quarta-feira, 1 de junho de 2011

Momento (CXLVI)

Ter de abrandar o carro e guinar o volante para não esborrachar uma perdiz que se passeava descontraidamente no meio da estrada.
Ficar a pensar na sorte que tenho. Por ter um emprego. Por estar efectiva há 10 anos. Por morar a menos de 10 minutos do local onde trabalho. Por esse local (ainda) ser um reduto de calma com uma vista arrebatadora. Pelas ovelhas (e vacas) que vejo de manhã a pastar, pelos pássaros que cruzam o céu ao entardecer, pelos canteiros de alfazema e pelo campo verdejante que se estende à nossa frente até perder de vista.
Queixo-me imenso, digo que estou farta disto, sonho com uma alternativa que me fizesse sentir mais realizada (mas também ainda não descobri a minha vocação...).
Esqueço-me muitas vezes do essencial: tenho mesmo muita sorte.

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