segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Treze anos de mais do que Amor

A maioria das pessoas que conheço, quando casam, deixam de comemorar a data de início de namoro e passam a considerar o dia de casamento como aquele que devem festejar, como se a vida a dois só tivesse começado naquele momento. Nós, como não casámos, até nos esquecemos da data de hoje, que marcou formalmente o dia em que começámos a viver juntos. Comprar uma casa a dois é uma responsabilidade quase tão grande como assinar um "contrato" a dizer que queremos passar o resto da nossa vida com aquela pessoa (ou pelo menos tentar), implica compromisso, cedência e um pouco (muito) de fé. Tal como um casamento.
Continuamos a dizer que temos de mudar de casa, que precisamos de mais espaço, o L. queria ter um escritório-oficina só para ele, eu já penso noutro quarto para o nosso segundo filho, mas depois saio de casa com Peter Pan pela mão, atravessamos a estrada e compramos peixe, carne, pão fresco e fruta madura ao virar da esquina... Somos felizes aqui (mesmo longe do mar), somos felizes juntos, mesmo nos dias em que nos esquecemos de comemorar treze anos de vida em comum, de decisões tomadas a meias, de partilha de afectos e gestão de amuos.
O lixado de ter um blog há uns poucos de anos é que começo a achar que já disse tudo o que havia para dizer, todas as declarações de amor, todas as lembranças deste dia e de todos os outros que vamos vivendo. Por isso é que isto é um diário e me repito nas emoções que se repetem: a gratidão de ter encontrado alguém com quem quero e continuo a querer partilhar a minha vida, o meu tempo e atenção, a alegria de quem ainda me consegue fazer rir ao fim de tantos anos, a serenidade de inspirar fundo ao chegar a casa ao final do dia. A nossa casa, aquela que construímos juntos, que reflecte aquilo que somos. A nossa alma.

Tiago Bettencourt
"O Jogo" (Acústico)




(Estavas a ouvir esta música no outro dia... por isso não podes dizer que é lamechas de mais...)

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