sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Momento (CCXLVIII)

Almoçar com o irmão e a avó. Comprovar (mais uma vez) que ele tem um coração mole e os sentimentos à flor da pele. Recusou uma proposta de trabalho. Porque tería de sair de Portugal. Porque tería de estar três meses longe da família. Sem ver os filhos ao final do dia. Somos tão parecidos. E tão marcados pela mesma infância. Sabemos o que é ter um pai emigrante. O que foi vê-lo de seis em seis meses. A alegria de cada reencontro no aeroporto (quando os voos chegavam com quatro horas de atraso, no minimo). A tristeza de cada despedida em casa (porque a mãe se recusava a leva-lo ao aeroporto). Pensamos que são só memórias. Mas deixam marcas. Como as que vimos hoje nos olhos um do outro. Somos tão parecidos. E o dinheiro não paga tudo.

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