terça-feira, 24 de junho de 2008

Slow

Ontem, ao jantar, a conversa foi sobre a pressa. Ele diz que eu vivo à pressa. Eu sei que tenho pressa de viver. Ando sempre a 200 à hora, tenho de estar sempre ocupada, não sou capaz de ver algo por fazer e não ir "tratar do assunto".
Ando há uma semana a fazer limpezas em casa e ainda não acabei. Desarrumo, lavo, esfrego, volto a arrumar. Acabo o dia com o corpo dorido, a pele das mãos a cair, mas a cabeça vazia. Porque é das poucas alturas em que os pensamentos não se atropelam nem me enchem o cérebro e os ouvidos, dúvidas, muitas dúvidas, excertos de músicas, planos e novamente dúvidas.
Ele não compreende porque é que eu não consigo carregar no travão, diz-me (e com razão) que não é saudável, que não descanso o suficiente, que não sou capaz de estar sem fazer NADA, "tu vives como fumas um cigarro: a correr". Ele não compreende (ou se calhar até compreende, e é isso que o preocupa mais) que é uma forma de escape.
Mas eu sei que ele tem razão, tenho de abrandar, o corpo já começa a mostrar sinais de cansaço, tenho de aprender a estar quieta sem me sentir culpada, sem sentir que devia estar a fazer qualquer coisa, a ser produtiva. Isto deve ser um recalcamento qualquer de infância, não encontro melhor explicação, e é extremamente complicado (mas não impossível) reeducar os mecanismos do cérebro para agir e sentir de outra forma.
Nem a propósito, hoje comprei a Activa (leitura mensal sagrada) e o tema principal deste mês é... Slow Movement. Pode ser que aprenda alguma coisa.

7 comentários:

  1. No meu caso, adorava que me desse um desses ataques frenéticos direccionados para as limpezas, mas infelizmente isso nunca acontece! ;)

    ResponderEliminar
  2. Felizmente que não, free, que isto é de doidos :P

    ResponderEliminar
  3. Mas olha que é mesmo importante desacelerares... Quando menos esperares vês-te a braços com um cansaço extremo e depois terás que parar à força... : )

    (foi o que me aconteceu)

    Um grande beijo

    ResponderEliminar
  4. joanissima, espero não chegar a esse ponto. Eu vou tratar os meus nervos, prometo :))
    Um abraço e obrigado

    ResponderEliminar
  5. E que tal umas massagens, umas velas, uns incensos, um vinho...?

    ResponderEliminar
  6. Ai, ai, amiga...
    Eu conheço esses sintomas e deixa-me dizer-te que o resultado final pode ser muito mau. É claro que é mais fácil de dizer do que fazer, mas tens de ir com calma. Slowly...

    Beijo grande

    ResponderEliminar
  7. viajante, isso tudo é a seguir, primeiro tenho de descarregar energias :)

    mcg, tá tudo bem, a sério :)) É a minha forma de soltar. Tenho de comprar um saco de boxe, pode ser que resulte :P
    Abraço apertado e obrigado :)

    ResponderEliminar