terça-feira, 27 de outubro de 2009

Tão verdade...

... que até assusta...
Aqui há uns dias estávamos a conversar ao jantar sobre como sería se cada um de nós tivesse de voltar "ao mercado", começar a namorar de novo, sair para beber um café ou jantar com um desconhecido impingido por amigos. Chegámos à conclusão que provavelmente ficávamos solteiros o resto da vida... porque não teríamos paciência... para o jogo de sedução, o não-telefones-espera-que-seja-ele-a-ligar, a conversa de circunstância, o pouco à-vontade e a falta de naturalidade.
O homem ideal não existe, a mulher ideal também não, e se calhar o "para sempre" é só até algum de nós se fartar de ser feliz. Se era capaz de me apaixonar de novo? Claro que sim, essa é a parte mais fácil (ou se calhar não é tão fácil assim...). Agora, voltar a amar, assim desta forma serena e segura, cimentada por anos de comunhão, dois seres que, sem anularem a sua individualidade, dão forma e cheiro e cor a algo maior que eles... não me parece.
Há coisas que se criam, que se cultivam e se cuidam. O amor é uma delas. Demora tempo. Requer atenção e algum esforço. Não permite descuidos. Vamo-nos moldando, aprendendo o outro aos poucos e descobrindo sobre nós próprios. Até não serem precisas palavras. Até os gestos serem reflexivos de tão naturais. Até a certeza do sentimento ser maior que a incerteza do futuro. E isto não é comodismo nem baixas expectativas, que eu cá acredito no "mais vale só que mal acompanhada".
Isto é amor mesmo. O que fica quando a paixão se esfuma. Quando os problemas são resolvidos com diálogo. Quando aprendemos a ceder. E a dizer que não. Quando nos mostramos de alma nua sem medo da rejeição. Quando aceitamos o outro tal como é, e deixamos de tentar mostrar o que não somos.
(Hoje deu-me para isto. Podia ser pior... podia ter ído tentar fazer outro bolo de chocolate...).

5 comentários:

  1. Obrigado :))
    (estou à espera de resposta ao meu mail, quero saber notícias :))

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  2. Sinto-me então mto mais 'a vontade, posso deixar as migalhas na mesa, os sapatos pelo quarto, a toalha no chão da casa de banho :-) Ufff. Obrigado.

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  3. PedroNuno, à vontade não é à vontadinha (ou ainda podes vir a descobrir como é dormir no sofá ;P)

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  4. Adorei o texto =)
    E é mesmo verdade, eu ás vezes também penso nisso, várias vezes até, porque tenho imensas amigas solteironas e sempre que elas me contam as aventuras delas eu imagino como seria se fosse eu, e acho que ficava mesmo solteira.
    Porque lá está, é como dizes, paixões ia ter de certeza, mas isto que tenho com o Bruno, essa serenidade que falas, duvido MESMO muito.

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