domingo, 5 de outubro de 2008

Matar saudades

Não me apetece pensar na imagem do meu pai, magro, muito magro, apesar de bem disposto e com a perna a sarar e a doer (dizem que neste caso doer é bom sinal). Não gostei de o ver, naquela cama articulada com controlo por botões, naquele hospital pintado de fresco, paredes azul-bébé, que já não cheira a éter mas não deixa de ser um hospital.
Este fim de semana matei saudades, de andar de carro com o meu irmão a ouvir System of a Down e Korn (lembro-me sempre dele quando ouço o "Chop Suey"); das palhaçadas à hora do jantar que deixam a minha mãe perplexa e a pensar que os filhos ainda têm 5 anos.
Do meu afilhado, que fez 6 anos e que eu não via desde o Natal (bela madrinha eu saí!) e que está tão grande e tão louro e fala pelos cotovelos e tem um irmão de 2 meses que é igual a ele, literalmente.
De passear num jardim, com calma, devagar, sentir a relva debaixo dos sapatos, ficar sentada num banco enquanto a I. corria atrás dos patos e enfiava as mãos na água e na terra e depois as usava para afastar os cabelos da cara.

E de beber um café com as amigas de sempre, num dos meus sítios preferidos, pela decoração e pela música.

São estes os momentos que eu quero guardar, e estar grata por acontecerem, porque a minha felicidade é isto.

2 comentários:

  1. É felicidade, é o que importa.

    As melhoras do teu velhote ;)

    Bjs

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  2. Obrigado, viajante, ele está melhor, mas ainda vai ficar mais uns dias no "hotel".
    Beijo para ti

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