Novembro é mês de castanhas, abafados e broas. E da Feira do Cavalo. E este ano não é excepção, inaugurámos a Feira com um jantar com o C. e a C., o V. e a R., pão quente, bife à Central e Monte das Servas, mousse de chocolate e Aliança Velha (agora habituaram-se, não querem outra coisa).
O resto não muda, meia hora para conseguir estacionar (nós não, conseguimos lugar no parque da Câmara, mesmo ao pé da festa, um achado, e sempre que isto acontece eu lembro-me do demónio do estacionamento, é engraçado como o cérebro funciona e vai buscar imagens dispersas, há outra, também da (T)Ralha, que me surge do nada quando "nada de extraordinário acontece", a frase que ela escreve(ia) antes de contar um episódio que para qualquer outra pessoa sería banal e indigno de registo, mas onde ela vê(ia) demónios e fadas e sinais divinos), cavalos por todo o lado, cheiro a bosta de cavalos por todo o lado (o pessoal diz-me que era impressão minha, mas acho que este ano o cheiro está pior...), as tias de Cascais vestidas a rigor, com botas de cavaleiro, chapéu à matador e mala Luis 21 a tira-colo, vendedores ambulantes de tudo e mais um par de botas (de couro, pois claro), muitos animais montados em cima de cavalos e crianças montadas em póneis de olhos tristes,
e umas "preciosidades" que vamos descobrindo pelas ruas (não sei se prefiro isto ou os cães de loiça...), enquanto procuramos o tipo dos mojitos (não tivémos sorte, ele deve ter mudado de poiso este ano) e a C. compra um cachecol de lã, feito em crochet largo e com flores (pus-me logo a bisbilhotar se sería muito difícil de fazer...), e comentamos que há uns anos atrás não usaríamos aquilo nem que nos pagassem, mas que agora vamos dando mais valor ao que é manual e tradicional. Isto chamasse maturidade (ou p%$# da idade).
Acabamos a noite com chá de jasmim e bolachas de chocolate (que nem por sombras ficaram com o bom aspecto da receita original, mas quero acreditar que ficaram igualmente saborosas).
E a frase do dia foi "A barba representa o estado de espírito" (dita por ele ao jantar, para justificar a preguiça de a (des)fazer, mas entoada com a mesma convicção com que o Sócrates discursa na Assembleia da República).
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