Sexta-Feira Santa, feriado religioso para lembrar o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus. Confesso que não me identifico com os simbolismos e significados desta quadra. E confesso que esta sexta feira foi tudo menos santa, com almoço no Tra para comemorar o nascimento da E., minúscula, cabeluda e sossegada, mais uma princesa para a minha colecção de sobrinhas.
Arroz de lampreia e frango assado, muitos doces e bolos, muito vinho. Só bebi sumo, estranhamente. Minto, bebi um licor para brindar com o Z., um brinde só nosso "À tua filha!" "E à vossa. Quando Deus quiser." Mais uma vez a minha sensibilidade se manifestou nos meus olhos, e mais uma vez controlei o impulso das lágrimas, um momento esquecido num dia que foi de alegria e convívio de gerações.
Depois do almoço os pais levaram os putos para brincar.
Fui com a S. para casa dos nossos sogros, para poder dar de mamar descansada à pequena estrela, que já choramingava de fome (sim, que aquilo nem é chorar). No silêncio da sala houve tempo para ouvir toda a história do nascimento, como correu, o que sentiu, as conversas das enfermeiras, os primeiros dias em casa, as caretas... E eu ouvi tudo com uma imensa serenidade, queria (quero) uma história feliz assim, queria aprender, saber o que se sente, o que se deve fazer e o que dizem para fazer mas afinal não resulta.
E foi com esta serenidade e alegria pela felicidade deles que passei o resto do dia, porque ver a forma como olham para a filha e falam dela é de uma beleza enternecedora.
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