Não me lembro em que dia foi, sei que foi no final de Agosto, uma conversa normal, como se estivéssemos a falar do tempo ou dos planos para o fim-de-semana. As decisões mais importantes da nossa vida têm sido tomadas assim, num banco de madeira de um café ou à mesa de uma esplanada, uma sucessão de acontecimentos que levam a um final natural, porque assim o queremos, porque está na altura, "mas vamos fazer isto como deve de ser, vou tomar esta caixa até ao fim. Não, não se deve parar de repente. E vou ao médico ver se está tudo bem comigo, fazer análises e começar a tomar ácido fólico" (e passei anos a tomar a merda do ácido fólico).
Entretanto ele teve um momento de indecisão "preciso de pensar melhor, é uma mudança muito grande, não sei se estou preparado" e eu esperei, dei-lhe o tempo que ele precisou (como sempre, será sempre assim?), até o ouvir dizer naquela forma despreocupada que é só dele.
Porque queria que esta decisão, tal como todas as outras, fosse tomada com a convicção de ser a certa, e sentida com um princípio de amor maior no coração.
Não me lembro em que dia foi, mas já foi há 4 anos.
Não me lembro em que dia foi, mas já foi há 4 anos.
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