domingo, 2 de agosto de 2009

Inesperado (IV)

A meio do dia um "vamos passar por aí ao final da tarde, pode ser?". A minha resposta foi instintiva "faço jantar, pode ser?". Isto sería a coisa mais natural do mundo, não fosse o pequeno pormenor de eu nunca os ter visto, nem eles a mim. O maravilhoso mundo da blogosfera no seu melhor. Começou como é costume, uns comentários cá e , uns mails trocados, uns "temos de combinar um café ou um lanche". Mas naquele momento tive a certeza que não eram necessários esses preliminares precavidos, e fiz algo inédito: convidar para minha casa conhecidos sem rosto, mas com quem já tinha criado uma empatia. Pior ainda, convidá-los para comer uma refeição feita por mim!
Assim que saíram do carro soube que tinha feito bem, até hoje nunca me enganei, a forma como se escreve pode não dizer tudo, mas diz muito sobre quem está do outro lado dos caracteres, e do outro lado eu sabia que estava um casal descontraído e alegre, de conversa fluida e riso fácil.
Acho que eles estavam mais nervosos do que nós, e o G. a tentar perceber como é que a mãe tinha uma amiga mas não sabia como ela era, e a S. dos olhos doces e bochechas rosadas (só me deu vontade de a encher de beijos, mas tive medo que ela se assustasse e me achasse maluca) muito envergonhada. Fiquei a saber que, para eles, eu sou a rapariga que tem umas músicas giras no blog, que a mãe põe a tocar para ouvirem.
No final da noite, só tive pena de não ter tirado uma foto desta família feliz, para mais tarde recordar como um domingo sem nada planeado se pode tornar num dia tão especial.

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