Esta semana tenho feito jantar todas as noites (menos ontem, foi dia de passar a ferro, por isso comemos os restos que havia pelo frigorífico). Estou rendida à panela mágica, meto tudo lá para dentro, programo a hora a que quero jantar, e pronto. Sem sujar o fogão, sem esfregar panelas, sem ter de estar a espreitar de 5 em 5 minutos. É um descanso.
E isto vem a propósito de ele estar em casa. Todas as noites. Melhor, ele já está em casa quando eu chego do trabalho. Ou de casa da mãe, onde tenho ido todos os dias, só para ver se está tudo bem. Ela está delirante. Desempacota, limpa, arruma. Deita fora metade das coisas (pena não se ter lembrado disso ANTES da mudança, antes de termos carregado com aquilo tudo pelos três lanços de escadas, todos os tarecos que ela agora traz para baixo para o lixo!! Mas mais vale tarde do que nunca.) e vai organizando o espaço à sua maneira. Ontem levei-lhe dois candeeiros, um para substituir o que se partiu na mudança, o outro para a mesa de apoio ao sofá, ambos em cor creme, a condizer com a nova decoração, mais despojada, sem bibelots inúteis, só com grandes quadros a colorir as paredes brancas. Acho que ela está a renascer. Acredito que vai ser feliz aqui.
E ele está em casa porque acabaram as frequências. E ainda não começaram as aulas. O que até dá jeito porque também não tem carta de condução para ir para as aulas. Durante 30 dias. Anda de autocarro e até nem refila muito. É uma novidade.
Já tinha saudades de tê-lo em casa. De vermos um filme juntos depois do jantar, enroscados no sofá. Um dia-a-dia normal. Simples e caloroso.
Já tinha saudades de tê-lo em casa. De vermos um filme juntos depois do jantar, enroscados no sofá. Um dia-a-dia normal. Simples e caloroso.
(A bebé da R. nasceu ontem. É linda, morena de olhos escuros e pele muito clara e lisa, como só os bebés que nascem de cesariana têm no primeiro dia de vida. Não consigo evitar a torrente de contradições que volta a brotar de um canto sombrio do coração, para onde foram empurradas a murro e pontapé em Dezembro, e onde têm de ficar durante mais algum tempo, amordaçadas, silenciadas. A vida continua. Eu continuo a vê-la passar).
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