem, tu sabes, tu vês como ela já está ambientada no voluntariado, já conhece pessoas novas, foi ao almoço do Dia da Mulher e já fala em ir a excursões (God, have mercy on us all!!). Está feliz. Tu sabes.
Devias ver a tua neta agora. A sério, não há palavras para descrever aquelas bochechas, aquele sorriso. Tenho a certeza que sería a menina dos teus olhos. Como eu fui. Mais até do que eu fui. Que pena não a veres crescer. Não a levares pela mão ao café para lhe comprar gelados.
Eu? É o costume, daqui a pouco vou com a C. a uma prova de vinhos, vai ser bonito começar a beber à duas da tarde, mas acho que me anda a fazer falta descontrair um bocado, o trabalho já está mais calmo, quer dizer, não está, eu é que já não perco tanto tempo a procurar os ficheiros da R., já consigo dar resposta de imediato, não deixo nada para trás para não perder o fio à meada, e já estou a aprender a massacrar os fornecedores como ela faz. Sobre o resto não falamos, não é verdade?, tu sempre respeitaste o meu silêncio e eu sempre fingi que não reparava nos teus olhos a fitar-me atentamente à procura de respostas ou sinais.
Só te queria desejar um feliz Dia do Pai. Só queria ouvir a tua voz.
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