quinta-feira, 31 de março de 2011

E depois admiras-te...

Desta vez já não me enganaram, calças e top maleável para os exames médicos anuais, vejo bem, respiro bem, o meu coração bate bem. Muito bem mesmo.
- Que desporto pratica?
- Nenhum. Nada de nada.
- Mas já praticou?
- Aeróbica há mais de 10 anos conta?
- Você tem o coração de um desportista.
 (Também tenho o colesterol acima do limite máximo, e a glicémia alta, só que as análises deviam ter sido feitas em jejum, e eu não estive para me chatear e comi uma fatia de bolo, mas isso agora não interessa nada...)

Estou boa e recomendo(-me).

quarta-feira, 30 de março de 2011

O que eu tenho de ouvir (XV)

- Liguei para a S. a perguntar o que vamos oferecer à E., e ela disse que a minha mãe está convidada para o jantar.
- Vais oferecer a tua mãe à E.?

Ouvir e sentir (CLXV)

Se as compras que fazemos são um reflexo do nosso estado de espírito, o que é que nove tabletes de chocolate, quatro pacotes de bolachas (todas com recheio), um pacote de batatas fritas, um pacote de mini-biscoitos e outro de mini-croissants, dois folhados de chocolate e um pack de minis diz de mim hoje?


Christina Perri
"Jar of Hearts"



terça-feira, 29 de março de 2011

Podre de cansaço

Nunca mais é dia 18 de Julho...

sábado, 26 de março de 2011

Momento (CXLII)

Convidar a mãe para jantar.
Fazer pernas de perú com molho béchamel na panela mágica (ele diz que "no dia em que a panela se avariar, estamos desgraçados"...), batatas minúsculas assadas e uma sobremesa de natas, bolacha maria e doce de ovos.
Ensiná-la a escrever sms's. E receber o primeiro, só para dizer que tinha chegado bem a casa (que é a 5 minutos daqui).
Estou orgulhosa.

Olhar pela janela

 




sexta-feira, 25 de março de 2011

(E dormir, claro...)*

Depois de dar uma volta pelo Casino e sugerir (sem sucesso) estourarmos algum dinheiro nas slot machines, saímos para a noite fresca com ele ainda a remoer "Crise? Qual crise? Isto está cheio!" (Já mencionei que o humor dele está sempre em altas no dia de aniversário?).
- E agora?
- Vamos à procura de um hotel, e amanhã de manhã vamos ver o mar.
- Vieste preparada, claro...
(Control freak como sou, claro...)

Toca de pôr o gps à procura de hotéis na zona (foi a minha única falha de organização, mas não tinha a certeza se ele iría querer ficar...), e surge no ecrã qualquer coisa como Requinte Motel. Só o nome dá urticária, é mesmo este! Chegamos à entrada do dito cujo, edifício sinistro de beira de estrada, pedimos um quarto para a noite toda, e respondem-nos que não, que só têm a suite nupcial (?!), o resto está cheio, mas se quisermos esperar um pouco, há quartos a vagar (duas horas deve ser o tempo médio de ocupação do espaço, está visto...). Saímos de lá a rir, experimentar um motel fica para outra altura, vamos mazé procurar qualquer coisa mais normal, pelo caminho tínhamos passado por um Ibis e um Holiday Inn Express, é só voltar para trás. No Holiday Inn pedem-nos 108€ por uma noite, acho uma roubalheira e acabamos no Ibis, no último quarto duplo que tinham disponível (Crise? Qual crise?), que não é bom nem é mau, confortável q.b. e com uma temperatura ambiente ideal para nos sentirmos à vontade.

* Ou Há coisas que não se escrevem (como diría o meu irmão "a minha religião não permite").

Oferecer emoção (II)

Quando fui ver pela primeira vez o espectáculo Fado - A História de um Povo, de Felipe La Féria, não falei muito sobre isso porque logo ali decidi que esta sería a minha prenda de aniversário para ele: jantar no Casino do Estoril e assistir a um espectáculo que (esperava eu) o deixasse tão deslumbrado como me tinha deixado a mim. Quis manter o segredo, guardar a emoção para ser partilhada, observar os olhos dele a abrirem mais e o sorriso a expandir.
Quis que fosse uma noite especial e memorável.


E como há sempre quem escreva melhor, aqui vai:
"(...) Não sei bem por onde começar se pela fabulosa imaginação do Filipe, que num rasgo de grande talento foi juntando as “pedras de um puzzle” e agora proporciona ao público, todas as noites, o mais deslumbrante espectáculo que retrata o fado, Lisboa e a história do seu povo ou se menciono o conjunto de vozes únicas todas elas, pela tonalidade e interpretações excelentes, envolvem-nos e arrancam do publico os mais calorosos aplausos com gritos de muitos bravos à mistura. Tudo isto bastaria para satisfazer aqueles que todas as noites vão ao Casino Estoril; justificava, por si só, a viagem que se realiza, mas o Filipe La Féria, criador, com a sua salutar loucura, oferece muito mais: um guarda-roupa que ultrapassa tudo quanto se possa pensar; um jogo de luzes que faz sonhar, textos e fados minuciosamente escolhidos. Uma história intensa com tantas surpresas pelo meio: do tecto da sala em lanternas gigantes, iguais às das ruas de Lisboa, bailarinos complementam as cenas do palco ou então em tiras de tules brancos acrobatas deliciam-nos, caem sobre nós, como se viessem do céu azul de Lisboa. Antes do espectáculo há uma maravilhosa saga, com tudo aquilo que a cidade de Lisboa tinha e que se perdeu nos passos do progresso, mas o Filipe faz reviver essas tradições de uma forma extraordinária onde chovem a graça e a beleza do típico, do característico, que o tempo matou, mas que curiosamente continua no imaginário dos alfacinhas que se reencontram com eles mesmos, por momentos, naquela sala, onde se instala a emoção e se dependuram nos olhos a saudade desses dias distantes… (...)".

Oferecer emoção

Tinha isto planeado há um mês, fiz a reserva no Casino, jantar + espectáculo, e disse-lhe que tinha de estar em casa às 6 horas, para não nos atrasarmos. Não se atrasou, mas entrou esbaforido a dizer que tinha acabado de chegar da reunião em Lisboa (f#$"%%&, é preciso ter sorte, há quase um ano que não tinha um compromisso tão longe, tinha de ser logo hoje..).
- Mas não foste com colegas? Vieste tu a conduzir?
- Fui, mas eu conduzo melhor do que eles...
(Haá-des ganhar muitos amigos assim, há-des...)
 Quando lhe disse que a ideia era voltar para Lisboa, suspirou fundo, e eu rezei a todos os santinhos para que a noite corresse bem, para que ele não sentisse que tinha preferido ficar em casa.

Mesmo assim chegámos um pouco atrasados, ficámos sentados entre dois casais de terceira idade, daqueles que passam o jantar inteiro sem trocar uma palavra ("promete-me que não vamos ficar assim quando formos velhos"...), o que não nos impediu de conversar o que nos apeteceu, saborear uma garrafa de vinho, receber um sms a dizer "a tua mulher é uma fofa" (esta fica para a história) e analisar "estas mulheres cheias de reboco, que já estão mortas e ainda não sabem, mal se aguentam em pé quanto mais em cima de saltos altos, têm ar de quem preferia estar em casa a beber chá e a ver a novela, do que aqui" (o sarcasmo caústico dele piora sempre no dia do aniversário...).

Entretanto começou o espectáculo. E 5 minutos depois soube que tinha feito uma boa escolha. Vi-o comovido. Aproveitei que um dos casais tinha mudado de mesa (não por nossa causa, atenção, mas para ficar mais perto do palco) e mudei sorrateiramente para a cadeira atrás dele. Para poder envolvê-lo com os meus braços. Fascinada com o fado que sempre disse que não me fascinava. Ouvir Liana a cantar Hermínia Silva levou-me às lágrimas (outra vez). Foi por isto que voltei, este momento em que aquela voz é maior que a sala, uma sala vazia, não há ninguém, nem espectadores nem empregados de mesa atarefados, só aquela voz e a emoção que transmite, isto é o fado, o coração na boca, nas mãos, fora de nós, o sentir cantado que nos define (tão bem).

Liana
"Fado da Despedida (Lisboa foi meu fado)"






Receber carinho em forma de caracteres (II)

"Parabéns ao homem que faz a minha menina tão feliz :)"
(Senti-me abraçada)

Celebrar o (meu) amor

O amor da minha vida faz hoje 37 anos. Digo isto com todas as letras, porque mesmo que lhe desse uma diarreia cerebral amanhã e se lembrasse de ir comprar cigarros e não voltar, contínuaria a ser O amor da minha vida.
E estou aqui a fazer contas para saber se já posso dizer que metade deles foram passados ao meu lado ou não. Se não é este ano, é para o próximo (é de manhã, ainda não bebi café...). Somos olhados cada vez mais como aves raras. Que conseguem manter (sabe-se lá como, isto é um mistério maior que o assassinato do Kennedy) uma relação estável, harmoniosa, sem rompe-reata, num mundo cada vez mais volátil e impessoal.
E muito se deve a ele. À paciência infinita com que aguenta as minhas mudanças de humor. Ao facto de nunca ter ganho barriga (agradeço a todos os santinhos os benditos genes que ele tem... se bem que isto também só demonstra que os meus dotes culinários não são os melhores...). Ao silêncio que aprendeu a guardar todas as manhãs. Ao abraço que me envolve todas as noites (todas. Como é possível que passados mais de 9 anos ainda adormecemos abraçados?) . Ao sorriso dele que desfaz todas as nuvens negras que eu crio. O sorriso dele faz-me ganhar o dia. Mesmo.
Uma noite, há não sei quantos anos atrás (bem mais de 10, ainda estudávamos os dois), à porta da Jet Bee depois de uma noite de copos tremenda, já muito tocada, disse-lhe uma frase que o marcou (palavras dele): "Já não imagino a minha vida sem ti".
Passados alguns anos, numa noite de passagem de ano na garagem do N., (aí sem efeito do alcoól...acho...) disse-lhe olhos nos olhos "amo-te tanto que preferia ver-te feliz ao lado de outra pessoa, do que infeliz ao meu lado".
Mantenho as duas frases, apesar de parecerem contraditórias. Mantenho este amor forte, sereno e orgulhoso, porque olhar para ele faz-me sorrir. Ainda e sempre.

Caetano Veloso (ao vivo)
"Mimar você"


segunda-feira, 21 de março de 2011

Cheirinho a Primavera

Nina Simone
"Here Comes The Sun"


domingo, 20 de março de 2011

Ferver o sangue

Amor Electro
"A Máquina"


O melhor do fim de semana (XIV)

Um sábado enorme. É o que dá acordar às 8 (e "obrigar" a minha esteticista querida a ir trabalhar uma hora mais cedo, só para me atender porque já tinha o dia todo ocupado - incluindo hora de almoço - e eu não aguentava nem mais um dia neste estado lastimável...), as horas chegam para tudo, depilação, aspirar a casa e fazer almoço só para mim (uma raridade), estrear um vestido cor-de-rosa e ir com a C. a uma mostra de vinhos, provar alguns, comprar o que gostei mais, conversar muito, ouvir ainda mais, e relembrar-me (e a ela) uma verdade universal: toda a gente tem problemas, toda a gente está insatisfeita.
Acabar a tarde a passear num dos meus sítios preferidos, o parque da Barquinha cheio de vida,  famílias e casais de namorados a aproveitar o sol quente e a relva fresca, mais conversa boa, fácil e sem tempo.



Jantar de família em casa do sogro, com uma quantidade desproporcionada de sobremesas (quase uma para cada pessoa à mesa), com a mãe, com a afilhada adorada e adorável e com o Z. que voltou hoje para França (uma semana nem dá para matar saudades).
Um domingo de acordar tardio, de pele, de sabor e de cheiro, daqueles que fazem falta (tanta); de mini-mato só para o jipe não se desabituar, de avós com boa cara,  de pôr-do-sol de mil tons incendiários, de almoço E jantar feitos por mim (outra raridade), a acompanhar uma garrafa de tinto do Tejo inesperadamente suave.


(isto não se percebe bem na foto, mas é uma descida... e lá ao fundo é uma subida... nice...)


Sem surpresas. Sem grandes planos. Sem distâncias. Porque a felicidade também se faz nos gestos conhecidos e nas rotinas seguras.

Na terra da avó (VII)




sábado, 19 de março de 2011

Aperto no peito, nó na garganta

(...) Um poema de José Carlos Ary dos Santos, que me é muito caro, diz que um filho “é ver-se um homem prolongado, das raízes da terra até ao céu. Meu filho, minha vida, és meu sangue e meu caminho, meu pássaro de carne, meu amor”.É isso mesmo. 

Feliz dia, pai

Hoje à noite vamos ao Tra jantar javali. E levamos a mãe. Ela está bem, tu sabes, tu vês como ela já está ambientada no voluntariado, já conhece pessoas novas, foi ao almoço do Dia da Mulher e já fala em ir a excursões (God, have mercy on us all!!). Está feliz. Tu sabes.
Devias ver a tua neta agora. A sério, não há palavras para descrever aquelas bochechas, aquele sorriso. Tenho a certeza que sería a menina dos teus olhos. Como eu fui. Mais até do que eu fui. Que pena não a veres crescer. Não a levares pela mão ao café para lhe comprar gelados.
Eu? É o costume, daqui a pouco vou com a C. a uma prova de vinhos, vai ser bonito começar a beber à duas da tarde, mas acho que me anda a fazer falta descontrair um bocado, o trabalho já está mais calmo, quer dizer, não está, eu é que já não perco tanto tempo a procurar os ficheiros da R., já consigo dar resposta de imediato, não deixo nada para trás para não perder o fio à meada, e já estou a aprender a massacrar os fornecedores como ela faz. Sobre o resto não falamos, não é verdade?, tu sempre respeitaste o meu silêncio e eu sempre fingi que não reparava nos teus olhos a fitar-me atentamente à procura de respostas ou sinais.
Só te queria desejar um feliz Dia do Pai. Só queria ouvir a tua voz.

sexta-feira, 18 de março de 2011

(Ouvir e sentir CLXIV)

Hoje o "solário" está em registo acústico...

3 doors down
"Let me go"


quinta-feira, 17 de março de 2011

Dar crédito

- Olha aqui um video para pores no teu blog.
Até podes dizer que foste tu que o descobriste...



(Não fui. Foi ele. E mostrou-me.
Porque sabia que me deixava a sorrir.
Porque continua a saber como me deixar a sorrir).

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mais uma lembrança

O nosso frigorífico vai-se enchendo de imans comprados em cada sitio novo por onde passamos.


Antes de partir, e a pressa de chegar

O último dia foi passado a visitar supermercados (isto não parece, mas também é trabalho), comprar caixas e caixas de chá (trouxe todos os sabores que nunca encontrei em Portugal) e perfumes no dutty free (encomendas das colegas e das filhas do chefe).




 
E foi à chegada, quando a voz do comandante do avião anunciou a aterragem, e a cama de nuvens fofas deu lugar à visão arrebatadora do rio e das luzes da cidade, que percebi as saudades que tinha. A sensação de "voltar a casa" não se explica. Eu senti-a enquanto o avião descia suavemente nos céus, e pela janela a vista soberba me deixava à beira das lágrimas.

terça-feira, 15 de março de 2011

Ainda estou a digerir o que ele quis dizer...

Não consigo perceber se é azar nosso ou se por aqui todos os recepcionistas de hotel têm uma falha qualquer no sistema nervoso central. A última noite em Londres é passada em Hammersmith, o habitual, é chegar, pedir dois quartos, pagar, perder 25 minutos a explicar à pessoa atrás do balcão como deve ser emitida a factura-recibo para a empresa, subir para deixar as malas e descer para jantar. Desta vez, a meio do processo de assinar e receber o cartão do quarto, o rapaz com ar de totó sai-se com um "are you expecting company in your room?" especificamente dirigido à minha pessoa. WTF?!
- I don't think so, why?
- Nothing, it's just because you have a double room...

Enquanto eu me desmanchava a rir sem me dar ao trabalho de disfarçar, o chefe ainda refilava "pois, veêm uma rapariga gira e perguntam logo se vai ter companhia, veja lá se me perguntaram alguma coisa a mim, a um gajo gordo ninguém liga nenhuma...".

Em Londres (IV)

E a meio do quarto dia… fiquei sem tabaco. Isto não é drama nenhum, é só entrar numa convenience store e comprar, pois claro. Pequeno problema: os ingleses não aceitam um cabrão de um euro. E eu não tinha trocado dinheiro. E também não tive a feliz ideia de comprar dois maços de tabaco no aeroporto (de Lisboa, claro) para me poupar estas chatices (e dinheiro, porque 8 euros e meio por um Marlboro Lights até me fez engolir em seco).
Entro no banco mais próximo, que por acaso era na porta ao lado, com uma nota de 20 euros na mão, e explico à senhora atrás do vidro à prova de bala (não sei se era mas parecia) que só preciso de dinheiro para comprar cigarros. Acho que ela ainda se ficou a rir depois de eu ter saído (provavelmente pela taxa de câmbio que me cobrou…).

Passear (um bocadinho...)

Se me querem ver acordar cedo (dizer “e bem disposta” já era abusar, também tenho os meus limites…) é mandarem-me para outro país. Pouco depois das 7 já estava na rua completamente deserta, com o nevoeiro da noite ainda a desfazer-se nas pedras dos passeios, que percorri lentamente a admirar as fachadas coloridas e as montras cheias de antiguidades (e velharias), muitas delas lojas de caridade e vendas em segunda mão





(a Bewitched deixou-me estarrecida, fiquei apaixonada, apetecia-me entrar e pedir “olhe, está a ver ali a montra? Pode tirar tudo e embrulhar, faxavor.).

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mudar de ares

Depois de um dia passado entre todas as cores e formas e sabores possíveis e por inventar, seguimos para o destino mais próximo da reunião marcada para amanhã de manhã: Rochester, uma cidade costeira e amorosa que apetece correr de uma ponta a outra a pé, ver cada rua e espreitar a todas as janelas de cortinas semi-cerradas.








Escolhemos o The Gordon House Hotel, minusculo e adorável com as suas escadas íngremes onde mal passa uma mala, os quadros de naturezas mortas e fotos de séculos passados nas paredes altas e a alcatifa com um padrão geométrico pavoroso. O meu quarto tem vista para a via pedreste e para a Catedral, e já sei que amanhã volto a levantar-me às 6 e meia, só para poder escapar-me um pouco, andar sem destino, aproveitar ao máximo o pouco tempo livre para ver, sentir e absorver (o verdadeiro prazer de viajar).



Ossos do ofício (XVI)





(O stand do Mad Hatter Tea estava genial, tinha umas promotoras giríssimas e um Mad Hatter que se metia com toda a gente!!).

domingo, 13 de março de 2011

Em Londres (III)

Arrancamos em direcção à feira, o que nos obriga a atravessar Chelsea pela King’s Road com o seu festim de montras (aqui perdia-me até à ruína…) até ao centro de Londres, mesmo em frente à Abadia de Westminster e à famosa Torre do relógio (Big Ben é o nome do sino), e passar por zonas residenciais tranquilas e cuidadas, mas mal me atrevo a olhar pela janela do carro para os edifícios vitorianos bem conservados e para os jardins pontilhados de flores amarelas e brancas, com medo de, a qualquer momento, o chefe ir bater num carro estacionado ou atropelar um ciclista (muitas gente usa a bicicleta como meio de transporte para fugir ao trânsito). É desta que me cai mais cabelo…








Passamos por Knightsbridge e vemos uma enchente de pessoas que dá a volta ao quarteirão e entope todas as entradas… do Harrods.


Pois, é mesmo assim, as pessoas fazem filas intermináveis à espera que as portas abram, é uma completa loucura. E a verdade é que ainda não vi ninguém drasticamente mal-vestido (pelos vistos eles guardam as meias brancas e as sandálias ortopédicas para as férias no Algarve). Pelo contrário, as inglesas produzem-se todas para sair à noite, vestido ou mini-mini-saia, saltos altos, pestanas postiças, algumas com mais estilo do que outras, mas todas com vontade de (se) mostrarem.
Vejo de relance a Tower Bridge (tenho de ir com atenção à estrada antes que o chefe nos mate, ou a alguém) e o London Eye (se pudesse escolher um sítio para visitar no último dia de viagem, o único que tenho livre, era este. Eu sei que é uma heresia dizer isto, com tantos monumentos centenários e emblemáticos e que transpiram história – e que não conheço – mas pronto, era este, acho que a visão lá de cima deve ser de cortar a respiração, paciência…).







E no final do segundo dia vi finalmente (não, não foi os guardas da Rainha com os chapéus onde cabe uma avestruz – e eu sei o tamanho de uma avestruz)… o sol… e realmente, venha quem vier, a luz do sol muda tudo, enche todas as ruas de brilho e todos os edifícios de cor. Lovely.




Vamos jantar a horas decentes, e escolhemos um pub do outro lado da ponte, sempre no dá a oportunidade de andar um bocado a pé (a melhor forma de conhecer um lugar novo) e comer uma refeição decente depois dos canapés que fingiram ser o nosso almoço.
Roasted beaf com um molho espesso (divinal), vinho australiano e um cheasecake de baunilha com gelado de chocolate foram o culminar de um ia relativamente calmo, comparado com o que nos espera amanhã (e enquanto regressávamos ao hotel a falar sobre a “Anatomia de Grey” comentei que toda a gente devia pensar que éramos espanhóis ou italianos - não digo portugueses porque isso já era pedir demais - porque éramos os que falavam mais alto e com mais gestos naquela rua inteira).