E dia da minha mãe. A felicidade de festejar mais um aniversário dela. A alegria de ver o meu pai bem-disposto e sorridente. A família toda reunida à mesa. A avó que eu fiz questão que fosse connosco, porque avó é mãe duas vezes (no caso dela, quatro vezes). O puto mais novo a anunciar que já casou pelo civil, quando eu ainda nem conheço a rapariga (e pelos vistos ele também só a conhece há 3 ou 4 meses). O puto do meio a contar-me que já não vê a namorada há uns dias e entretanto saiu com a ex (ás vezes é preciso perder alguém para saber a falta que nos faz).
Dia de revelações, de sol e de flores. De luz e de calor bom, como eu gosto. Que quase me faz esquecer tudo o resto. O que evito pensar entre as conversas e os silêncios. O que faço para não sonhar acordada. O que vou tentando que não me magoe. O espinho sempre cravado na pele.
De regresso a casa, tarte de carne picada com legumes, lulas com tomate, e gelatinas, para aliviar a dor. Para afastar da mente o dia que não é meu, o dia da mãe que não sou.
Sem comentários:
Enviar um comentário