E estátuas de anjos, claro...
Almoçamos numa artéria calma com esplanadas agradáveis, que a C. nos explicou te sido o primeiro porto de entrada do Comércio das Índias Holandesas. Adorei o meu chicken saké muito condimentado e saboroso, e ele deliciou-se com um bife altíssimo e barbaramente mal-passado (mesmo o estilo dele).
A tarde foi passada no centro da cidade, depois do P. e a C. nos deixarem na paragem do eléctrico e seguirem para (mais uma) festa de aniversário. Andámos sem destino pelas ruas apinhadas de gente,
entrávamos e saíamos das lojas que nos chamavam a atenção,
parávamos debaixo de um toldo à espera que parasse de chover (a C. tem toda a razão, aqui tão depressa chove como faz sol, é só esperar uns minutos),
passeámos pelo Mercado das Flores e comprámos bolbos para oferecer à minha mãe e à "sogrinha",
sentámo-nos num café a comer uma panqueca de maçã com canela e açucar enquanto víamos quem passava lá fora.
Continuámos a andar, ora de nariz no ar a admirar as fachadas dos prédios,
(sim, o prédio está mesmo torto, como tantos outros espalhados pela cidade e cujas fundações foram cedendo ao longo dos anos)
ora de ouvidos atentos às línguas faladas à nossa volta: espanhol, italiano, inglês e português (é tão engraçado ouvir falar a nossa língua noutro país).
Fizémos uma visita guiada de barco pelos canais, e dou por bem empregue casa cêntimo dos 9€ que custou o bilhete,
uma hora passou a correr entre olhar para a esquerda e ver o prédio mais estreito da cidade,
e olhar para a direita e ver o canal mais pequeno, o restaurante flutuante, ou a cidade a partir do porto.
Seguimos para a Estação Central por ruelas escondidas e praças animadas,
e voltamos a "casa" onde nos espera um jantar de sushi e tempura de atum fresco e lulas. É uma delícia ver os pequenos (que não gostam de batatas fritas) a comer sushi com pauzinhos!
Voltamos a sair, desta vez só com o P. que nos leva ao Red Light District (incluindo algumas ruas que me tinham "escapado" na primeira vez) e ao Bairro Chinês, onde nos sugere uma loja que vende de tudo, desde instrumentos de cozinha a pincéis de caligrafia, candeeiros de papel a ingredientes de culinária (estava fechada, mas não perde pela demora...).
O P. comenta que se perde a olhar para as fachadas dos prédios, à noite, e eu percebo perfeitamente porquê: as janelas sem cortinas e com luzes acesas (sempre focos indirectos de luz amarela, por ser mais quente) parecem molduras de quadros interactivos e dão uma sensação extraordinária de vida à cidade. Há um movimento constante não só nas ruas e canais, mas também nos pedaços de histórias pessoais que se adivinham para lá dos vidros.
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