O que é que uma pessoa no perfeito uso das suas capacidades mentais faz num domingo de manhã, depois de uma noite de insónia, pesadelos, ataques de frio e mais insónia? De certeza que não se levanta às 7 e meia para ir para um passeio de TT!! O que só prova que de vez em quando passo-me, só pode! Ainda por cima sou a única mulher do grupo inicial, todas as outras namoradas ou esposas cortaram-se (elas é que são espertas)!
Um levou um presunto, o outro levou a geleira cheia de cervejas, nós levámos o pão, e lá fomos felizes da vida, nós e mais 60 jipes, romper o nevoeiro lindíssimo da manhã fria...
Depois foi mais do mesmo, mas com menos organização, mais chabocas de lama e água por cima do capot...
Conseguimos chegar ao recinto onde foi servido o almoço às 4 da tarde, e já não aguentei para o trial, despedi-me da agradável companhia e pedi para ele me levar a casa.
(As últimas três fotos foram tiradas por ele. Não é de admirar que o convidem para ir cobrir - salvo seja - eventos destes, e a mim não).
Tomei um banho quente e aterrei no sofá, embrulhada em duas mantas (eu ía dizer que era o que devia ter feito o dia todo, mas não, gostei muito das paisagens que vi e dos lugares onde passei, do rebanho de ovelhas assustado porque o sítio onde elas queriam beber água estava cheio de máquinas infernais, da subida que o nosso jipe passou à primeira onde outros tiveram de desistir, da fogueira onde alguém se lembrou de pôr umas botas " a secar" e da companhia simpática e despretensiosa do casal mais velho e sábio).
"Passou tudo tão depressa / nunca te falei de mim / o que digo não importa / o que sinto talvez sim."
domingo, 31 de janeiro de 2010
sábado, 30 de janeiro de 2010
Eu não sou exemplo para ninguém
Pequeno-almoço (ao meio dia e meia) - um copo de leite, uma fatia de bolo de natas, um café e um cigarro
Almoço (às 5 da tarde) - uma tosta mista, um galão e um cigarro
Lanche (às 7 da tarde) - outra fatia de bolo de natas e outro cigarro
Jantar (às 10 e meia da noite) - um Essencial de pêssego, duas bolachas recheadas de chocolate... e um cigarro
(não é de estranhar que ele ponha em causa a minha capacidade de alimentar uma criança).
Almoço (às 5 da tarde) - uma tosta mista, um galão e um cigarro
Lanche (às 7 da tarde) - outra fatia de bolo de natas e outro cigarro
Jantar (às 10 e meia da noite) - um Essencial de pêssego, duas bolachas recheadas de chocolate... e um cigarro
(não é de estranhar que ele ponha em causa a minha capacidade de alimentar uma criança).
Divagar
Volto à minha rotina de dormir até ao meio-dia, sem remorsos porque o sol teima em não me querer alegrar o fim-de-semana e convidar para sair. Levanto-me para tomar o pequeno-almoço, beber café e fumar um cigarro. Volto a enfiar-me no quente dos lençóis e devoro páginas seguidas do livro, algo que eu não fazia há muito tempo, lembro-me de adorar passar as manhãs assim quando tinha 12, 13 anos, deitada a ler. Nessa altura (credo, pareço aqueles velhotes sentados nos bancos de jardim...) os livros deslumbravam-me mais, ultimamente não tenho encontrado essa magia, esse condão de me fazer abstrair de tudo o que me rodeia e de me levar para outros mundos, outras paisagens, outros cheiros. Já não se fazem livros assim, daqueles que fazem sonhar? Ou então sou eu que não sei escolher, também é verdade que o meu critério de escolha é altamente tendencioso e nada científico, escolher os livros pela capa dá nisto, e devia ser uma lição de vida aplicada às pessoas, mas essas eu não escolho pela capa, muitas vezes nem sou eu que escolho, são elas que me escolhem a mim.
"Escreve como pensas". É isso que estou a fazer com a caneta de tinta verde na Moleskine comprada na Madeira (e já passou mais de um ano, e já aconteceu tanta coisa desde aí, o casal que foi connosco já tem uma filha...), sentada numa mesa de uma pastelaria de paredes negras e vermelhas, e cadeiras das mesmas cores, ao som de Enya. Quando entrei havia pelo menos dez pessoas espalhadas pelas mesas, um casal com os filhos, umas velhotas a tomar o chá das 5, um homem a um canto a ler o jornal. Agora, depois de "almoçar" uma tosta mista e um galão que me souberam divinamente, sou a única pessoa aqui, para além da empregada simpática que está a um canto do balcão a sussurrar para o namorado dread de camisola de capuz a cobrir a cabeça.
Decidi sair de casa mesmo sem sol quando soube que ía ser trocada por um mecânico de jipes a tarde inteira. Peguei na máquina fotográfica que não é nossa mas passa os fins-de-semana lá em casa, e antes de ir ver a minha afilhada que está doente (nada de mais, dentes a nascer, baba e febre e ranho com fartura, mas a S. entra em pânico, não sabe o que fazer porque a pequena não come e só quer colo - será que eu vou ser assim? Espero não stressar tanto, encarar cada fase com mais naturalidade e calma, vou tentando aprender com os erros dos outros para quando chegar a minha vez não os cometer - hei-de cometer outros, mas pronto...) parei em Constância, passeei junto ao rio a ouvir as folhas secas a quebrar debaixo das botas, a ver as árvores despidas e tristes, e a interiorizar o silêncio de um parque quase deserto apesar de ser sábado.
No regresso meti-me pelas ruelas estreitas de casas senhoriais, muitas delas a cair aos bocados e com placas a anunciar "Vende-se", e fiquei com pena destas casas moribundas que ninguém quer, porque imagino-as imponentes e belas noutros tempos, e agora perderam todo o seu encanto (e eu não posso escrever mais porque fiquei sem folhas, tenho de ir comprar outra Moleskine!!).
"Escreve como pensas". É isso que estou a fazer com a caneta de tinta verde na Moleskine comprada na Madeira (e já passou mais de um ano, e já aconteceu tanta coisa desde aí, o casal que foi connosco já tem uma filha...), sentada numa mesa de uma pastelaria de paredes negras e vermelhas, e cadeiras das mesmas cores, ao som de Enya. Quando entrei havia pelo menos dez pessoas espalhadas pelas mesas, um casal com os filhos, umas velhotas a tomar o chá das 5, um homem a um canto a ler o jornal. Agora, depois de "almoçar" uma tosta mista e um galão que me souberam divinamente, sou a única pessoa aqui, para além da empregada simpática que está a um canto do balcão a sussurrar para o namorado dread de camisola de capuz a cobrir a cabeça.
Decidi sair de casa mesmo sem sol quando soube que ía ser trocada por um mecânico de jipes a tarde inteira. Peguei na máquina fotográfica que não é nossa mas passa os fins-de-semana lá em casa, e antes de ir ver a minha afilhada que está doente (nada de mais, dentes a nascer, baba e febre e ranho com fartura, mas a S. entra em pânico, não sabe o que fazer porque a pequena não come e só quer colo - será que eu vou ser assim? Espero não stressar tanto, encarar cada fase com mais naturalidade e calma, vou tentando aprender com os erros dos outros para quando chegar a minha vez não os cometer - hei-de cometer outros, mas pronto...) parei em Constância, passeei junto ao rio a ouvir as folhas secas a quebrar debaixo das botas, a ver as árvores despidas e tristes, e a interiorizar o silêncio de um parque quase deserto apesar de ser sábado.
No regresso meti-me pelas ruelas estreitas de casas senhoriais, muitas delas a cair aos bocados e com placas a anunciar "Vende-se", e fiquei com pena destas casas moribundas que ninguém quer, porque imagino-as imponentes e belas noutros tempos, e agora perderam todo o seu encanto (e eu não posso escrever mais porque fiquei sem folhas, tenho de ir comprar outra Moleskine!!).
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Momentos (XCIV)
Há duas noites seguidas que ele sugere um filme para vermos depois do jantar, entre as almofadas felpudas do sofá e a manta que aconchega e aquece (porque pensávamos que a vaga de frio já tinha passado e não quisémos trazer lenha do meu sogro... espertos...).
Na secretária do escritório um copo cheio de mashmallows ajuda a passar as horas intermináveis enquanto espero para voltar para casa (sonho com uma sesta de final de tarde no sofá).
O bolo de natas feito ontem à noite ficou grande e fofo e bonito (os meus bolos nunca ficam bonitos, ficam saborosos mas não bonitos, este foi a excepção).
Na secretária do escritório um copo cheio de mashmallows ajuda a passar as horas intermináveis enquanto espero para voltar para casa (sonho com uma sesta de final de tarde no sofá).
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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When frustrating things happen, keep them in perspective.
It's easy to let frustration over small inconveniences and minor affronts mutate into anger towards others and a general dissatisfaction with life.
É realmente impressionante como um olhar reprovador acompanhado de uma frase dita num tom de voz específico pode alterar o meu humor durante três dias (e ainda não voltei ao normal, a raiva ainda cá está, contida por um sentido de condescendência e protecção que se calhar nem é totalmente merecido, porque sinto que se está a tornar unilateral).
A culpa é minha, eu é que me deixo afectar, se mandasse tudo à merda, se me estivesse a cagar para o(s) outro(s), tinha a vida muito mais facilitada, não me chateava tanto e tinha menos trabalho (porque no fundo, é disso que se trata, de trabalho, de quem o tem e de quem não mexe um cú). Mas não sou capaz. E fico a remoer. Faço a contabilidade completa das responsabilidades assumidas, do contributo que dou para o bem-estar geral em comparação com, e vejo que a conta corrente está a ficar com um saldo devedor do caraças, e eu não quero continuar a contribuir para o endividamento alheio. Volto a pensar, de uma forma um pouco dramatizada e ampliada pelas farpas do ego magoado, se é assim que me quero ver daqui a 10 anos, em prol de um bem comum, mas que beneficia sempre mais o(s) outro(s).
Eu disse que não vinha mais para aqui carpir mágoas. Mas isto não é tristeza. É uma raiva fininha e gasosa que não se vê mas que se sente.
It's easy to let frustration over small inconveniences and minor affronts mutate into anger towards others and a general dissatisfaction with life.
É realmente impressionante como um olhar reprovador acompanhado de uma frase dita num tom de voz específico pode alterar o meu humor durante três dias (e ainda não voltei ao normal, a raiva ainda cá está, contida por um sentido de condescendência e protecção que se calhar nem é totalmente merecido, porque sinto que se está a tornar unilateral).
A culpa é minha, eu é que me deixo afectar, se mandasse tudo à merda, se me estivesse a cagar para o(s) outro(s), tinha a vida muito mais facilitada, não me chateava tanto e tinha menos trabalho (porque no fundo, é disso que se trata, de trabalho, de quem o tem e de quem não mexe um cú). Mas não sou capaz. E fico a remoer. Faço a contabilidade completa das responsabilidades assumidas, do contributo que dou para o bem-estar geral em comparação com, e vejo que a conta corrente está a ficar com um saldo devedor do caraças, e eu não quero continuar a contribuir para o endividamento alheio. Volto a pensar, de uma forma um pouco dramatizada e ampliada pelas farpas do ego magoado, se é assim que me quero ver daqui a 10 anos, em prol de um bem comum, mas que beneficia sempre mais o(s) outro(s).
Eu disse que não vinha mais para aqui carpir mágoas. Mas isto não é tristeza. É uma raiva fininha e gasosa que não se vê mas que se sente.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Dia longo
Levantar-me às 9 e meia da manhã a um sábado não é normal (pelo menos para mim), mas a única coisa de que me arrependi foi de ter esquecido a máquina fotográfica, quando cheguei ao Bonito e vi o bando de patos no lago e o musgo verde em redor das árvores pintalgadas de tons vermelhos e dourados. Foi a A. que me desafiou para ir com ela passear o pastor alemão de 7 meses (lindo e ainda meio trapalhão como qualquer cachorro grande e peludo), e foi revigorante a caminhada matinal, passar pelos campos de ténis e pensar que era algo que eu gostava de aprender a jogar como deve de ser (as bolas batidas com a P. e o N. antes de nascer a princesa S. não contam), e pelos campos de futebol relvados e ver os pais a aplaudir os treinos dos putos como se eles fossem campeões nacionais. Ainda tirei umas fotos com o telemóvel, mas claro que não ficaram nada de jeito.
O resto do dia foi passado no sofá (já fiz exercício para o resto do mês) a ver filmes. O único que vale a pena recordar foi aquele que tinha mais curiosidade e algum receio de ver agora (too damned familiar), mas comoveu-me a história de um pai que se vê sozinho com dois filhos, a forma como supera uma perda e aprende a crescer (também gostei do calor que consegui sentir a olhar invejosa para as paisagens australianas).
E eu quero um alpendre daqueles!!
Matt Hires
"Turn the Page"
The Boys are Back OST
Depois do jantar fomos ter com o C. e a C., indecisão sobre onde ir, há um bar porreiro em Ourém, siga para Ourém, o espaço é agradável e arejado mas está cheio e decidimos mudar de pouso. Já dentro do carro em andamento o C. interrompe a minha conversa com a C.:
- E agora onde vamos?
- Qualquer sítio onde dê para sentar e conversar. Mas eu já estou sentada e a conversar, podes continuar a andar às voltas que não me importo...
Próxima paragem: Leiria (o que uma pessoa tem de andar para beber um copo descansada...), o C. afirma que chegámos à civilização pela quantidade de pessoas que animam as ruas àquela hora (principalmente as gajas de mini-saia e saltos agulha), entramos no primeiro café com mesas livres, e por ali ficamos entre conversas e tostas mistas, jazz "progressivo" e tijeladas, minis e audições de dança do SYTYCD que variavam entre o ridículo e o soberbo.
Realmente quando me levanto cedo o dia é maior (uau, acabei de descobrir a pólvora!!), e sinto que fiz muito mais e vivi mais (mas continuo a adorar a minha cama...).
O resto do dia foi passado no sofá (já fiz exercício para o resto do mês) a ver filmes. O único que vale a pena recordar foi aquele que tinha mais curiosidade e algum receio de ver agora (too damned familiar), mas comoveu-me a história de um pai que se vê sozinho com dois filhos, a forma como supera uma perda e aprende a crescer (também gostei do calor que consegui sentir a olhar invejosa para as paisagens australianas).
E eu quero um alpendre daqueles!!
Matt Hires
"Turn the Page"
The Boys are Back OST
Depois do jantar fomos ter com o C. e a C., indecisão sobre onde ir, há um bar porreiro em Ourém, siga para Ourém, o espaço é agradável e arejado mas está cheio e decidimos mudar de pouso. Já dentro do carro em andamento o C. interrompe a minha conversa com a C.:
- E agora onde vamos?
- Qualquer sítio onde dê para sentar e conversar. Mas eu já estou sentada e a conversar, podes continuar a andar às voltas que não me importo...
Próxima paragem: Leiria (o que uma pessoa tem de andar para beber um copo descansada...), o C. afirma que chegámos à civilização pela quantidade de pessoas que animam as ruas àquela hora (principalmente as gajas de mini-saia e saltos agulha), entramos no primeiro café com mesas livres, e por ali ficamos entre conversas e tostas mistas, jazz "progressivo" e tijeladas, minis e audições de dança do SYTYCD que variavam entre o ridículo e o soberbo.
Realmente quando me levanto cedo o dia é maior (uau, acabei de descobrir a pólvora!!), e sinto que fiz muito mais e vivi mais (mas continuo a adorar a minha cama...).
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Momentos (XCIII)
Chegar ao escritório e ter à minha espera o "Pezinhos de Coentrada", da Alice Vieira.
Receber uma boa notícia que me vai poupar pelo menos três semanas de trabalho secante e muitas dores de cabeça (respirei de alívio e disse que já me tinham feito ganhar o dia).
Jantar salsichas embrulhadas em folhas de couve com um vinho tinto a condizer.
Conversarmos e rirmos ao jantar, descontraidamente, como já não acontecia há algum tempo.
Acabar as minhas arrumações compulsivas e sentir-me orgulhosa pelo resultado (não fosse a p%$" da bicicleta ter uns parafusos calcinados e ser impossível de desmanchar, e tinha sido mesmo mesmo perfeito).
Receber uma boa notícia que me vai poupar pelo menos três semanas de trabalho secante e muitas dores de cabeça (respirei de alívio e disse que já me tinham feito ganhar o dia).
Jantar salsichas embrulhadas em folhas de couve com um vinho tinto a condizer.
Conversarmos e rirmos ao jantar, descontraidamente, como já não acontecia há algum tempo.
Acabar as minhas arrumações compulsivas e sentir-me orgulhosa pelo resultado (não fosse a p%$" da bicicleta ter uns parafusos calcinados e ser impossível de desmanchar, e tinha sido mesmo mesmo perfeito).
Acordar
Eu sei que é sempre assim, pelo menos desde que passei a picar o ponto a horas normais, antes levantava-me mais cedo e ficava a roer-me toda por deixá-lo no calor que a cama só tem de manhã (porque é que quando nos deitamos a cama nunca está assim confortável e quente?), mas só esta manhã reparei, tomei atenção a todos os pormenores, todos os gestos e como me fazem sentir: o despertador dele toca mas ele desliga-o sem dar sequer tempo de perceber qual a música que está a passar na rádio. E qualquer que seja a posição em que nos encontramos, viramo-nos à procura da pele do outro, ainda de olhos fechados, ainda na fronteira entre os sonhos e mais um dia. Os braços dele envolvem-me, faz-me festas no cabelo, mexe-me nas orelhas e dá-me beijos repenicados no nariz, daqueles que eu não gosto porque me fazem comichão, mas eu nem refilo porque não há melhor forma de acordar. Aqueles dez minutos cronometrados, antes de ele se levantar e me deixar entregue aos lençóis (térmicos, bendita invenção!) são de uma doçura e meiguice indescritíveis. Só esta manhã é que me apercebi disto, enquanto passava os dedos na fronha da almofada e ouvia a água do duche dele a correr... não é só adormecer no abraço que me conforta e dá segurança, que me faz feliz; é também acordar no mesmo abraço que me mima sem palavras.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Receber...
... alegria em forma de sms's (o meu puto mais velho ás vezes também adivinha)...
"Pai nosso da Mini
Mini gelada que estais no bar
aguardando a sexta-feira chegar
Venha a nós a garrafa cheia
Seja feita a nossa farra
assim na sexta como no sábado
O alcool nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai as nossas bebedeiras
assim como nós perdoamos
a quem não tenha bebido,
E não nos deixeis cair no sumo
mas livrai-nos da água!
Ámen"
"Pai nosso da Mini
Mini gelada que estais no bar
aguardando a sexta-feira chegar
Venha a nós a garrafa cheia
Seja feita a nossa farra
assim na sexta como no sábado
O alcool nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai as nossas bebedeiras
assim como nós perdoamos
a quem não tenha bebido,
E não nos deixeis cair no sumo
mas livrai-nos da água!
Ámen"
Pedir
Eu: Tá tudo bem?
C.: cansada mas bem :) a precisar de uns raios de sol para animar a alma!!! e tu como tás?
Eu: cansada mas bem :) a precisar de uns raios de sol para animar a alma!!! :)
Ontem troquei este pequeno mimo com a C. antes de ir dormir (ao que parece andamos todos a sofrer do mesmo...).
Hoje já liguei para a Paula e para a mãe. Para saber como estão. Para ouvir o som de vozes amigas. Que me tem faltado ultimamente. O silêncio tem o poder (só ainda não defini se é intencional) de me afastar e de me fazer ir deitar cedo, porque tenho frio e sono, porque não tenho nenhuma razão para ficar no sofá sozinha. Faço um esforço para não deixar que me afecte, mas nem todos os dias corre bem. Porque tem sido todos os dias. Por isso nem me importei de ouvir o relato completo da última consulta médica da minha rica mãe (ou de como ela descobriu que tem os diabetes mais altos que o pai, mas diz que é do leite com mel que anda a tomar para a garganta).
E assim refugio-me nas (outras) coisas que me dão prazer, cansam o corpo mas libertam o espírito: limpezas e arrumações. Sonho com um walk-in closet lindo e organizado, com uma das paredes coberta de prateleiras de vidro para os meus sapatos e botas, que já não deixam as portas da sapateira fecharem completamente. Percorro a net à procura de imagens que me encham as medidas do desejo, que guardo numa pasta de "Favoritos" como uma espécie de quadro de inspiração. A mesma pasta onde guardo imagens de alpendres e pequenos páteos ajardinados com guarda-sóis de inspiração japonesa e boiões de vidro com lamparinas pendurados nos ramos das árvores.
Se não posso ter um closet, vou mudar o guarda-roupa todo: vou comprar organizadores para aproveitar todo o espaço disponível, vou arrumar tudo por tipo e por cores (camisas para um lado, calças e vestidos para o outro, camisolas aos cantos, colares e cintos e gravatas em ganchos no interior das portas...). Não resolve o problema dos sapatos, mas lá chegarei...
Aproveito e desmancho a bicicleta de ginástica que está há pelo menos 5 anos parada no quarto de hóspedes, sem ninguém lhe tocar. Se o meu irmão não a quiser para a casa nova, vai directamente para o sotão. Não vale a pena, sempre a mantive ali a pensar que um belo dia ía acordar e começar a fazer exercício físico e ser saudável... pois... não vai acontecer. Sou preguiçosa por natureza mas tenho a sorte suprema de manter os mesmos 60 kilos há pelo menos 10 anos, sem dietas nem exercício (se calhar é mesmo por isso...).
Estou a precisar de sol, está visto. De abrir as janelas todas de casa, ver os rasgos de luz que o sol deixa no chão da cozinha e nos estofos dos sofás, estender a roupa sabendo que vou apanhá-la no dia seguinte, e não passados oito dias com um cheio a mofo que me enjoa. Já não suporto os dias cinzentos e chuvosos, as casas húmidas e os semblantes carregados.
Estou a precisar de alegria, cor e calor.
C.: cansada mas bem :) a precisar de uns raios de sol para animar a alma!!! e tu como tás?
Eu: cansada mas bem :) a precisar de uns raios de sol para animar a alma!!! :)
Ontem troquei este pequeno mimo com a C. antes de ir dormir (ao que parece andamos todos a sofrer do mesmo...).
Hoje já liguei para a Paula e para a mãe. Para saber como estão. Para ouvir o som de vozes amigas. Que me tem faltado ultimamente. O silêncio tem o poder (só ainda não defini se é intencional) de me afastar e de me fazer ir deitar cedo, porque tenho frio e sono, porque não tenho nenhuma razão para ficar no sofá sozinha. Faço um esforço para não deixar que me afecte, mas nem todos os dias corre bem. Porque tem sido todos os dias. Por isso nem me importei de ouvir o relato completo da última consulta médica da minha rica mãe (ou de como ela descobriu que tem os diabetes mais altos que o pai, mas diz que é do leite com mel que anda a tomar para a garganta).
E assim refugio-me nas (outras) coisas que me dão prazer, cansam o corpo mas libertam o espírito: limpezas e arrumações. Sonho com um walk-in closet lindo e organizado, com uma das paredes coberta de prateleiras de vidro para os meus sapatos e botas, que já não deixam as portas da sapateira fecharem completamente. Percorro a net à procura de imagens que me encham as medidas do desejo, que guardo numa pasta de "Favoritos" como uma espécie de quadro de inspiração. A mesma pasta onde guardo imagens de alpendres e pequenos páteos ajardinados com guarda-sóis de inspiração japonesa e boiões de vidro com lamparinas pendurados nos ramos das árvores.
Se não posso ter um closet, vou mudar o guarda-roupa todo: vou comprar organizadores para aproveitar todo o espaço disponível, vou arrumar tudo por tipo e por cores (camisas para um lado, calças e vestidos para o outro, camisolas aos cantos, colares e cintos e gravatas em ganchos no interior das portas...). Não resolve o problema dos sapatos, mas lá chegarei...
Aproveito e desmancho a bicicleta de ginástica que está há pelo menos 5 anos parada no quarto de hóspedes, sem ninguém lhe tocar. Se o meu irmão não a quiser para a casa nova, vai directamente para o sotão. Não vale a pena, sempre a mantive ali a pensar que um belo dia ía acordar e começar a fazer exercício físico e ser saudável... pois... não vai acontecer. Sou preguiçosa por natureza mas tenho a sorte suprema de manter os mesmos 60 kilos há pelo menos 10 anos, sem dietas nem exercício (se calhar é mesmo por isso...).
Estou a precisar de sol, está visto. De abrir as janelas todas de casa, ver os rasgos de luz que o sol deixa no chão da cozinha e nos estofos dos sofás, estender a roupa sabendo que vou apanhá-la no dia seguinte, e não passados oito dias com um cheio a mofo que me enjoa. Já não suporto os dias cinzentos e chuvosos, as casas húmidas e os semblantes carregados.
Estou a precisar de alegria, cor e calor.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Porquê? (II)
António Lobo Antunes
E agora que acabei de saber que o pai de uma colega faleceu hoje com um ataque cardíaco fulminante, só me lembro desta crónica. O velhote que era um alentejano castiço, que só estava bem quando nos punha a todos a comer e a beber. O velhote cujo coração já se tinha queixado o ano passado, mas que não ligou nenhuma e assinou um termo de responsabilidade para ir para casa tomar conta da mulher, doente crónica há anos.
A sério, 2010 não está a correr nada bem...
E agora que acabei de saber que o pai de uma colega faleceu hoje com um ataque cardíaco fulminante, só me lembro desta crónica. O velhote que era um alentejano castiço, que só estava bem quando nos punha a todos a comer e a beber. O velhote cujo coração já se tinha queixado o ano passado, mas que não ligou nenhuma e assinou um termo de responsabilidade para ir para casa tomar conta da mulher, doente crónica há anos.
A sério, 2010 não está a correr nada bem...
O melhor do fim de semana (VIII)
Ouvir da boca do homem-morcego para quem o conceito de felicidade é passar o dia de robe afundado no sofá com os estores da sala todos fechados, "vamos embora, estou farto de estar em casa".
(Re)ver o Avatar, desta vez em 3D (o que se perde em definição abrangente nas cenas do mundo real ganha-se a triplicar nas cenas do mundo de Pandora - magnífico!).
Trazer para casa a túnica cinzenta que faltava para as minhas skinny jeans.
Jantar no nosso japonês de eleição.
Não deixar que a irritação latente dele (natural, isto vai por fases, e eu sei que vai passar) estragasse a minha boa disposição. Estou a fazer progressos.
Descobrir finalmente o calor e maciez dos lençóis térmicos (agora é que ninguém me arranca da cama...).
(Re)ver o Avatar, desta vez em 3D (o que se perde em definição abrangente nas cenas do mundo real ganha-se a triplicar nas cenas do mundo de Pandora - magnífico!).
Trazer para casa a túnica cinzenta que faltava para as minhas skinny jeans.
Jantar no nosso japonês de eleição.
Não deixar que a irritação latente dele (natural, isto vai por fases, e eu sei que vai passar) estragasse a minha boa disposição. Estou a fazer progressos.
Descobrir finalmente o calor e maciez dos lençóis térmicos (agora é que ninguém me arranca da cama...).
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Agitar
Para sair do marasmo desta semana de trabalho improdutiva (tenho plena consciência que não fiz a ponta de um corno).
Diabo na Cruz
"Tão lindo"
Diabo na Cruz
"Tão lindo"
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Voltar (III)
A culpa é da garrafa de tinto Terras do Sudão Reserva 2001 que estourámos ao jantar, no sítio do costume, onde o levei para quebrar dois dias a canja e febre e todos os outros sintomas de uma carrada de nervos que têm de sair por algum lado. Já começava a ficar preocupada, e assim que entrei fiz queixinhas ao J. "olha que ele não anda a comer nada há dois dias", e o J. tratou de nós, como sempre. E escolheu o vinho, e deixou-nos à vontade "eu quero isso tudo comido!", grande e redondo no seu fato de cozinheiro.
E talvez por isso eu decidi fazer um exercício de quase-catarse, daqueles que já não faço aqui há muito tempo, escrever, escrever sem filtros, sem auto-censura, dar de mim sem me importar com quem vai ler. Não o tenho feito por duas razões.
A primeira e principal, pelo respeito que lhe tenho, pela salvaguarda de uma dor que (felizmente, ainda) não conheço, e que ele já experimentou duas vezes. Não é justo, e só posso tentar minimizar os danos, dar-lhe o apoio que ele precisa para seguir de cabeça erguida, e muitas vezes (quase sempre) isso passa por não fazer nada, não dizer nada, deixá-lo sozinho num mundo onde eu não entro, um jardim que me está proibido até novas ordens, mas eu compreendo que tenha de ser assim, e respeito essa decisão. E depois, aos poucos, ele vai saindo do canto onde se sente seguro, e volta para mim, e eu volto a sentir na pele os gestos sem os quais não vivo: um beijo na testa quando acabamos de fumar um cigarro à janela, uma festa nas costas quando nos sentamos para jantar... e percebo nos pequenos sinais que tudo vai ficar bem, demore o tempo que demorar. Cada vez me convenço mais que sou carinho-dependente, preciso de contacto humano, de sentir na pele a afeição e ternura de quem amo. E já estava a ressacar, apesar de não o dizer ou demonstrar (não tinha esse direito). Mas aos poucos ele vai voltando para mim, e eu não sei se foi alguma das resoluções que tomou no fim de semana passado, quando disse que ía fazer uma introspecção e tomar decisões sobre as mudanças que devia fazer na vida dele. Não sei se alguma dessas decisões tinha a ver connosco, e sinceramente agora não interessa. Tenho-o aqui ao meu lado, a ver um filme, enquanto oiço o silvo insistente e quase assustador do vento a bater nas janelas. E isso chega-me.
A segunda razão tem a ver com a minha (única) resolução para este novo ano, tomada ainda em Dezembro. Não me deixar consumir pela tristeza. Não escrever sobre a tristeza, a revolta, a decepção. Porque a tristeza é uma bola de neve que se alimenta de si própria, cresce e cresce e vai abarcando tudo à sua volta. E não quero isso para mim. É tão fácil vir para aqui carpir as mágoas todas, dizer que sou uma coitadinha e que não tenho sorte nenhuma. É muito mais difícil erguer a cabeça e enfrentar, não me deixar dominar nem abater, cultivar um espírito de serenidade perante as adversidades e de alegria pelas pequenas conquistas de cada dia. Haverá momentos em que só me apetece chorar, claro que sim, mas terão a importância que eu lhes quiser dar, e serão como estes dias cinzentos e frios de chuva tocada a vento, que só servem para apreciar com mais deleite os dias coloridos e calorosos que virão.
E talvez por isso eu decidi fazer um exercício de quase-catarse, daqueles que já não faço aqui há muito tempo, escrever, escrever sem filtros, sem auto-censura, dar de mim sem me importar com quem vai ler. Não o tenho feito por duas razões.
A primeira e principal, pelo respeito que lhe tenho, pela salvaguarda de uma dor que (felizmente, ainda) não conheço, e que ele já experimentou duas vezes. Não é justo, e só posso tentar minimizar os danos, dar-lhe o apoio que ele precisa para seguir de cabeça erguida, e muitas vezes (quase sempre) isso passa por não fazer nada, não dizer nada, deixá-lo sozinho num mundo onde eu não entro, um jardim que me está proibido até novas ordens, mas eu compreendo que tenha de ser assim, e respeito essa decisão. E depois, aos poucos, ele vai saindo do canto onde se sente seguro, e volta para mim, e eu volto a sentir na pele os gestos sem os quais não vivo: um beijo na testa quando acabamos de fumar um cigarro à janela, uma festa nas costas quando nos sentamos para jantar... e percebo nos pequenos sinais que tudo vai ficar bem, demore o tempo que demorar. Cada vez me convenço mais que sou carinho-dependente, preciso de contacto humano, de sentir na pele a afeição e ternura de quem amo. E já estava a ressacar, apesar de não o dizer ou demonstrar (não tinha esse direito). Mas aos poucos ele vai voltando para mim, e eu não sei se foi alguma das resoluções que tomou no fim de semana passado, quando disse que ía fazer uma introspecção e tomar decisões sobre as mudanças que devia fazer na vida dele. Não sei se alguma dessas decisões tinha a ver connosco, e sinceramente agora não interessa. Tenho-o aqui ao meu lado, a ver um filme, enquanto oiço o silvo insistente e quase assustador do vento a bater nas janelas. E isso chega-me.
A segunda razão tem a ver com a minha (única) resolução para este novo ano, tomada ainda em Dezembro. Não me deixar consumir pela tristeza. Não escrever sobre a tristeza, a revolta, a decepção. Porque a tristeza é uma bola de neve que se alimenta de si própria, cresce e cresce e vai abarcando tudo à sua volta. E não quero isso para mim. É tão fácil vir para aqui carpir as mágoas todas, dizer que sou uma coitadinha e que não tenho sorte nenhuma. É muito mais difícil erguer a cabeça e enfrentar, não me deixar dominar nem abater, cultivar um espírito de serenidade perante as adversidades e de alegria pelas pequenas conquistas de cada dia. Haverá momentos em que só me apetece chorar, claro que sim, mas terão a importância que eu lhes quiser dar, e serão como estes dias cinzentos e frios de chuva tocada a vento, que só servem para apreciar com mais deleite os dias coloridos e calorosos que virão.
Momento (XCII)
- Estou bonito?
- Estás (e não disse isto por caridade, estás mesmo...)
- Tu também.
É tão raro ouvir isto da boca dele (ainda por cima logo de manhã antes de beber café) que fui a sorrir até ao trabalho (outra raridade).
- Estás (e não disse isto por caridade, estás mesmo...)
- Tu também.
É tão raro ouvir isto da boca dele (ainda por cima logo de manhã antes de beber café) que fui a sorrir até ao trabalho (outra raridade).
Há dois anos...
... enquanto passeávamos de mão dada pelo parque da Barquinha, e víamos os putos a jogar à bola na relva, outros a brincar com cães em miniatura, e vários casais a passear carrinhos de bebé numa tarde solarenga, eu lancei para o ar, desinteressadamente "Vou criar um blog...".
Para falar de mim a mim própria, acima de tudo. Talvez para me perceber melhor, sem dúvida para me lembrar, mais tarde.
Fui criando aqui um reportório de momentos bons (alguns menos bons, mas também fazem parte), e já por várias vezes, em alturas de neura, venho aqui, escolho um mês ao calhas, e revejo o que me fez sorrir.
E é isso que quero que este espaço continue a ser: um diário, que eu possa reler à procura de recordações felizes; ou mostrar aos meus filhos, um dia, para que eles saibam que a felicidade não está nos grandes feitos, mas nos pequenos nadas que tantas vezes deixamos escapar, porque estamos tão preocupados em viver à pressa, que nem nos apercebemos de algo belo e infinitamente mais satisfatório que está mesmo à nossa frente (e que tanto pode ser um livro como uma bola de gelado...).
Para falar de mim a mim própria, acima de tudo. Talvez para me perceber melhor, sem dúvida para me lembrar, mais tarde.
Fui criando aqui um reportório de momentos bons (alguns menos bons, mas também fazem parte), e já por várias vezes, em alturas de neura, venho aqui, escolho um mês ao calhas, e revejo o que me fez sorrir.
E é isso que quero que este espaço continue a ser: um diário, que eu possa reler à procura de recordações felizes; ou mostrar aos meus filhos, um dia, para que eles saibam que a felicidade não está nos grandes feitos, mas nos pequenos nadas que tantas vezes deixamos escapar, porque estamos tão preocupados em viver à pressa, que nem nos apercebemos de algo belo e infinitamente mais satisfatório que está mesmo à nossa frente (e que tanto pode ser um livro como uma bola de gelado...).
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
Escolher
Dos filmes que vi durante a tarde passada à lareira, em pijama e num silêncio instrospectivo (dele, principalmente), só se aproveitou o mais antigo. Porque serei sempre uma romântica incurável e adoro histórias de amor, mesmo que não tenham um final feliz. Porque adorei a casa da Sara e tenho a certeza que, se morasse sozinha, a minha sería muito parecida. Porque sinto falta de me sentir assim. E porque acredito na imortalidade através das recordações.
Tegan and Sara
"My Number"
Sweet November OST
Tegan and Sara
"My Number"
Sweet November OST
sábado, 9 de janeiro de 2010
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
A noite mais fria
... que pôs à prova a nossa resistência, física e psicológica. O espanto com o espírito mórbido de quem foi só para ver, saber os pormenores, ver a família lavada em lágrimas, a sofrer, coitadinhos... Enganaram-se. Honrámos o espírito de quem lutou até ao fim, tinha uma força de vontade férrea e agia como queria e não como é suposto.
Ficam os laços que não se quebram.
E a capacidade de rir para não chorar.
Quando fecharam a casa mortuária fomos beber copos e comer bifanas. Como ela querería.
Ficam os laços que não se quebram.
E a capacidade de rir para não chorar.
Quando fecharam a casa mortuária fomos beber copos e comer bifanas. Como ela querería.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Inspiração (VI)*
Caldo verde, carne assada no forno com coentros e queijo, e dúzia e meia de queques que ficaram uma merda e foram directamente para o lixo.
Para controlar o nervoso miudinho e tentar não pensar em palavras que não ajudam contra a inevitabilidade. Qualquer tipo de espera custa, mas esperar por isto é desgastante e não tem sentido nenhum. Revolta-me pensar na quantidade de gente que anda por aí e não merece o ar que respira, não anda cá a fazer nada. Tento compreender o porquê, qual o critério de escolha, qual a razão para isto (tudo acontece por uma razão, certo?), mas não chego lá.
*Ou terapia ocupacional
Para controlar o nervoso miudinho e tentar não pensar em palavras que não ajudam contra a inevitabilidade. Qualquer tipo de espera custa, mas esperar por isto é desgastante e não tem sentido nenhum. Revolta-me pensar na quantidade de gente que anda por aí e não merece o ar que respira, não anda cá a fazer nada. Tento compreender o porquê, qual o critério de escolha, qual a razão para isto (tudo acontece por uma razão, certo?), mas não chego lá.
*Ou terapia ocupacional
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Não me interessa...
... se o filme foi todo feito a computador, quantos milhões de dólares custou ou a quantidade de droga que o James Cameron fumou para imaginar todo aquele mundo irreal. Simplesmente adorei o Avatar, fiquei deslumbrada pelos cenários coloridos, pelas criaturas e a flora inimagináveis de um mundo de fantasia, belo, luminoso e idealista. O enredo em si não é nenhuma novidade, mas também não desilude.
No entanto, o que mais me impressionou foram os efeitos sonoros... e não só a banda sonora, mas todos os pequenos sons que vão passando de coluna em coluna como se dançassem à nossa volta, dando força e profundidade aos pormenores de cada cena. E a mensagem subliminar que atravessa toda a história: a preservação... da Natureza, das memórias antigas, das raízes colectivas... de tudo aquilo que nos liga e identifica.
No entanto, o que mais me impressionou foram os efeitos sonoros... e não só a banda sonora, mas todos os pequenos sons que vão passando de coluna em coluna como se dançassem à nossa volta, dando força e profundidade aos pormenores de cada cena. E a mensagem subliminar que atravessa toda a história: a preservação... da Natureza, das memórias antigas, das raízes colectivas... de tudo aquilo que nos liga e identifica.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Aleatoriedades
O ano não começou como devia. Era suposto estarmos alegres e expectantes, mas um simples telefonema de Bom Ano Novo para a Flor mudou os humores, e a preocupação mantém-se até à data. A palavra "terminal" fode tudo. E perante isto eu só queria dizer ou fazer alguma coisa que o fizesse sentir melhor. Mas não há nada que esteja ao meu alcance, a não ser dar-lhe o espaço que ele precisa para se fechar e lidar com a situação à sua maneira.
E manter os braços abertos para quando precisar.
Tenho um hóspede novo. Chama-se Ninja e fica por cá até o meu irmão se mudar (se tudo correr bem, já não falta muito). É sossegadita e não faz barulhos (a ponto de eu de vez em quando abaná-la para ver se ainda está viva) e não tem muita piada fazer-lhe festinhas.
The Private Lives of Pippa Lee deixou-me um sabor amargo de desconforto, porque aquele podería (poderá?) ser facilmente o meu futuro. A esposa e mãe abnegada e sempre disponível, que põe o bem-estar dos que ama à frente do seu próprio, que dá tudo de si e não recebe nada em troca. É louvável, sim senhor, mas um dia acorda e pergunta o que andou a fazer naqueles anos todos, o que é que viveu, o que é que a fez feliz.
Veronika Decides to Die é tão deprimente como o livro, mas fica a mensagem (talvez naif, mas ultimamente ganhou um novo significado por aqui) de que cada dia é uma dádiva, e deve ser apreciado como tal.
Push é excelente para um par de horas sem pensar muito, e Dakota Fanning é uma das (senão a) melhores actrizes da sua geração. Só espero que não se encharque em drogas e estrague tudo.
The Art of Travel fez-me invejar os aventureiros, os que têm coragem de partir de mochila às costas sem plano traçado, ao sabor das ondas e do que cada lugar tem para oferecer. Gostava de ter essa coragem, essa expontaneidade quase loucura irresponsável, esse despojamento que faz com que não se ralem muito de andar 3 dias sem tomar banho ou dormir numa tenda durante um mês. Viajar é concerteza a melhor forma de alargar horizontes, de saber mais não só sobre os outros, mas sobre nós próprios, os limites que conseguimos ultrapassar e a beleza que conseguimos captar em cada nova paisagem.
Amanhã (hoje...) já é dia de trabalho. O primeiro do ano e o primeiro depois de semana e meia de férias, a adormecer tarde (ontem foi às 5 da manhã...) e a acordar de tarde (para ser levado à letra...). Mas acho que me vai fazer bem voltar a entrar num ritmo certo, numa rotina que não me troque os horários, numa agenda novinha em folha para encher com datas de aniversários e contactos actualizados e listas de coisas a fazer.
(Lembrei-me agora que ainda tenho de comprar a agenda...).
E manter os braços abertos para quando precisar.
Tenho um hóspede novo. Chama-se Ninja e fica por cá até o meu irmão se mudar (se tudo correr bem, já não falta muito). É sossegadita e não faz barulhos (a ponto de eu de vez em quando abaná-la para ver se ainda está viva) e não tem muita piada fazer-lhe festinhas.
The Private Lives of Pippa Lee deixou-me um sabor amargo de desconforto, porque aquele podería (poderá?) ser facilmente o meu futuro. A esposa e mãe abnegada e sempre disponível, que põe o bem-estar dos que ama à frente do seu próprio, que dá tudo de si e não recebe nada em troca. É louvável, sim senhor, mas um dia acorda e pergunta o que andou a fazer naqueles anos todos, o que é que viveu, o que é que a fez feliz.
Veronika Decides to Die é tão deprimente como o livro, mas fica a mensagem (talvez naif, mas ultimamente ganhou um novo significado por aqui) de que cada dia é uma dádiva, e deve ser apreciado como tal.
Push é excelente para um par de horas sem pensar muito, e Dakota Fanning é uma das (senão a) melhores actrizes da sua geração. Só espero que não se encharque em drogas e estrague tudo.
The Art of Travel fez-me invejar os aventureiros, os que têm coragem de partir de mochila às costas sem plano traçado, ao sabor das ondas e do que cada lugar tem para oferecer. Gostava de ter essa coragem, essa expontaneidade quase loucura irresponsável, esse despojamento que faz com que não se ralem muito de andar 3 dias sem tomar banho ou dormir numa tenda durante um mês. Viajar é concerteza a melhor forma de alargar horizontes, de saber mais não só sobre os outros, mas sobre nós próprios, os limites que conseguimos ultrapassar e a beleza que conseguimos captar em cada nova paisagem.
Amanhã (hoje...) já é dia de trabalho. O primeiro do ano e o primeiro depois de semana e meia de férias, a adormecer tarde (ontem foi às 5 da manhã...) e a acordar de tarde (para ser levado à letra...). Mas acho que me vai fazer bem voltar a entrar num ritmo certo, numa rotina que não me troque os horários, numa agenda novinha em folha para encher com datas de aniversários e contactos actualizados e listas de coisas a fazer.
(Lembrei-me agora que ainda tenho de comprar a agenda...).
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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