segunda-feira, 22 de julho de 2013

Viver o hoje, só o hoje

Os dias são passados ao sabor das rotinas de Peter Pan. A nossa única preocupação são os horários de comer e de dormir dele. Acorda (e acorda-nos) à hora do costume, o que garante que encontramos a praia quase deserta. Nós e os velhotes madrugadores com quem ele se mete descaradamente, a sorrir de nariz franzido e a dizer adeus com a mão papuda. Saímos da praia quando toda a gente está a chegar, passeamos pelas ruas quase desertas durante o dia, e que estarão apinhadas logo à noite, sentamo-nos numa esplanada à sombra, Peter Pan observa quem passa, cusco, tão cusco que chega a inclinar-se para a frente e torcer a cabeça toda para poder ver melhor, atento a tudo, a absorver todas as cores, todos os cheiros, todas a gentes. Voltamos para casa para a sesta sagrada de meia hora antes o almoço, e enquanto ele come o L. vai "à caça" do nosso almoço. Depois dormimos a sesta grande, duas horas aninhados os dois (ou pai e filho aninhados e eu no sofá, o resultado é o mesmo... descanso absoluto...). Depois do lanche fazemos tempo até o sol perder força para  podermos voltar para a praia. Peter Pan começa a ficar impaciente até chegar ao calçadão e ouvir o som das ondas. E aí começam os gritinhos e o bater de pernas e os saltinhos no nosso colo. Porque já sabe o que se segue. É completamente louco pela areia e pelas ondas. É sentá-lo à beira-mar com a água a cobrir-lhe as pernas e ficar a apreciar o delírio de alegria, as mãos cheias de areia que tenta enfiar na boca, os pés a chapinhar em movimentos frenéticos, o sorriso escancarado com que procura o nosso olhar como quem diz "olha, olha para mim aqui!!". Deixamos o areal perto das 8 da noite, banhos tomados, Peter Pan jantado, e voltamos a sair para o nosso jantar, naquele indiano que adoro, naquela casa de hamburgueres na rua pedonal, no chinês ou numa pizzaria. Entre um gelado e um café, o nosso pequeno buda adormece no trajecto até casa. Ficamos com o resto da noite para nós. Para ler, para tentar ver um filme até ao fim, para adormecermos abraçados no sofá.

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