Sabia que tinha quase duas horas de auto-estrada pela frente. Levei o resto da caixa de Carte D'Or e fomos comendo, eu ía-lhe dando colheradas de gelado à boca. Quando acabou, peguei no livro. É a desvantagem da auto-estrada, olhamos pela janela e vemos sempre o mesmo, árvores e arbustos a passar à velocidade da luz (a outra são os escandalosos 11 euros que pagámos de portagem). De vez em quando ouvia-o a cantarolar a música que passava na rádio, mas continuava concentrada nas intrigas da corte de Henrique VIII (ando viciada na "Herança Bolena").
Ele interrompe-me a leitura "Olha ali tantas cegonhas!", e páro, olho para o céu e lá estão elas, a sobrevoar os postes de alta tensão, são pelo menos sete, grandes, magníficas, as suas silhuetas contra o céu azul escuro do entardecer.
Pouso o livro nos joelhos e apoio o braço no banco dele, a minha mão acariciando o seu pescoço. Sei que ele gosta de conduzir em silêncio, embrenhado nos seus pensamentos, e respeito este espaço só dele, mas faço questão de dizer que estou aqui, que pode falar se quiser, eu vou ouvir.
Ele solta a mão esquerda do volante e entrelaça os dedos nos meus, e vamos assim grande parte do caminho, sem necessidade de palavras, só a carícia dos seus dedos afagando os meus.
Gosto dos teus momentos :)
ResponderEliminarObrigada por os partilhares.
s., todos nós temos momentos destes, só que muitas vezes não lhes damos o valor merecido. Eu escrevo-os para não me esquecer :)
ResponderEliminarSabes que mais, um beijo aos dois! Seus meninos lindos. Assim é que é, amiguinhos :))))
ResponderEliminarE eu que gosto de conduzir a tagarelar, não suporto companhias silenciosas. Gajos!
Beijos e abraços
P.S. Estás a gostar da história da pérfida da segunda mulher do cunhado do nosso D. Manuel I?
viajante, um beijo e um abraço para ti (beijo meu, abraço dele :)))
ResponderEliminarP.S. - Apesar do nome, este livro fala da 4ª mulher dele: Ana de Cléves, uma das mais sossegadas (e das únicas que não morreu) :)
Não morreu, a sério??? Queres dizer que ela ainda dá entrevistas?
ResponderEliminarYES! É desta que vou bater as vendas do José Rodrigues dos Santos. Hei-de arrancar da tia Ana o segredo mais precioso dos segredos: afinal o Henrique apenas ficava a ver (se me entendes...) e se alguém dava com a língua nos dentes ZÁSSS! Cepo com ele, ou melhor, com ela ;)
LOLOL, é claro que morreu, mas não no cepo, o Rei queria casar com a nova amante (de 15 anos) e anulou o casamento com Ana por não consumação (pois, o senhor já não tinha propriamente 20 anos...) e ela ficou a viver em Inglaterra com uma pensão choruda, com o título de Irmã do Rei!!
ResponderEliminarAh! Daí começou a moda das pensões às ex's... Cruzes figas canhoto. Deus nos livre de tamanha praga.
ResponderEliminarbeijoss