A casa está limpa e arrumada e perfumada como eu gosto.
As velas estão acesas e os doces estão no frigorífico.
O meu puto mais velho está quase a chegar com a família, ele está a trabalhar mas (espero) vai conseguir safar-se mais cedo, e os amigos esperam-nos.
Tenho madeixas novas e o cabelo mais liso do que se tivesse sido passado a ferro, skinny jeans novas (a minha mãe é um amor) e unhas pintadas de vermelho vivo.
Sinto-me bonita e numa expectativa serena, mantenho a fé inabalável de que algo maior que eu olha por mim, e isso dá-me confiança de que o futuro continuará a sorri-me.
2010 pode chegar. Estou pronta.
"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Rever...
... o ano que está quase a acabar. A viagem à Madeira. A doença do meu pai e o medo de perdê-lo. A compra do jipe (e todo o pó e lama e areia que veio de oferta) e a matança de um porco. O nascimento da minha afilhada, no mesmo dia em que ele mudou de emprego. Uma viagem à Suiça e um fim-de-semana no Douro.
Um dia em Sintra e muitos dias em Castelo de Bode. Um fim-de-semana na Nazaré e uma semana de praia com a Paula. O casamento do meu irmão mais novo e a noite mais louca do ano (o Trízio vai ficar para a história). O curso de espanhol e o fim-de-semana no Algarve ao qual quero voltar. A morte dos nossos bichanos e a viagem à Alemanha.
Olhando assim, e sem contar com o susto que o pai nos fez passar e a perda dos porquinhos-da-índia, 2009 foi um bom ano, cheio de momentos felizes, novas experiências, os amigos de sempre, a família mais unida, viagens inesperadas e os novos amigos que enriquecem os meus dias (neste caso é mais noites). Tive dias de neura insuportável (muitos) e de alegria inexplicável (também), mas todos eles, os bons e os maus, serviram para me conhecer melhor, as minhas forças e pontos fracos, o que (e quem) quero (ou devo) evitar porque me faz mal e suga energia, e o que (e quem) quero aproximar de mim, porque me engrandece e me torna um ser humano melhor. E talvez o mais importante, a viga mestra que sustenta todos estes dias, o farol que me guia nesta travessia: a presença constante e forte do abraço que procuro todas as noites, do amor onde encontro alento e uma razão maior para viver plenamente cada dia, todos os dias.
O resto deve ser arquivado num canto esquecido da memória, até ao dia em que será usado unicamente para confirmar que tudo tinha um propósito e valeu a pena...
Por agora preparo-me para receber de coração aberto mais 365 dias cheios de possibilidades. Se não pudesse pedir mais nada, já me contentava com outro ano igual a este.
Charice Pempengco
"Note to God"
Um dia em Sintra e muitos dias em Castelo de Bode. Um fim-de-semana na Nazaré e uma semana de praia com a Paula. O casamento do meu irmão mais novo e a noite mais louca do ano (o Trízio vai ficar para a história). O curso de espanhol e o fim-de-semana no Algarve ao qual quero voltar. A morte dos nossos bichanos e a viagem à Alemanha.
Olhando assim, e sem contar com o susto que o pai nos fez passar e a perda dos porquinhos-da-índia, 2009 foi um bom ano, cheio de momentos felizes, novas experiências, os amigos de sempre, a família mais unida, viagens inesperadas e os novos amigos que enriquecem os meus dias (neste caso é mais noites). Tive dias de neura insuportável (muitos) e de alegria inexplicável (também), mas todos eles, os bons e os maus, serviram para me conhecer melhor, as minhas forças e pontos fracos, o que (e quem) quero (ou devo) evitar porque me faz mal e suga energia, e o que (e quem) quero aproximar de mim, porque me engrandece e me torna um ser humano melhor. E talvez o mais importante, a viga mestra que sustenta todos estes dias, o farol que me guia nesta travessia: a presença constante e forte do abraço que procuro todas as noites, do amor onde encontro alento e uma razão maior para viver plenamente cada dia, todos os dias.
O resto deve ser arquivado num canto esquecido da memória, até ao dia em que será usado unicamente para confirmar que tudo tinha um propósito e valeu a pena...
Por agora preparo-me para receber de coração aberto mais 365 dias cheios de possibilidades. Se não pudesse pedir mais nada, já me contentava com outro ano igual a este.
Charice Pempengco
"Note to God"
domingo, 27 de dezembro de 2009
Momento (XCI)
sábado, 26 de dezembro de 2009
O que eu tenho de ouvir (IX)
Atravessamos a praça onde duas miúdas andam de patins em linha:
- Era isto que te fazia falta...
- Porquê?
- Para ganhares equilíbrio.
- Estás a querer dizer que eu sou desequilibrada?!
- Era isto que te fazia falta...
- Porquê?
- Para ganhares equilíbrio.
- Estás a querer dizer que eu sou desequilibrada?!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
A magia do Natal
Depois de carregar o jipe até à tampa com presentes, doces e tartes e percorrer os 20 minutos até casa do meu sogro, o Natal foi uma festa animada e calorosa de uma família alargada que também já é nossa (hoje ao almoço éramos 22 à mesa). Durante dois dias a única coisa que fiz foi comer até não poder mais e brincar com a minha afilhada, andar entre a sala onde a mesa esteve sempre cheia, e a cozinha onde a lareira esteve sempre acesa.
Depois do jantar saímos para beber café na SAT, onde o pessoal se juntou à volta da enorme fogueira que ficou a arder toda a noite, e ouvimos o D. a contar histórias de Angola, daquele jeito único que só ele tem, uma mistura entre o inocente despreocupado e o completo alucinado, mas com um toque de seriedade que não lhe era habitual. Depois de nos despedirmos, comentamos que ele está a ficar crescidinho... e se até ele está a ficar um gajo responsável, o mundo está perdido...
Muitos presentes mas nenhum bateu os do puto mais velho e da C.: duas tampas de sanita decoradas, aquelas que eu andava a dizer há 8 anos que tinha de comprar para casa! E o peluche barulhento que a S. lhe ofereceu, igual ao da princesa, que ele não largava sempre que apanhava a jeito. O perfume que eu lhe pedi (não foi nenhuma surpresa, mas também não falha) e a toalha de mesa que eu dispensava, mas também muitos mimos cheirosos e coloridos que nunca são demais.
Adormecemos ao som das ondas do mar (aquela geringonça tem piada) e acordamos ao som de conversas e risos altos.
E a história repete-se.
Depois do jantar saímos para beber café na SAT, onde o pessoal se juntou à volta da enorme fogueira que ficou a arder toda a noite, e ouvimos o D. a contar histórias de Angola, daquele jeito único que só ele tem, uma mistura entre o inocente despreocupado e o completo alucinado, mas com um toque de seriedade que não lhe era habitual. Depois de nos despedirmos, comentamos que ele está a ficar crescidinho... e se até ele está a ficar um gajo responsável, o mundo está perdido...
Muitos presentes mas nenhum bateu os do puto mais velho e da C.: duas tampas de sanita decoradas, aquelas que eu andava a dizer há 8 anos que tinha de comprar para casa! E o peluche barulhento que a S. lhe ofereceu, igual ao da princesa, que ele não largava sempre que apanhava a jeito. O perfume que eu lhe pedi (não foi nenhuma surpresa, mas também não falha) e a toalha de mesa que eu dispensava, mas também muitos mimos cheirosos e coloridos que nunca são demais.
Adormecemos ao som das ondas do mar (aquela geringonça tem piada) e acordamos ao som de conversas e risos altos.
E a história repete-se.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Ouvir e sentir (XC)
Porque este é também um momento de oração, de agradecimento, de contemplação...
Delta Goodrem
"O come all ye faithful"
Delta Goodrem
"O come all ye faithful"
Ouvir e sentir (LXXXIX)
Porque passei a manhã toda a cantarolar isto, enquanto fazia mousse de chocolate, pudim de ovos (fica sempre bem) e cupcakes de chocolate com cobertura de creme de manteiga (então mas eu não hei-de ser capaz de fazer isto?!)
Band Aid
"Do They Know It's Christmas"
Band Aid
"Do They Know It's Christmas"
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Ouvir e sentir (LXXXVIII)
Num momento de introspecção enquanto junto óleo com cheiro a morango às velas que estou a fazer com todo o cuidado, dou-me conta que aos poucos vou fazendo as pazes... com o destino, com os altos e baixos que me definem e moldam, comigo própria...
U2
"Moment Of Surrender"
(Live at the Rose Bowl)
U2
"Moment Of Surrender"
(Live at the Rose Bowl)
domingo, 20 de dezembro de 2009
Pois claro!!
sábado, 19 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Acelerar
Ando desde manhã em excesso de velocidade, tento deixar o trabalho o mais adiantado possível, porque sei que a próxima semana vai ser praticamente inútil (se tenho de esvaziar a minha sala na 4ª feira até à hora do almoço para mudarem o chão, o que é que eu faço depois?!). Aproveito a hora de almoço para comprar as prendas dele (eu tinha dito que eram duas... já vão em quatro... mas não resisti, são mesmo a cara dele) e o meu boss ainda me cravou para lhe comprar a prenda do "amigo secreto" para o jantar da empresa hoje à noite. Para isso deu-me... dois euros!!! (a minha vontade foi perguntar-lhe se aquilo era para comprar papel higiénico!).
Devoro uma baguete e guardo a salada de fruta para comer ao lanche (em frente ao computador), continuo a contra-relógio pela tarde toda, só paro uns minutos para descobrir um site tão bonito e delicioso que é impróprio para cardíacos (e diabéticos e pessoas que estão a deixar de fumar...).
Ainda falta embrulhar duas prendas, e a I. faz hoje anos, 5 anos, rais parta o tempo que não pára, como é que a miúda já está com 5 anos se eu a vi ontem na maternidade com meia dúzia de horas??
E no carro esta música passa em repeat, para manter o ritmo.
Edward Maya e Vika Jigulina
"Stereo Love"
Devoro uma baguete e guardo a salada de fruta para comer ao lanche (em frente ao computador), continuo a contra-relógio pela tarde toda, só paro uns minutos para descobrir um site tão bonito e delicioso que é impróprio para cardíacos (e diabéticos e pessoas que estão a deixar de fumar...).
Ainda falta embrulhar duas prendas, e a I. faz hoje anos, 5 anos, rais parta o tempo que não pára, como é que a miúda já está com 5 anos se eu a vi ontem na maternidade com meia dúzia de horas??
E no carro esta música passa em repeat, para manter o ritmo.
Edward Maya e Vika Jigulina
"Stereo Love"
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Espírito de Natal (II)
Ir fazer as contas ao valor de todas as prendas que comprei para oferecer este Natal é masoquismo (e ainda faltam as duas dele...). Sim, ía-me dando uma coisinha má, mas gosto de todo este ritual, de não fazer a mínima ideia do que devo comprar, de andar à procura daquele pequeno mimo que vai deixar cada um com um sorriso nos lábios, algo que tenha a ver com quem recebe, talvez algo que não comprasse para si próprio(a), mas que vai descobrir e apreciar. Não acredito naquelas pessoas que dizem que não gostam de receber prendas, não me venham com tretas, toda a gente gosta de sentir que é lembrado.
Há dias esteve cá em casa um conhecido dele, e depois de sair fiquei a saber que tinha vindo buscar uns jogos emprestados... para passar a noite de Natal. Eu sei que sou uma ave rara que ainda acredita no espírito de calor humano e partilha desta época, mas continuo a achar que esta é a festa da família (dos laços de sangue, e porque não dos laços de amizade que não raras vezes são até mais fortes), e continuo a viver estes dias com uma alegria infantil (mais serena do que quando tinha 4 ou 5 anos, mas ainda infantil).
Só me lembro de dois Natais tristes na minha vida: o primeiro quando tinha 7 ou 8 anos, o falecimento de uma tia no dia 21 de Dezembro, num estúpido acidente de carro, deixou um silêncio esmagador à mesa da Consoada. Se ela tivesse posto o cinto de segurança, tinha saído sem um osso partido sequer.
O segundo foi o ano passado. Mas por incrível que pareça foi mais animado que em casa do meu sogro, pelo que ele me contou. Se calhar devia tê-lo levado comigo. Para andar de madrugada à procura de cafeína ao som de Rouxinol Faduncho. E a beber shots de Vinho do Porto numa mesa improvisada no passeio em frente a casa. Animámo-nos como pudémos, fomos buscar força uns aos outros, e isso para mim... é o espírito de Natal.
Há dias esteve cá em casa um conhecido dele, e depois de sair fiquei a saber que tinha vindo buscar uns jogos emprestados... para passar a noite de Natal. Eu sei que sou uma ave rara que ainda acredita no espírito de calor humano e partilha desta época, mas continuo a achar que esta é a festa da família (dos laços de sangue, e porque não dos laços de amizade que não raras vezes são até mais fortes), e continuo a viver estes dias com uma alegria infantil (mais serena do que quando tinha 4 ou 5 anos, mas ainda infantil).
Só me lembro de dois Natais tristes na minha vida: o primeiro quando tinha 7 ou 8 anos, o falecimento de uma tia no dia 21 de Dezembro, num estúpido acidente de carro, deixou um silêncio esmagador à mesa da Consoada. Se ela tivesse posto o cinto de segurança, tinha saído sem um osso partido sequer.
O segundo foi o ano passado. Mas por incrível que pareça foi mais animado que em casa do meu sogro, pelo que ele me contou. Se calhar devia tê-lo levado comigo. Para andar de madrugada à procura de cafeína ao som de Rouxinol Faduncho. E a beber shots de Vinho do Porto numa mesa improvisada no passeio em frente a casa. Animámo-nos como pudémos, fomos buscar força uns aos outros, e isso para mim... é o espírito de Natal.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O horror...
O carro não tem solfagem. Quer dizer, ter até tem, mas só sai ar frio (obrigadinho, hã...).
Está bem que o tempo que demoro a chegar a casa nem dá para aquecer, mas por este andar amanhã preciso de um escropo para separar as mãos do volante.
Está bem que o tempo que demoro a chegar a casa nem dá para aquecer, mas por este andar amanhã preciso de um escropo para separar as mãos do volante.
A tragédia...
No "solário" os cânticos de Natal combinam na perfeição com o gelo que se sente na sala, porque o ar condicionado está avariado.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Retiro o que disse
O Coco Chanel esteve à altura das minhas expectativas (as cenas na praia são idílicas e o guarda-roupa é qualquer coisa de sonho para cima).
sábado, 12 de dezembro de 2009
"Apodrecer"
A tarde passada a assofar na quase penumbra da sala enquanto na televisão passava um filme daqueles que não é preciso pensar foi-lhe benéfica, mesmo que ele ache que não, que só serviu para se sentir "apodrecer". Mas estes momentos fazem-lhe (imensa) falta, chega a casa depois do trabalho e das aulas e liga o computador para ver emails, e não costuma ter estes tempos em que o cérebro desliga e os sentidos ficam em estado de torpor enquanto o corpo regenera energias. Sem o saber, foi isso que lhe aconteceu, carregou baterias.
Mas eu, que já tenho as minhas energias em constante renovação há quase duas semanas, estava a entrar em stress. Não fosse o jantar com o C. e a C. (há séculos que não comia um bitoque!!), a conversa sempre boa (vai sempre parar a filmes, não temos remédio), o passeio pelas ruas estreitas e iluminadas de uma das cidades mais bonitas do país e um filme visto à lareira, e quem tinha "apodrecido" era eu.
Mas eu, que já tenho as minhas energias em constante renovação há quase duas semanas, estava a entrar em stress. Não fosse o jantar com o C. e a C. (há séculos que não comia um bitoque!!), a conversa sempre boa (vai sempre parar a filmes, não temos remédio), o passeio pelas ruas estreitas e iluminadas de uma das cidades mais bonitas do país e um filme visto à lareira, e quem tinha "apodrecido" era eu.
Aproveitar...
... o meu último dia oficial de férias (por agora, daqui a duas semanas há mais), para passar o dia no sofá a ver filmes. Sei que esteve sol porque tive de me vestir para ir buscar um carro à oficina, e ainda considerei pegar na máquina fotográfica e ir para o parque da Barquinha, mas não tem muita piada andar a passear sozinha numa tarde bonita, por isso voltei para casa e vi de enfiada The Love Guru, Brick Lane, Inkheart e Journey to the Center of the Earth (e agora estou indecisa entre Great Expectations ou Coco Chanel...).
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Sorrir (III)
De todas as comédias românticas que tenho visto nos últimos dias (a minha lista de filmes baixou drasticamente, já só faltam 39), este foi sem dúvida o que me deixou com um sorriso nos lábios, muito por conta dos excelentes actores, Kate Winslet magnífica, Cameron Diaz e Jack Black a fazerem o que sabem melhor. Numa palavra: adorável.
(e aquele olhar de cachorro abandonado de Jude Law tem qualquer coisa...).
(e aquele olhar de cachorro abandonado de Jude Law tem qualquer coisa...).
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Ouvir e sentir (LXXXV)
Porque era isto que eu lhe queria hoje...
Regina Spektor
"The Call"
The Chornicles of Narnia: Prince Caspian OST
Regina Spektor
"The Call"
The Chornicles of Narnia: Prince Caspian OST
Descansar
É o que tenho feito nestes dias de férias. Deito-me às 4 e 5 da manhã, deslizo devagarinho pelos lençóis para não incomodar quem vai trabalhar cedo, e procuro o sono no aconchego do corpo quente e na oração de graças por tudo de bom que acontece na minha vida, em cada dia. Acordo ao meio dia ou uma da tarde e devoro comédias românticas e forúns de clothing recons. Faço embrulhos de prendas de Natal e listas do que tenho de fazer (para a semana, só para a semana). Sempre em pijama.
Hoje só atravessei a rua para ir comprar tabaco.
A Paula foi embora há pouco. Se algum dia tivesse uma "roommate" tería de ser como ela. Os nossos ritmos e hábitos são praticamente iguais, somos capazes de passar horas em silêncio na companhia uma da outra, quase tantas como as horas que passam antes de nos lembrarmos que temos de comer qualquer coisa. Exaspera-me o facto de ela fazer depender a sua felicidade de terceiros, tanto ou mais do que a fixação de combinar as cores. Alegra-me a forma como ela me anima sem frases feitas, e como percebe e respeita o meu espaço (tão crú e frio na sexta-feira...). Foi muito reconfortante tê-la por perto nestes dias.
E vai ser muito complicado voltar ao horário normal na próxima semana...
Hoje só atravessei a rua para ir comprar tabaco.
A Paula foi embora há pouco. Se algum dia tivesse uma "roommate" tería de ser como ela. Os nossos ritmos e hábitos são praticamente iguais, somos capazes de passar horas em silêncio na companhia uma da outra, quase tantas como as horas que passam antes de nos lembrarmos que temos de comer qualquer coisa. Exaspera-me o facto de ela fazer depender a sua felicidade de terceiros, tanto ou mais do que a fixação de combinar as cores. Alegra-me a forma como ela me anima sem frases feitas, e como percebe e respeita o meu espaço (tão crú e frio na sexta-feira...). Foi muito reconfortante tê-la por perto nestes dias.
E vai ser muito complicado voltar ao horário normal na próxima semana...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Sonho (IV)
- Esta noite sonhei que estávamos a ter sexo contra as portas do roupeiro.
- Olha, como dizia o velhote no filme de ontem...
- E acordaste porquê?
- Porque a minha mãe entrou no quarto...
- Olha, como dizia o velhote no filme de ontem...
- E acordaste porquê?
- Porque a minha mãe entrou no quarto...
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Ternura (VII)
Depois de estar dedicada aos trabalhos manuais até às 4 e meia da manhã (quadrados de lã, camisolas de gola alta que deixaram de o ser e calças de ganga que serão umas belas skinny depois de terem um encontro escaldante com a máquina de costura da mãe), acordo tarde mas preparada para duas horas de babysitting com as princesas (as de carne e osso e as dos filmes da Barbie). Mas a I. está eléctrica e não deixa a irmã dormir, por isso a Paula leva-a e fico com a S. sonolenta e amorosa.
Choraminga quando as vê sair. Entretém-se com as lãs que estão no cesto, tira-as todas para o chão; dá-me os novelos, um a um, e no fim pede-mos todos outra vez, um a um. Deito-a no sofá e ela esconde a cara na almofada felpuda e agarra o corvo de peluche que é quase do tamanho dela. De vez em quando afasta o bico do corvo só para ver se eu ainda aqui estou. No momento em que acho que ela está mesmo a ferrar, levanta-se, escorrega cuidadosamente pelo sofá abaixo e vai em passos hesitantes até à entrada, aponta para o casaco dela que está pendurado no bengaleiro, e assim que lhe pego estende um braço para que lho vista, porque sabe que é assim que se vai embora. Segue-me até à casa de banho, puxa uma das toalhas e enrola-a à volta do pescoço, como um babete. Segue-me até à cozinha e esconde-se de lado no frigorífico, depois espreita e diz "cucu". E sorri. De vez em quando as pernas fraquejam e cai de cu, olha para mim meio espantada mas não chora nem pede colo. Levanta-se sozinha e continua. Já diz "olá" e "não queio", não gosta de beijos nem de se sentir apertada. Tem uma popa indomável de caracóis castanhos claros e semicerra os olhos a fazer pose para a máquina fotográfica. Tem um olhar doce e meigo e um sorriso tímido e que tem de ser conquistado.
E é tão engraçado ver este ser que me dá pelos joelhos, a dar os primeiros passos como se fosse um boneco a pilhas, a esfregar os olhos enquanto luta contra o sono, e a afastar as minhas mãos quando só me apetece aconchegá-la e enchê-la de mimo.
Choraminga quando as vê sair. Entretém-se com as lãs que estão no cesto, tira-as todas para o chão; dá-me os novelos, um a um, e no fim pede-mos todos outra vez, um a um. Deito-a no sofá e ela esconde a cara na almofada felpuda e agarra o corvo de peluche que é quase do tamanho dela. De vez em quando afasta o bico do corvo só para ver se eu ainda aqui estou. No momento em que acho que ela está mesmo a ferrar, levanta-se, escorrega cuidadosamente pelo sofá abaixo e vai em passos hesitantes até à entrada, aponta para o casaco dela que está pendurado no bengaleiro, e assim que lhe pego estende um braço para que lho vista, porque sabe que é assim que se vai embora. Segue-me até à casa de banho, puxa uma das toalhas e enrola-a à volta do pescoço, como um babete. Segue-me até à cozinha e esconde-se de lado no frigorífico, depois espreita e diz "cucu". E sorri. De vez em quando as pernas fraquejam e cai de cu, olha para mim meio espantada mas não chora nem pede colo. Levanta-se sozinha e continua. Já diz "olá" e "não queio", não gosta de beijos nem de se sentir apertada. Tem uma popa indomável de caracóis castanhos claros e semicerra os olhos a fazer pose para a máquina fotográfica. Tem um olhar doce e meigo e um sorriso tímido e que tem de ser conquistado.
E é tão engraçado ver este ser que me dá pelos joelhos, a dar os primeiros passos como se fosse um boneco a pilhas, a esfregar os olhos enquanto luta contra o sono, e a afastar as minhas mãos quando só me apetece aconchegá-la e enchê-la de mimo.
O melhor do fim de semana (VII)
Ter a nossa Paula cá por casa, com os seus chinelos, as suas pantufas, as suas crises existenciais e o seu portátil com mais crises do que ela.
Um sábado de compras, malhas macias, lingerie com um toque boudoir e velas para mim; tapetes, candeeiros e um telemóvel para a Paula (assim o que me lembro de repente, que ela andou para comprar o shopping inteiro), uma bicicleta para a I. e um carro a abarrotar de sacos do supermercado. E miminhos para ele: mojito, gelado de chocolate com picante, bolas enfervescentes para um banho a dois e o catálogo da Intimissimi (é quase Natal, e tal... só estou a ser amiga, e poupar-lhe o trabalho de ter de pensar em prendaS para me oferecer...).
Jantar no sítio do costume, com a Paula, a P., o N. e as princesas. E ver a S. andar, com passos ainda hesitantes e as pernas muito abertas (parecia que tinha bebido dois copos de whisky) e uma alegria pura e inocente.
Um domingo cinzento de chuva fria, de pijama e trailers de filmes. De quadrados de lã (por este andar, a miúda recebe a manta quando entrar para a primária...) e fatias de pizza em frente à lareira acesa.
Um sábado de compras, malhas macias, lingerie com um toque boudoir e velas para mim; tapetes, candeeiros e um telemóvel para a Paula (assim o que me lembro de repente, que ela andou para comprar o shopping inteiro), uma bicicleta para a I. e um carro a abarrotar de sacos do supermercado. E miminhos para ele: mojito, gelado de chocolate com picante, bolas enfervescentes para um banho a dois e o catálogo da Intimissimi (é quase Natal, e tal... só estou a ser amiga, e poupar-lhe o trabalho de ter de pensar em prendaS para me oferecer...).
Jantar no sítio do costume, com a Paula, a P., o N. e as princesas. E ver a S. andar, com passos ainda hesitantes e as pernas muito abertas (parecia que tinha bebido dois copos de whisky) e uma alegria pura e inocente.
Um domingo cinzento de chuva fria, de pijama e trailers de filmes. De quadrados de lã (por este andar, a miúda recebe a manta quando entrar para a primária...) e fatias de pizza em frente à lareira acesa.
sábado, 5 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Seguir em frente
Estou em fase de negação. Recuso-me a acreditar nesta tremenda injustiça. Nós não merecemos. Ele, acima de tudo, não merece esta merda. Hoje damos por encerrado um penoso ciclo, que continua a pesar como chumbo na minha alma. E eu ainda não me conformei, ainda não quero falar nas outras opções.
Ele disse-me que o que mais lhe custa é a minha tristeza, que invade o ambiente. É chegar a casa e sentir a casa triste. Isto para mim foi uma chamada de atenção. Ele tem razão. Passei os últimos anos a carregar este fardo de esperança e frustração e desalento, pesado e nocivo, sem me dar conta de como isso afecta quem está à minha volta.
Se calhar preciso de iniciar o meu próprio processo de cura. Se calhar é isso que quer dizer o horóscopo. Não esquecer, mas aceitar. E voltar a viver sem essa sombra. Admitir que fiz tudo o que estava ao meu alcance, e que agora é tempo de seguir em frente.
"True forgiveness is releasing the hope that things could have been different."
Oprah Winfrey
Ele disse-me que o que mais lhe custa é a minha tristeza, que invade o ambiente. É chegar a casa e sentir a casa triste. Isto para mim foi uma chamada de atenção. Ele tem razão. Passei os últimos anos a carregar este fardo de esperança e frustração e desalento, pesado e nocivo, sem me dar conta de como isso afecta quem está à minha volta.
Se calhar preciso de iniciar o meu próprio processo de cura. Se calhar é isso que quer dizer o horóscopo. Não esquecer, mas aceitar. E voltar a viver sem essa sombra. Admitir que fiz tudo o que estava ao meu alcance, e que agora é tempo de seguir em frente.
"True forgiveness is releasing the hope that things could have been different."
Oprah Winfrey
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
E começar...
... finalmente uma manta de quadrados de lã. Pequenina e em tons de rosa, para oferecer à minha afilhada.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
O que eu tenho de ouvir (VIII)
- Olha, o que é aquele frasco roll-on amarelo?
- É anticelulítico.
- Humm...
- (Ai o que é que vai sair daí?) Porquê?
- Porque eu pus esta manhã a pensar que era desodorizante... realmente admirei-me porque aquilo ardeu um bocado...
(tenho mesmo de perder a mania de arrancar os rótulos das embalagens...)
- É anticelulítico.
- Humm...
- (Ai o que é que vai sair daí?) Porquê?
- Porque eu pus esta manhã a pensar que era desodorizante... realmente admirei-me porque aquilo ardeu um bocado...
(tenho mesmo de perder a mania de arrancar os rótulos das embalagens...)
Momento (XC)
Chegar a casa e ter a lareira acesa. E velas espalhadas em pontos estratégicos. E uma paz sentida no silêncio. Pedir desculpa, por todo o tempo que tenho roubado a ele, a nós. Dar-me conta que também preciso disto, deste silêncio apaziguador em que dizemos tanta coisa sem palavras, destes momentos em que o tempo não tem significado e a simples presença física é reconfortante.
Momentos (LXXXIX)
Os últimos dias foram cheios de animação, maratonas a ver casas atrás de casas, explicações sobre dinossauros, subir escadas e descer escadas. Pasta de azeitonas ao pequeno-almoço e Licor Beirão depois dos profiteroles e do gelado de chocolate com picante. Um filme que ninguém viu porque toda a gente adormeceu no sofá. O cão de peluche oferecido pelo D. (a palavra mais correcta sería "cravado") e que é agora o meu novo porta-chaves. O pai mais gordinho e bem-disposto (a minha gratidão é imensa por vê-lo assim), a mãe a chamar "Meninos, todos para a mesa!!" enquanto olhamos uns para os outros e rimos "há coisas que nunca mudam...". As picardias com o N. por causa do meu cabelo e finalmente a casa escolhida, aquela que trará o meu irmão para perto de mim.
Querer acreditar
"O último mês deste ano traz-lhe inesperadamente a mudança profunda e radical com que tantas vezes sonhou. Aquele sentimento de vítima ou salvadora, que tantos Peixes sentem, chegou ao limite. É tempo de cortar amarras, ir em frente e arriscar mais um passo para transmutar o sofrimento da noite escura da alma e torná-lo num estado de graça, fonte de paz e sabedoria."
In: Vogue Dezembro 2009
In: Vogue Dezembro 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
Aturar...
... uma sala cheia de pitinhas histéricas que soltam gritinhos quando um dos protagonistas tira a t-shirt e mostra os abdominais, e que batem palmas no final do filme (fraquito, por sinal...). Não há paciência!
Alexandre Desplat
"The Meadow"
New Moon OST
Alexandre Desplat
"The Meadow"
New Moon OST
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Ouvir e sentir (LXXXIII)
Porque durante seis dias, seis miseráveis dias, vivi na suave incerteza que se calhar, talvez...
Porque o ano está quase a acabar. E eu queria muito continuar a acreditar. Que os milagres existem. Ou que basta ter um pouco de paciência. E que os anjos de caracóis têm mesmo poderes. Queria tanto não perder a esperança.
Djavan
"Nem um dia (um dia frio)"
Porque o ano está quase a acabar. E eu queria muito continuar a acreditar. Que os milagres existem. Ou que basta ter um pouco de paciência. E que os anjos de caracóis têm mesmo poderes. Queria tanto não perder a esperança.
Djavan
"Nem um dia (um dia frio)"
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Conversa (daquelas)
- Olha, vais levar o lixo?
- Estamos os dois de pijama e robe, porque não vais tu?
- Porque eu estou doente!!
- Ah bem, agora tocaste-me no coração...
- E porque fiz o jantar! E fiz o que TU querias!
- Anda um gajo a esforçar-se por pedir uma coisa simples, que não dê muito trabalho, para isto... para a próxima peço pato no forno com barbas de milho.
- E eu digo-te onde enfiares as barbas de milho...
- Estamos os dois de pijama e robe, porque não vais tu?
- Porque eu estou doente!!
- Ah bem, agora tocaste-me no coração...
- E porque fiz o jantar! E fiz o que TU querias!
- Anda um gajo a esforçar-se por pedir uma coisa simples, que não dê muito trabalho, para isto... para a próxima peço pato no forno com barbas de milho.
- E eu digo-te onde enfiares as barbas de milho...
E um feriado
Acordar à uma. Passar a tarde toda de pijama no sofá. A beber chá e comer tangerinas. E ver o Ice Age 3. O último dia deste fim de semana grande foi passado assim. Aninhada, confortável, serena.
Amanhã vai doer. O que me consola é saber que só trabalho mais 3 dias. Depois entro de férias.
Amanhã vai doer. O que me consola é saber que só trabalho mais 3 dias. Depois entro de férias.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Outro domingo
Acordar tarde (e sozinha, que não se pode ter tudo...) e fazer um bolo de iogurte com maçã para levar para o almoço de colegas. Almoçar com muita bicharada à volta mais um papagaio que mia.
E trazer para casa mimos da horta.
Passar o resto da tarde no sofá a ver o Mansfield Park de 1999, que só fui procurar porque vi o post da Abby. Não fiquei desapontada, é um filme de época como eu gosto, com excelentes cenários, um bonito guarda-roupa e um final feliz. Fazer canja de galinha para juntar às litradas de chá com mel e limão que me acompanham nos últimos dias. E outro bolo de iogurte, com amêndoas e nozes.
E trazer para casa mimos da horta.
Passar o resto da tarde no sofá a ver o Mansfield Park de 1999, que só fui procurar porque vi o post da Abby. Não fiquei desapontada, é um filme de época como eu gosto, com excelentes cenários, um bonito guarda-roupa e um final feliz. Fazer canja de galinha para juntar às litradas de chá com mel e limão que me acompanham nos últimos dias. E outro bolo de iogurte, com amêndoas e nozes.
Ouvir e sentir (LXXXII)
Porque esta música não me sai da cabeça desde que acordei (o facto de estar de férias hoje é capaz de ter alguma coisa a ver...).
Regina Spektor
"Us"
Regina Spektor
"Us"
domingo, 22 de novembro de 2009
Recear
Hoje, pela primeira vez, tive medo da gripe A. Os nossos planos de passar um domingo em pijama foram por água abaixo quando telefonaram a avisar que a avó R. tinha caído no galinheiro. Não se magoou, foi só mais uma das crises de Ménière, que não tería acontecido se ela tomasse os medicamentos como deve de ser e não andasse a apanhar a azeitona com 89 anos.
Toca de ir buscá-la, pô-la dentro do carro e seguir para o hospital. E foi quando chegámos e entrámos naquela sala de espera superaquecida e com pessoas de máscara (quase todas mães com crianças) a serem encaminhadas para uma sala minúscula e a abarrotar de gente é que me assustei. Não é cá fora que há mais probabilidades de apanhar a doença, é ali! Aquilo é um paraíso para os vírus e toda a bicharada que anda pelo ar! Estive quase tentada a pedir uma máscara para mim, para me proteger, porque ando com o organismo ligeiramente fragilizado e pela incerteza. Optei por passar a maioria do tempo na rua, enquanto ele acompanhou a avó nas quase três horas que demorou (vá lá, vá lá...).
Toca de ir buscá-la, pô-la dentro do carro e seguir para o hospital. E foi quando chegámos e entrámos naquela sala de espera superaquecida e com pessoas de máscara (quase todas mães com crianças) a serem encaminhadas para uma sala minúscula e a abarrotar de gente é que me assustei. Não é cá fora que há mais probabilidades de apanhar a doença, é ali! Aquilo é um paraíso para os vírus e toda a bicharada que anda pelo ar! Estive quase tentada a pedir uma máscara para mim, para me proteger, porque ando com o organismo ligeiramente fragilizado e pela incerteza. Optei por passar a maioria do tempo na rua, enquanto ele acompanhou a avó nas quase três horas que demorou (vá lá, vá lá...).
Delirar (II)
- Olha aqui o nosso próximo carro! Parece uma cabra tonta aos saltos!
(e depois sou eu que estou com febre...)
(e depois sou eu que estou com febre...)
sábado, 21 de novembro de 2009
Dar colo
Hoje a Joana fez anos. A Joana que é muito mais do que a Joaníssima, a Joana que é um amor de pessoa e que tem um lugar cativo no meu coração, porque me recebeu de braços abertos sem me conhecer de lado nenhum, e que continuou a acarinhar-me mesmo depois de me conhecer (podia não ter sido assim).
Como (ainda) não é possível abraçar alguém pela net, ou enviar a caixa de 24 Ferrero RondNoir que tenho aqui na mesa, resta-me um pequeno miminho para recordar um dia especial.
Como (ainda) não é possível abraçar alguém pela net, ou enviar a caixa de 24 Ferrero RondNoir que tenho aqui na mesa, resta-me um pequeno miminho para recordar um dia especial.
Na terra da avó... (IV)
... hoje descobri que o avô C., que vai fazer 90 anos no próximo dia 26 de Dezembro, que está praticamente cego e surdo (mas todos os dias de manhã faz questão de ouvir o noticiário da rádio e sabe dizer com uma lucidez impressionante o que andava a fazer em qualquer data que lhe perguntem), sabe sempre quando nós chegamos, porque sente o meu perfume.
Conversas ao almoço (III)
- Vais pôr mel em cima dos crepes chineses?!
- Vês porque é que Cristovão Colombo nunca tería descoberto a América se tivesse uma mulher, vês?!
- Vês porque é que Cristovão Colombo nunca tería descoberto a América se tivesse uma mulher, vês?!
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Momento (LXXXVIII)
Hoje não houve cinema (nem compras). Houve pijama, sofá e manta (e leite quente com mel para os primeiros indícios de uma bronquite). E casas de sonho vistas na net. Quando fôr grande quero ter um alpendre, daqueles típicos das casas coloniais americanas. Assim adormeci no sofá, a sonhar com um alpendre. E foi assim que ele me encontrou quando chegou. Afastei as almofadas felpudas para o sentar perto de mim, para poder deitar a cabeça no seu colo. E adormecer novamente, enquanto ele me tapava as costas com a manta.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Momentos (LXXXVII)
Disse à I. que a planta que me tinha dado gostava do cantinho que lhe arranjei junto à janela da cozinha, onde tem luz natural todo o dia. Hoje tinha outra planta à espera debaixo da secretária.
E tivémos um almoço de trabalho impecavelmente confeccionado e servido por alunos do curso profissional de Hotelaria. Com todos os cuidados de quem está a ser avaliado a cada gesto (a ponto de nos vir pedir desculpa por ter perguntado quem era a "senhora" mais velha da mesa, porque não conseguia saber quem devia servir primeiro).
E tivémos um almoço de trabalho impecavelmente confeccionado e servido por alunos do curso profissional de Hotelaria. Com todos os cuidados de quem está a ser avaliado a cada gesto (a ponto de nos vir pedir desculpa por ter perguntado quem era a "senhora" mais velha da mesa, porque não conseguia saber quem devia servir primeiro).
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Private (IX)
Uma picada. Sentida ontem à noite, assim do nada. Sei o que quer dizer, e fiquei à espera. Não aconteceu. Até agora. E relembro o Manuale D'Amore 2. E que o ano ainda não acabou. Uma picada.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Ouvir e sentir (LXXXI)
O som faz eco nas paredes quase vazias do "solário". Mas anima a manhã antes de um almoço alegre (burras no forno, que raio de nome...) com ele, o puto mais velho e a C.
Dou-lhes a chave de casa e mando-os ir dormir a sesta. E volto para o escritório com uma mão cheia de bombons Serenata de Amor que o puto me deu.
U2Dou-lhes a chave de casa e mando-os ir dormir a sesta. E volto para o escritório com uma mão cheia de bombons Serenata de Amor que o puto me deu.
"City Of Blinding Lights"
domingo, 15 de novembro de 2009
O melhor do fim de semana (VI)
O sorriso da C., cada vez gosto mais do sorriso dela, e cada vez ela sorri mais, à medida que nos vai conhecendo melhor e se vai sentindo mais à vontade. Sentir a felicidade do puto ao lado dela, é quase palpável. Vê-lo crescer mais nestes últimos meses do que nos últimos anos (uma mulher muda um homem, digam o que disserem...) e vê-lo fazer planos com uma ponderação e cuidado que me deixam de boca aberta (e tão orgulhosa!).
Saber que o dia passado em pijama e a tarde sozinho em casa foi a melhor coisa que lhe podia ter acontecido hoje. Sei como estes momentos de introspecção são importantes para ele, respeito esta necessidade de silêncio porque também a tenho e compreendo. E o sorriso quando voltámos valeu por todos os beijos que não demos. Porque sabê-lo sereno deixa-me tranquila. E feliz.
Torcer o nariz a sair numa noite chuvosa, e preferir um jantar caseiro de lasanha, salsichas à brás e profiteroles encharcados em topping de chocolate e morango.
Saber que o dia passado em pijama e a tarde sozinho em casa foi a melhor coisa que lhe podia ter acontecido hoje. Sei como estes momentos de introspecção são importantes para ele, respeito esta necessidade de silêncio porque também a tenho e compreendo. E o sorriso quando voltámos valeu por todos os beijos que não demos. Porque sabê-lo sereno deixa-me tranquila. E feliz.
Torcer o nariz a sair numa noite chuvosa, e preferir um jantar caseiro de lasanha, salsichas à brás e profiteroles encharcados em topping de chocolate e morango.
O que realmente importa
A chuva de sábado à noite pode ter sido muito boa para os vendedores de guarda-chuvas (até bateram palminhas!) mas para quem tinha planeado umas horas no picadeiro da Gol.egã a admirar cavalos, não teve piada nenhuma. Isso e as unhas (se fosse só as unhas...) negras do empregado de mesa que nos serviu o jantar numa tasca improvisada, daquelas refundidas atrás de um portão de garagem e que só existem para (e por causa d)a Festa.
Mas até isso foi motivo para risos e boa disposição, isso e tudo o resto, dos mojitos ao vinho da casa, do entrecosto substituído por costoleta de novilho por engano do (mesmo) empregado "mas oh chefe, eu não me importo, que isto está muito bom!", dos moranguitos e pastéis de nata às conversas que se vão desenrolando sem darmos conta, temas sérios misturados com as brincadeiras do costume. E os amigos, sempre os amigos que tornam estes momentos especiais, e não é preciso muito, juntem-nos à volta de uma mesa com uns copos à frente (e qualquer coisita que se coma, já agora...) e nós fazemos o resto.
O puto mais velho e a C., com muito à-vontade num grupo que estão agora a conhecer, o espírito aberto e a confiança que aqui vão ser felizes (está quase...). E eu, mais uma vez, qual mana mais velha babada e lamechas, fiquei feliz de os ver ali junto dos nossos amigos, e saber que se sentiam bem (depois de os ter envergonhado descaradamente quando reparei nas alianças de compromisso).
Mas até isso foi motivo para risos e boa disposição, isso e tudo o resto, dos mojitos ao vinho da casa, do entrecosto substituído por costoleta de novilho por engano do (mesmo) empregado "mas oh chefe, eu não me importo, que isto está muito bom!", dos moranguitos e pastéis de nata às conversas que se vão desenrolando sem darmos conta, temas sérios misturados com as brincadeiras do costume. E os amigos, sempre os amigos que tornam estes momentos especiais, e não é preciso muito, juntem-nos à volta de uma mesa com uns copos à frente (e qualquer coisita que se coma, já agora...) e nós fazemos o resto.
O puto mais velho e a C., com muito à-vontade num grupo que estão agora a conhecer, o espírito aberto e a confiança que aqui vão ser felizes (está quase...). E eu, mais uma vez, qual mana mais velha babada e lamechas, fiquei feliz de os ver ali junto dos nossos amigos, e saber que se sentiam bem (depois de os ter envergonhado descaradamente quando reparei nas alianças de compromisso).
sábado, 14 de novembro de 2009
Sorrir (II)
"- What happens when you fall in love?
- You believe in that?
- It's love, it's not Santa Claus. "
This is not a love story. It's a story about love.
The Temper Trap
"Sweet Disposition"
(500 Days of Summer OST)
Um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, lindo em todos os aspectos, uma história de amor contada de forma inteligente e inesperada, e uma banda sonora maravilhosa que eu tenho de arranjar rapidamente para passar on and on no "solário" (só gostava de saber se algum homem sofre mesmo assim por amor...).
- You believe in that?
- It's love, it's not Santa Claus. "
This is not a love story. It's a story about love.
The Temper Trap
"Sweet Disposition"
(500 Days of Summer OST)
Um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, lindo em todos os aspectos, uma história de amor contada de forma inteligente e inesperada, e uma banda sonora maravilhosa que eu tenho de arranjar rapidamente para passar on and on no "solário" (só gostava de saber se algum homem sofre mesmo assim por amor...).
Cumprir (II)
Tinha prometido à Against que mostrava a minhas novas chucks (non All Star) quando as comprasse. E eu gosto de cumprir o que prometo, senão mais vale estar calada...
Pronto, e os botins cinzentos que estavam a chorar a um canto, tipo cachorrinhos abandonados, a implorar que eu os trouxesse...
... e já me convenci que todo o dinheiro que gasto na Calzedonia é bem empregue.
Pronto, e os botins cinzentos que estavam a chorar a um canto, tipo cachorrinhos abandonados, a implorar que eu os trouxesse...
... e já me convenci que todo o dinheiro que gasto na Calzedonia é bem empregue.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Terminar bem...
... a semana, com compras e um filme. Ultimamente as minhas sextas-feiras são assim. Aproveito ele ter aulas à meia-noite, e vou ao cinema ver os filmes que ele não faz muita questão de acompanhar. E faço raids pelas lojas. Como junke food e sento-me numa esplanada a ler a Vogue. É uma forma de encerrar a semana, como o primeiro cigarro do dia fumado à janela em casa é a minha forma de encerrar um dia de trabalho.
Two Steps from Hell
"Master of Shadows"
2012 OST
Two Steps from Hell
"Master of Shadows"
2012 OST
Sonho (III)
A noite passada tive um dos sonhos mais marados que me lembro: tinha organizado uma festa de aniversário, estávamos todos num quarto enorme mas muito escuro, mais parecia um dormitório. Várias pessoas, lembro-me do N. e da C. a jogar num portátil enquanto o D. olhava para eles. E assim do nada o Sr. D. vem pedir para eu fazer uma guia de transporte porque tinha um motorista à espera no corredor, e eu tentava freneticamente fazer a guia, mas de cada vez que mandava imprimir dava um erro, e não gravava, e eu tinha de fazer tudo outra vez. O Sr. D. ralhava comigo porque estava à espera e estava a ficar furioso, eu queria fazer o documento mas já não podia porque o D. tinha pegado no portátil e estava a jogar, eu comecei a desesperar e a chorar, até ele (o meu ele) vir ter comigo e agarrar-me pelos ombros e dizer para eu me controlar.
Mais tarde fui buscar a minha carteira que estava em cima de uma das camas do quarto que parecia um dormitório escuro, e assim que peguei nela senti-a muito leve, abri-a e vi que estava vazia, corri para a cozinha e gritei para ele e todos os outros que estavam na varanda, gritei que me tinham roubado tudo o que tinha na carteira, e eles largaram os copos que tinham nas mãos e entraram logo para dentro da casa.
(acho que nem um intérprete de sonhos conseguia descortinar o que vai no meu subconsciente...)
Mais tarde fui buscar a minha carteira que estava em cima de uma das camas do quarto que parecia um dormitório escuro, e assim que peguei nela senti-a muito leve, abri-a e vi que estava vazia, corri para a cozinha e gritei para ele e todos os outros que estavam na varanda, gritei que me tinham roubado tudo o que tinha na carteira, e eles largaram os copos que tinham nas mãos e entraram logo para dentro da casa.
(acho que nem um intérprete de sonhos conseguia descortinar o que vai no meu subconsciente...)
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