domingo, 29 de agosto de 2010

Equilibrar

Sábado preenchido e domingo indolente. Sábado dedicado aos amigos e domingo dedicado ao sofá. Equilíbrio perfeito.
Almoço em casa do B. e da A., no terraço que é um luxo às portas de Lisboa. A notícia inesperada de mais um bebé a caminho, numa tarde cheia de crianças pequenas (agora somos mesmo os únicos que ainda não têm filhos, num grupo onde muitos já vão na segunda rodada) e cães grandes. Revemos amigos e pomos a conversa em dia, prometemos não deixar passar tanto tempo sem nos reencontrarmos, mesmo sabendo que não vamos cumprir, mas não faz mal, porque num ou noutro aniversário ou passeio de TT estaremos juntos novamente.










Regressamos de mota pela estrada nacional que nesta altura do ano se enche de tomates esmagados, o D. leva-nos por um atalho que atravessa os arrozais pintalgados de garças aqui e ali, a paisagem faz esquecer as dores nos pulsos e nas pernas (já não estava habituada a isto) e lembrar a razão (talvez a única) porque ainda gosto de andar de mota - a perspectiva mais alta permite ver mais além, os pormenores que escapam pelo vidro de uma janela, os jardins que se adivinham por trás das sebes das vivendas e os becos das ruelas que não vão dar a lado nenhum.

Depois da agitação de vozes de adultos e choros de crianças, prendas iguais oferecidas por pessoas diferentes, guardanapos levados pelo vento e pratos pelo ar; a calma do jantar em casa do V. e da R., caipirinhas e mexilhões, cogumelos recheados de farinheira e bolo brigadeiro, o gato que fugiu do 3º andar e um passeio noturno. Um final de dia acolhedor e pacífico.

A visão do avô C. no seu poiso habitual debaixo da oliveira; depois de uma semana internado com pedra nos rins, está em casa e tem um frigorífico novo, tivémos de dizer que tinha sido dado por um amigo, senão a avó R. não aceitava, foi uma mentira piedosa para eles terem finalmente água fresca e outras pequenas regalias que acham que não fazem falta, mas que lhes vão saber muito bem.



Um pôr do sol que incendiou o céu e me deixou de boca aberta...

... e um jantar a dois no chinês ("porque é que não vínhamos aqui há tanto tempo?"), para ganhar ânimo e coragem para mais um salto, desta vez sem a confiança cega que me ofuscou anteriormente (a parede de betão é mais dura do que imaginava...) mas também sem a esperança e alegria com que queria viver estes dias. E com medo. Muito medo.

5 comentários:

  1. Gosto de vir aqui (quando a V. o permite ;O) ) e ler os teus belos relatos. Como é bom juntar os amigos e encher as vistas com as belas paisagens do nosso país... Tiveram um fim de semana em cheio!!!

    Abraços

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  2. Gosto (muito mesmo) de te ter aqui :))
    Um abraço cheio de carinho para ti e para o teu anjo

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  3. Coragem, muita coragem para ambos.
    Um abraço muito apertado

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  4. Ena, um comentário directamente dos states ;))
    Mais do que coragem, agora só precisamos de um bocadinho de sorte, minha querida :)
    Um abraço daqueles

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  5. Lamento desiludir, mas já estou de volta. Contra a vontade, é certo, mas o que tem de ser...

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