sábado, 10 de setembro de 2011

Em Amesterdão (I)

Volto a desembarcar na imensidão de Schiphol (e mais tarde descobri a razão do nome: quando drenaram as águas do imenso lago onde foi construído, desenterraram barcos afundados) e a sentir borboletas no estômago por rever a cidade que me deixou saudades. O P. espera-nos com o G., mais alto e muito mais falador do que da última (e única) vez que o tinha visto, e leva-nos ao encontro da C. e da S., que me recebe com um abraço carinhoso que me derrete.
Almoçamos panquecas deliciosas e a C. leva-nos a conhecer o dique de Afsluitdijk, depois de deixarmos a S. num playdate em casa de um colega de escola (e de ficarmos de boca aberta com a localização da dita casa, num pequeno bairro onde cada vivenda está acente numa "ilha" em cima do canal - simplesmente magnífico).





Enquanto admiramos o trabalho de engenharia que permitiu ligar as pequenas ilhas e "ganhar" terra ao Mar do Norte, bombardeamos a C. de perguntas sobre a maneira de ser e de viver dos holandeses, os hábitos e costumes, e como vive e se adapta um jovem casal português numa "terra distante". A C. tem uma paciência de santa e vai respondendo a tudo sem revirar os olhos, enquanto passeamos por Purmerend e fazemos compras no supermercado, e já no carro, enquanto eu quase me babo a olhar pelo vidro as fachadas das casas baixas dos bairros residenciais por onde vamos passando, todas de construção idêntica, todas igualmente cuidadas e enfeitadas com vasos de flores, espanta-espíritos, candeeiros, qualquer coisa que embeleze as janelas escancaradas para a rua num dia solarengo. Eu sei que é falta de educação, mas só me apetece espreitar para cada uma daquelas casas, encher-me de imagens e ideias de decoração nórdica, simples, luminosa, funcional e confortável.




Jantamos com a família adorável que nos recebeu de braços abertos, e assim que os miúdos adormecem, nós caímos no sofá, vencidos pelo cansaço.
Amesterdão é linda de morrer. Mesmo que os holandeses não digam "obrigado".

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