Para a coisa correr bem tinha de seguir alguns requisitos básicos:
alugar um apartamento porque hotel limitava a questão das refeições do
pequeno buda, e a localização tinha de permitir encostar o carro no dia
de chegada e só voltar a pegar nele para ir embora. Nada de ter de
conduzir todos os dias e enfrentar pára-arranca para chegar à praia.
Comecei a pesquisar na net e acabei por achar um T1 disponível na semana
que queria, num antigo aparthotel, com piscina partilhada, elevador
(convém, é um sexto andar), ar condicionado e... a 350 metros da praia.
Enviei email a confirmar o preço que era apresentado, porque era
realmente mais baixo do que todos os que tinha visto, e achei que me íam
responder que afinal o preço era outro. Não, estava correcto, era mesmo
aquilo. Reservei, paguei o sinal, e hoje enquanto fazíamos a viagem,
vinha com um bocado de medo de apanhar uma banhada do tamanho de um
comboio. Mesmo sendo uma agência imobiliária e não um particular a
tratar de tudo, pensava que a piscina devia ser do tamanho de uma
banheira, as camas deviam ranger e ter molas a saltar, o ar condicionado
devia estar avariado (quando a fartura é muita...). Quando entrei em
"casa" suspirei de alívio: tudo funciona, o espaço é maior do que
parecia nas fotos do site, a piscina (são duas, uma para crianças) tem
óptimo aspecto, e a praia é mesmo mesmo perto.
Arrumámos as malas num instante (a nossa mala de roupa, mais as 5
malas do lorde - a sério, nós fomos uma semana inteira para Amesterdão
só com uma mochila às costas, e agora andamos carregados com uma mala
cheia de roupa em miniatura, uma mala de brinquedos, uma mala para a
comida e leite e biberãos, mais a cama de viagem e o colchão e mais sei
lá o quê...) e fomos fazer uma volta de reconhecimento: aqui está uma
pastelaria, e mais outra e mais outra, ali um minimercado e a seguir uma casa de pasto com take-away, passamos a igreja e estamos com os pés
na areia (e umas gelatarias pelo
caminho). Não precisamos de mais nada. Comprar fraldas (era o que
faltava vir carregada de casa com um saco de fraldas...) fruta, vinho
verde e cenas para o pequeno almoço, trazer o jantar do tal restaurante
(um exagero de comida, uma dose chegou para ele e dá para o nosso almoço
amanhã), tratar de Peter Pan e pô-lo a dormir (o L. estava com medo que
ele estranhasse a cama, mas adormeceu como habitualmente, um doce...) e
jantar na varanda ao som das gaivotas.
Não é o meu conceito de férias ideal, não vou aprender nada de novo, não vou conhecer um novo país, uma nova cultura, uma nova realidade. Não vou abrir horizontes nem mostrar o mundo a Peter Pan (ainda...). Vou só descansar. O corpo e o espírito.
(Para já, melhor que isto, só um tudo-incluído em Cabo Verde).
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