quinta-feira, 7 de maio de 2009

Momento (LVVIII)

Conheço-lhe todos os cantos mas nunca a tinha fotografado. A estação que foi o meu porto de chegada e de partida, todos os fins de semana, durante mais de 4 anos. Quando ainda não pensava que podia ser o meu destino, quando a única razão que tinha para fazer a viagem era o amor que esperava ali perto.
Não têm conta as horas perdidas, sentada nos bancos de madeira desconfortáveis, ao frio ou ao calor, no tempo em que um comboio chegar a horas até parecia mal, e conseguir um lugar sentada era razão para jogar no totoloto.
Aqui já me aconteceu um pouco de tudo, desde pôr 3 funcionários em polvorosa, a ponto de fecharem o guichet só para me atenderem; a sair de um Intercidades (que nem sequer era suposto parar ali) pela cabide do maquinista.
Agora os comboios chegam a horas, os lugares são marcados e a música substituiu o poético som do deslizar nos carris. Mas continua a ter a sua magia, um ponto de intercepção e cruzamento, de linhas, de destinos, de vidas.

2 comentários:

  1. Inspirada a menina, lindo!
    Mas essa do som do deslizar dos comboios nos carris ser poético é absinto a mais, não???

    UPS!

    Abraço :-)

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  2. Viajante, claro que não, o som dos comboios antigos era lindo!!!
    (e nunca sería absinto, arghhhh)
    :)

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