domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ouvir e sentir (CLXII)

Passei a tarde com a Canon ao ombro e não tirei uma única fotografia. Passei a tarde com a mãe e evitei-lhe todas as lágrimas. Fomos fazer terapia de compras. Corremos as lojas de decoração todas da zona. Teoricamente para a casa dela. A minha cozinha ganhou cortinados novos. E almofadas para as cadeiras a condizer (duas verde-alface, duas azul-eléctrico, duas às riscas azuis, verdes e brancas). Tive pena de não trazer os outros, em tons de castanho, laranja e vermelho. Mas tinham algumas flores desenhadas, e achei que ele não ía gostar. Os varões para os cortinados já ficaram escolhidos (mas não cabiam no DJ), cinco dos candeeiros de tecto também (para a sala, para os três halls e para o quarto dela). Convenci-a que um espelho antigo com moldura de madeira entalhada fica tão bem (ou melhor) numa casa de banho do que os normaizinhos que vimos (ligou-me há pouco para dizer que aproveitou dois antigos, já os pendurou e tudo). Também já decidiu que vai ser um pincél tão grande voltar a montar o móvel de sala gigante que trouxe de Lisboa, que mais vale dá-lo e comprar um mais baixo, tipo aparador, para condizer com uma casa mais leve que está a criar, a pouco e pouco, um dia de cada vez.
(Falou de ti. Muito. Fala sempre. Até as azeitonas trazem lembranças tuas. Não estou a brincar, falou-me que eras tu que trazias azeitonas do mercado ao sábado de manhã. E do que querias fazer na casa da Serra e não tiveste tempo. Na sexta feira tinha o albúm de fotos do vosso casamento em cima do sofá. Estás sempre presente. Serás sempre lembrado).

Les Petits Minous
"A la claire fontaine"
(The Painted Veil OST)


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