segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sobre o baptismo

Ontem perguntaram-nos se íamos baptizar Peter Pan. Já tínhamos falado nisto, como nos principais temas relacionados com a vida e educação do nosso filho. E a resposta foi concensual e nem sequer levantou discussão: não, não o vamos baptizar. Estamos juntos há quase 20 anos, vivemos juntos há mais de 10, mas nunca sentimos necessidade de tornar a coisa oficial, nem aos olhos da Lei nem aos olhos de uma Igreja com a qual não nos identificamos completamente. Se tiver de falar do Luis a alguém digo "o meu marido" e acho que ele faz o mesmo em relação a mim. Porque apesar de não termos assinado contrato, construímos uma vida em conjunto e uma família e conseguimos aguentar-nos um ao outro há mais anos do que grande parte dos casais que fizeram questão de fazerem um mega casamento que depois não durou sequer 1 ano (tipo... o meu irmão mais novo... mas isso é outra história, porque depois de se ter divorciado e de ter conhecido outra pessoa e de ter um filho dessa pessoa, finalmente caiu-lhe a ficha e percebeu que tinha deixado escapar a felicidade por entre os dedos... e voltou a conquistá-la e estão juntos outra vez).
Assim, não achamos correcto impor uma religião a um ser humano que ainda nem pensa por si próprio e não percebe o que lhe está a ser incutido. Preferimos dar-lhe a hipótese de escolher em consciência aquilo em que quer acreditar, pesquisar e estudar diferentes credos até encontrar (ou não) aquele com se identifica e que lhe dê resposta às questões existenciais. Podemos (e iremos) sempre responder às perguntas dele de acordo com as nossas próprias crenças, isso é natural, mas deixando sempre a porta aberta para outras escolhas, porque não há só uma forma de ver o mundo, não há só uma resposta certa. Caberá a ele a escolha final (desde que não se transforme num daqueles tipos que vai à procura das 70 virgens, tudo bem...).
Acima de tudo pretendemos transmitir-lhe valores que são professados (também) pela religião cristã, principalmente a noção de "trata os outros como queres que te tratem a ti". Mas julgo que isso tem mais a ver com bom senso  e boa educação. Acreditamos que o melhor ensinamento é o exemplo, por isso queremos, cada vez mais, ser melhores pessoas, para que o nosso filho possa ver e aprender em nós uma forma de estar na vida que inclua respeito por ele próprio e pelo outros, humildade e empatia, confiança e optimismo, responsabilidade e muita alegria de viver cada dia e aproveitar a beleza dos pequenos momentos.

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