domingo, 7 de junho de 2009

Momento (LXVII)

Não sei a que horas me deitei ontem, mas acordei cedo, ainda tentei ficar mais um pouco, mas o mar chamava-me, estava ali tão perto, via-o da minha janela, por isso vesti-me e saí de mansinho para não acordar ninguém.
Percorri a marginal quase vazia, olhos postos na areia deserta e no mar calmo, pele arrepiada da maresia da manhã, ouvidos cheios do som das ondas.

Sentei-me numa esplanada em frente ao pontão, bebi café e li o jornal numa calma rara em mim, uma serenidade proporcionada por esta visão que será sempre um balão de oxigénio que me purifica.

Respondo ao sms dele "Onde estás?". Também não conseguiu ficar na cama "tu sem mim não dormes", saiu e ainda andou à minha procura nas sapatarias. Tomamos o pequeno-almoço numa esplanada escondida num largo, descemos até à praia, tiro os chinelos para sentir a areia áspera, mas não ficamos muito tempo, ele não se quer sentar ali, não naquela praia, a única onde o mar o incomoda porque um dia tentou engoli-lo.

Passeamos pelo centro sem destino, rindo das montras cheias de objectos inúteis, apontando para as ruelas estreitas, do tempo em que o termo planeamento urbanístico devia ser estrangeiro...

... e sentindo o cheirinho a marisco e peixe grelhado que começava a convidar para o almoço.

2 comentários:

  1. Lindas essas paragens por onde "passearam". :)

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  2. Anna^, podemos dizer mal de quase tudo no nosso país, menos da beleza destas paragens :)))

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