terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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When frustrating things happen, keep them in perspective.
It's easy to let frustration over small inconveniences and minor affronts mutate into anger towards others and a general dissatisfaction with life.


É realmente impressionante como um olhar reprovador acompanhado de uma frase dita num tom de voz específico pode alterar o meu humor durante três dias (e ainda não voltei ao normal, a raiva ainda cá está, contida por um sentido de condescendência e protecção que se calhar nem é totalmente merecido, porque sinto que se está a tornar unilateral).
A culpa é minha, eu é que me deixo afectar, se mandasse tudo à merda, se me estivesse a cagar para o(s) outro(s), tinha a vida muito mais facilitada, não me chateava tanto e tinha menos trabalho (porque no fundo, é disso que se trata, de trabalho, de quem o tem e de quem não mexe um cú). Mas não sou capaz. E fico a remoer. Faço a contabilidade completa das responsabilidades assumidas, do contributo que dou para o bem-estar geral em comparação com, e vejo que a conta corrente está a ficar com um saldo devedor do caraças, e eu não quero continuar a contribuir para o endividamento alheio. Volto a pensar, de uma forma um pouco dramatizada e ampliada pelas farpas do ego magoado, se é assim que me quero ver daqui a 10 anos, em prol de um bem comum, mas que beneficia sempre mais o(s) outro(s).
Eu disse que não vinha mais para aqui carpir mágoas. Mas isto não é tristeza. É uma raiva fininha e gasosa que não se vê mas que se sente.

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