"Ai de quem me acordar amanhã antes do meio-dia!!"
É pena o meu sogro não ter ouvido, e às 10 da manhã sou arrancada do sono profundo pelo som histérico do telemóvel, com um convite para ir almoçar sardinhas assadas. Controlo a vontade de o descompôr, pelo respeito que lhe tenho e porque a culpa não é dele, é minha que devia ter posto o bicho em silêncio. Declino o convite com um agradecimento, e volto para a cama, mas já não consigo adormecer, e fico a olhar para ele enquanto dorme, como tantas vezes faço. Analiso cada bocadinho daquele rosto e reparo que está a perder a expressão de menino, o sono já não lhe suaviza completamente as feições, algumas rugas em volta dos olhos mostram o que ele esconde acordado, o que ele não diz mas eu sei. E fico assim a contemplá-lo até os meus olhos começarem a pesar, e caio novamente num limbo sem sonhos.
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