Finalmente mandam-me entrar para um vestiário e vestir uma espécie de saca de batatas de pano onde cabiam três de mim, bem arrumadinhas. Ouço a médica a chamar-me da outra porta, e assim que me sento explica-me a situação: a colega dela está de baixa, ela ficou com algumas das doentes da colega e daqui a 10 minutos tem de ir assistir a uma prova oral (esqueço-me que isto também é uma Universidade) "mas garanto-lhe que não sai daqui hoje sem ser examinada!", por isso pede-me para esperar no gabinete.
Uma auxiliar vai buscá-lo ao corredor, para eu não estar ali sozinha, vestida de saco de batatas. É isto que eu continuo a elogiar neste Serviço: a atenção ao bem-estar dos utentes. Há atrasos, claro que sim (estamos em Portugal) mas explicam porquê, pedem desculpa pelo incómodo, preocupam-se se precisamos de alguma coisa. Quem recorre a esta consulta vem à procura de um sonho (que eu vejo concretizado nas fotografias de bebés e mensagens de mães que a médica tem num quadro atrás da secretária), vem cheio de medos e expectativas frustradas e muito ses no pensamento. E chegar aqui e ter alguém (neste caso é todo o pessoal do Serviço) que se preocupe, em vez de nos tratar como um número imbecil que só vem dar trabalho (maravilhosos centros de saúde e maioria dos hospitais públicos) faz toda a diferença.
Minha linda alguma coisa terá de distinguir Portugal de outros países com o nome iniciado pela letra "P", como Papua Nova Guiné ;)
ResponderEliminarHá consultas e especialidades que exigem humanização na prestação do serviço, caso contrário morre-se da cura ;)
bjs
viajante, todas as consultas e especialidades exigem humanização, as pessoas não vão lá porque querem (bem, a maioria), mas porque precisam e estão de alguma forma em sofrimento. Tenho muita pena de elogiar de forma tão efusiva este serviço, porque quer dizer que é uma excepção, que eu ainda não encontrei em mais lado nenhum.
ResponderEliminarBjo grande
Agora só para ti que ninguém nos ouve: desculpa a visita relâmpago e com tom carregado de trovoada, nestas alturas tenho de me isolar um pouco, não ouvir ninguém nem falar. Agora já passou, vim para casa fazer mousse de chocolate para desanuviar :)
ResponderEliminarUm abraço apertado e gostei muito de te ver.
Já te disse que os amigos não servem apenas para os dias de sol. Deixa-te disso. A vida de tudo isto.
ResponderEliminarPodias ter dito que a coisa se resolvia com mousse de chocolate. Tinha uma no frigo. Sim, tinha! Maschou todinha hihiihihihihi
Um abraço daqueles à Va Lejos que dão para partir costelas :))))
Felizmente existem outros lugares assim! Mais do que aqueles que muitas vezes parecemos estar dispostos a ver... (Convenhamos que o português adora evidenciar tudo o que é negativo :( )
ResponderEliminarviajante, mas a mousse não ofereceste tu ;)))
ResponderEliminarUm abraço grande para ti (sem costelas partidas pelo meio, se faz favor :))
mcg, acredito que haja outros lugares assim, e até outras pessoas que se destacam pela sua preocupação pelos doentes, nos maravilhosos sítios que referi. Mas são raras, e isso ainda as torna mais especiais. E sim, temos a mania de nos queixar de tudo (por exemplo, do tempo de espera ;)).