Passear com a mãe pelas ruas da "minha" cidade, a pé, devagar, indicando as direcções, explicando os caminhos, ouvindo-a e convencendo-a que esta também pode ser a cidade "dela", numa nova fase da vida, em que o espaço não deixa apagar as más recordações e exacerba as saudades até doerem. Já não entra no quarto que partilhou com o meu pai durante mais de trinta anos, e os sons da rua trazem a lembrança constante da solidão. Está na altura de mudar (estás aqui, estás cá, é o que é).
Visitar a avó e ver as quatro gerações de mulheres da minha família juntas, avó, mãe, filha e neta (dentro da barriga da minha cunhada, mas estava lá), e as duas cadelas a mordiscarem-se com ciúmes, cada uma mais tresloucada que a outra.
Fazer dois bolos (o primeiro ficou tão apetecível que foi directamente para o lixo, com a forma e tudo) e acabar a noite a ver um filme bom enquanto a mãe ressonava no sofá (e nós ríamos até ela acordar por breves minutos).
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